domingo, 4 de dezembro de 2011

Para alcançar a felicidade é preciso estar bem com o espelho

A autoestima, também conhecida como amor próprio, é um sentimento que faz parte da personalidade e deve ser constituído ao longo do desenvolvimento humano. Durante toda a vida, o homem constrói uma imagem de si mesmo que o leva a estabelecer uma confiança em suas capacidades. Uma vez estipulados os seus limites, o convívio com outras pessoas torna-se mais fácil e as chances de ser bem-sucedido em um relacionamento amoroso também tendem a aumentar.
Para o psicólogo Thiago Almeida, a falta de autoestima pode influenciar em diversos fatores, podendo determinar uma pessoa frustrada e infeliz. "Pessoas com baixa autoestima, frequentemente recorrem ao isolamento e quando são 'obrigadas' a interagir socialmente podem causar grandes transtornos. Todo ser humano tem necessidade de valorização positiva e esta é aprendida mediante a interiorização, ou introjeção, das experiências de valorização realizadas pelos outros", explica.
O cuidado para evitar a desvalorização de si mesmo pode começar por se evitar a rigidez com a forma física. A maneira como a pessoa se vê é a base para a construção de uma imagem positiva do que se é. "A autoestima apresenta altos e baixos. Ela se revela nos acontecimentos psíquicos e fisiológicos e emite sinais através dos quais podemos detectar seu grau. Vivemos contemporaneamente, e mais do que em quaisquer outros períodos que nos antecederam, uma cultura do corpo", afirma.
O psicólogo explica que o sentimento está diretamente ligado à felicidade, pois através da autoconfiança, as pessoas se consideram boas, competentes e decentes. Ele garante que a valorização de si mesmo influencia no amor e afirma que alguns autores acreditam que quando uma pessoa tem a autoestima rebaixada nutre ilusões a respeito do que pode esperar dos outros, abriga intensos temores, além de ter uma forte predisposição para manifestar desapontamentos e desconfiar das outras pessoas. "Haveria uma clara associação entre a autoestima rebaixada, consequentemente, a sensação de insegurança e, finalmente, o ciúme", revela.

Sentir saudades faz parte de um relacionamento à distância

Driblar a saudade é um dos maiores desafios do namoro à distância. Ingrid Menezes, 18 anos, de São Bernardo, sente isso na pele há 11 meses. O namorado mora em Ponta Grossa, no Paraná - onde se conheceram duranteviagem  com a família - e o casal tenta se ver todos os meses. "É difícil não poder passear no parque e discutir sobre nosso futuro. Sonho com o dia em que as despedidas e o sofrimento vão acabar."Apesar de parecer chata, a saudade ajuda. É prova de que sente a distância do outro e que está se preparando para encontrá-lo. "Na maioria dos casos, é saudável. Não é motivo de afastamento, mas lembrete de que realmente gosta de quem se está esperando", acredita Thiago de Almeida, psicólogo especialista emrelacionamento amoroso.Ingrid afirma que vale a pena cada dia de espera. "A partir do momento que se tem certeza de que gosta da pessoa, qualquer esforço vale a pena." Para ela, fortalece o relacionamento, pois ensina a dar mais valor ao outro. "Faz com que tenhamos disposição de fazer de tudo para que possamos ficar sempre juntos."Todo namoro, seja presencial ou virtual, tem chance ou não de dar certo. Se o casal descobriu que à distância não dá, o jeito é terminar. Em qualquer situação é difícil dizer ao outro que não quer mais, mas é sempre melhor falar a verdade. "A gente pensa demais pelo outro, acha que não vai ter estrutura emocional, mas todos estão acostumados a ouvir não. Levar um fora faz parte da vida", diz o psicólogo Thiago de Almeida.Se não dá para falar pessoalmente não tem problema. O que não pode é manter compromisso que não agrada mais. Diego Martins, 19 anos, de São Bernardo, percebeu que namorar à distância não dava certo para ele e terminou. "É muito difícil, principalmente quando precisamos de um abraço, de ter alguém por perto." Além disso, afidelidade é essencial e ele havia conhecido outra pessoa. "Disse a verdade, pois não queria magoá-lo".Diego conheceu o ex-namorado em uma sala de bate-bapo e o adicionou no MSN. Durante três meses conversaram por horas todos os dias, além de trocar cartas e presentes pelo correio. "Ver a letra do outro é forma a mais de demonstrar carinho." Hoje, tem certeza de que terminar foi a melhor solução. "Encontrei quem me faz feliz e que mora a meia hora da minha casa."

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Primeira viagem a dois

A viagem a dois é um bom test-drive para conhecer melhor o namorado?

O casal está no auge da paixão e resolve viajar pela primeira vez. Como bem sabemos, uma viagem é praticamente uma prévia de como será uma vida a dois. A tal “intimidade” parece que vem com tudo para atacar, e aí que surgem as famosas briguinhas.

“Em sua primeira viagem o casal está propício a descobertas, portanto o certo é procurar ser feliz e não querer ter a razão. Se um quer ir ao restaurante e outro ver um filme, procure conciliar isso e não se melindrar. O ideal é sempre ponderar as coisas e não agir com ‘tem que ser do meu jeito’”, explica o especialista no tratamento das dificuldades nos relacionamentos amorosos, Thiago de Almeida, autor do livro “A Arte da paquera: inspirações à realização afetiva" (Ed. Letras do Brasil).

De acordo com o psicólogo é bom analisar as tendências que o parceiro tem, porque às vezes a própria pessoa não percebe isso, já que se tornou um padrão na sua vida. Foi o que aconteceu com o casal Vinicius Junqueira e Carolina D’ambrósio, que fizeram sua primeira viagem de casal em 2008. Os dois passaram 10 dias em Florianópolis na praia da Armação, litoral sul da ilha.
Eles começaram a namorar em outubro e fizeram a viagem em dezembro, bem no início do relacionamento: “Durante a viagem comecei a descobrir alguns gostos que ela tinha do qual eu desconhecia, por exemplo, um prato bem típico de Floripa é o camarão, do qual ela detesta e na hora da refeição era aquele impasse!”, conta Vinicius.

O namoradinho ainda revela outra situação que lhe pegou de surpresa: “Ela acordava muito cedo todos os dias! Independente do horário que ia dormir ela sempre estava de pé às 8h da manhã para tomar café. Muitas vezes ela chegou a ir à praia sozinha enquanto eu continuava dormindo. Levei vários esporros do tipo ‘Pô, você vem até aqui para dormir?’ Porque eu sou desses que dorme 3h da manhã e acorda só meio-dia”.

Porém, todas estas experiências de descobertas e brigas se tornam peças fundamentais para saber como o parceiro é realmente. Thiago afirma: “Os conflitos são importantes para analisar melhor como vai ser o relacionamento em longo prazo”.

E dá a dica: “Vale lembrar que durante a viagem o parceiro não é como ele é no dia a dia. Quando viajamos, saímos do nosso contexto, da nossa rotina, e só ficamos descansados e relaxados alguns dias depois”. E foi isso que o casal descobriu: “Foi incrível ver que ela não curtia beber tanto quando bebia quando saíamos na cidade”.

O mais legal é que três anos depois da viagem o casal continua firme e forte em seu relacionamento, souberam se adaptar e respeitar as diferenças. Essa é a dica principal. E vocês, o que acham? A viagem a dois é um bom test-drive para conhecer novo boyfriend?

domingo, 27 de novembro de 2011

Dicas para você não ser traída em um relacionamento

Especialistas revelam atitudes e comportamentos que, ao serem adotados por você, reduzem a possibilidade de o gato desejar outras mulheres.

Seja menos ciumenta
Segundo pesquisa realizada por Thiago de Almeida, psicólogo especialista no tratamento de dificuldades amorosas, o ciúme é o principal fator que leva à infidelidade. "Com essa postura, a mulher acaba incentivando a traição. Afinal, o proibido tem mais sabor."
Trabalhe sua confiança. Se ele está com você - mesmo diante de tanta "oferta de mercado" - é porque quer. Então, valorize-se. Pois estímulos para o moço sair da linha sempre podem aparecer e não há como colocá-lo numa redoma.

Preste atenção
Segundo estudo de M. Gary Neuman, autor do livro A Verdade sobre a Traição Masculina (Ed. Best Seller), as amizades e os parentes exercem importante influência na hora da traição.
Tente aproximar o bonitão de casais estáveis, mas sem afastá-lo dos amigos e parentes. Esses, aliás, você deve conhecer melhor. Convide-os para a sua casa.

Fuja da rotina
A vontade de diversificar é das principais "explicações" dos infiéis. "E isso, aliado à capacidade de separar sexo de amor, configura uma das justificativas mais recorrentes", diz o terapeuta Sergio Savian.
Para ser a única, ofereça sexo com energia, criatividade e carinho. Divirta-se na cama, inove, surpreenda e separe um tempo para namorar.

Invista e escute
Cuide de si mesma e ouça seu companheiro antes de pensar que o excesso de trabalho ou falta de desejo dele signifiquem necessariamente a presença de outra mulher na história.
Segundo Thiago, o segredo é tornar-se uma mulher mais agradável e poderosa para você mesma. Isso encanta e atrai os homens! Invista tempo em você, dedique-se e verá a diferença.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Até onde vai o amasso?

 

Luciane Mediato
Especial para o Diário

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Existe coisa mais gostosa do que o amasso? A pegação é processo natural de intimidade do casal. Mas se não quer pagar mico ao ser interrompido pelos pais, inspetor do colégio e até pelo segurança do shopping, é bom ir com calma. Quem passou por isso nunca esquece. Camila Cerejeiras, 17 anos, de Santo André, foi pega na sala com o namorado. "As coisas esquentaram. Quando estava sem camiseta e ele com a calça aberta, meu pai viu. Ouvi uma hora de bronca e não pude levar meu namorado para casa durante um bom tempo."
O chato não é só ser pego pela família. A lei também está de olho na mão boba. Existe um artigo (Lei de Contravenções Penais Artigo 61) que diz que se alguém for pego se amassando em local público ou importunar e ofender alguém por isso, pode pagar multa de até R$ 200 mil.
Se não quer passar por situação constrangedora, procure lugares mais reservados para o amasso. Evite locais públicos e cheios de gente. Cuidado também com áreas comuns de prédios, como escadas. O casal Fernanda Grecco, 15 anos, e Nicolas Machado, 15, de São Bernardo, concorda que algumas coisas devem ficar na privacidade. "Beijar em público não tem problema, mas não é legal ficar se pegando em qualquer lugar. Na escola e na rua é ruim", diz Nicolas.
Do outro lado, estão os pais, que já passaram por isso quando eram mais novos. "Todo mundo já namorou, mas é preciso ter respeito. Como mãe tenho obrigação de orientar minhas filhas. Nessa idade, ninguém se preocupa com as consequências", acredita Laura Cerejeiras, 46, mãe da Camila.
O limite da mão boba - Independentemente do local da pegação, a regra básica, segundo a sexóloga Carla Cecarelho é que o casal deve estar de acordo com a situação. "Cada um sabe onde deve colocar a mão e que lugar pode ser tocado. Vale lembrar que existe diferença entre amasso, preliminar e sexo."
Para Carla, o amasso é quando as mãos tocam o corpo, não importando se está de roupa ou calcinha e cueca. "Se avançar mais um pouco e começar a ter masturbação e toques mais íntimos, isso já é preliminar. É sexo se acontece o sexo oral."
Outra coisa: "Só fica grávida se houver penetração, ou seja, é necessário que ocorra relação sexual. Também há casos em que a ejaculação acontece próximo à vagina. Se a menina estiver em período fértil, o espermatozoide pode chegar ao canal vaginal", explica Carla. Por isso, e para se proteger de doenças, é importante usar camisinha até no sexo oral.
Só o beijo também pode transmitir doenças como herpes, cárie, gengivite, hepatites A e B, HPV, faringite, gripe, sífilis, mononucleose, entre outras. "Beijar na boca de várias pessoas aumenta em quatro vezes as chances de contrair doenças", diz Carla.
Não é obrigação - Não é que os avós e pais não quisessem avançar o sinal, mas era mais difícil na época deles. Geralmente, namoravam no sofá com a supervisão dos pais. A garota tinha horário certo para voltar do baile, para onde só podia ir acompanhada do irmão mais velho. Nas décadas de 1950 a 1970, era comum os casais serem interrompidos pelos lanterninhas dos cinemas. Em muitos casos, só podia beijar na boca depois do casamento.
E não é porque seus colegas vivem se agarrando por aí que você deve se sentir obrigado a fazer o mesmo. "Cada um tem o seu tempo de amadurecimento sexual. Não é porque já tem seios ou barba que precisa virar a pegadora ou o pegador", acredita o psicólogo Thiago Almeida, especialista em relacionamentos, que complementa: "O amasso é algo natural e com o tempo vai rolar, independentemente da idade."

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Um bom casamento é como frescobol

 




A relação a dois é tema constante de palestras, entrevistas, livros e crônicas. Uma dessas crônicas, intitulada "Tênis e Frescobol", foi escrita por Rubem Alves.

Integrante do livro "Retratos de Amor", o texto faz uma relação entre o casamento e estes dois esportes.

Os casais que fazem da relação um jogo de tênis têm como objetivo derrotar um ao outro. Um tem a exata noção do ponto fraco do outro e o atinge sem piedade. Alcança-se o prazer quando um dos cônjuges é colocado fora do jogo e termina sempre com a alegria de um e a tristeza de outro.

Já no frescobol não existe competição. Os dois ganham e a satisfação está na harmonia, no empenho para não deixar a bolinha cair. Quando um erra, pede desculpas e o que provocou o erro se sente culpado. E começa-se tudo de novo.

Na opinião de Cláudya Toledo, dona do site A2 Encontros, o jogo de tênis dentro de um casamento pode ser explicado com base nas diferenças naturais entre homens e mulheres. Ela tem uma essência mais amorosa e cooperativa, enquanto ele é naturalmente competitivo. "Quando a mulher começou a trabalhar, deixou despertar esse lado competitivo e o levou para dentro de casa, dando origem às brigas que nem sempre têm volta", explica. "Se a mulher não aprender a usar seu lado ‘jogador’ somente no trabalho e desenvolver o lado cooperativo e amoroso dentro de casa, o casamento não vai durar", completa.

José Ângelo Gaiarsa, autor do livro "Lições de Amor Para Sobreviver ao Casamento", acredita que os casamentos modernos se enquadram no jogo de tênis. Para ele, essa relação não tem jeito. "Não tenho nenhuma ilusão sobre o matrimônio. Dentro do casamento, um se acha prisioneiro do outro. Quando se chega a esse ponto, qualquer defeito serve para o casal começar a se machucar", declara.

Gaiarsa diz ainda que as pessoas são monótonas, pouco criativas e acabam caindo na rotina. Depois de um ano um sabe exatamente cada passo do outro. "Isso gera um descontentamento sem culpados. Você se vê obrigado a ficar e a morar com essa pessoa".

Os casamentos entre pessoas de idades de diferentes, segundo Cláudya, tendem a ser mais cooperativos, ou seja, baseados no frescobol. "Uma esposa de 35 anos não vai competir com um marido de 50 anos. Eles estão em fases de vida diferentes e, por isso, não há abertura para a competição. Hoje é comum vemos também mulheres mais velhas à procura de homens mais novos", afirma.

Na crônica "Tênis e Frescobol", Rubem Alves toma emprestada uma colocação de Nietzsche para enaltecer uma das bases da boa relação a dois: "Ao pensar sobre a possibilidade do casamento cada um deveria se fazer a seguinte pergunta: ‘Você crê que seria capaz de conversar com prazer com esta pessoa até a sua velhice?' Tudo o mais no casamento é transitório, mas as relações que desafiam o tempo são aquelas construídas sobre a arte de conversar’".

Cláudya apóia totalmente essa colocação. "Quando se tem um bom papo com a pessoa amada, a relação pode sim durar a vida toda. O vínculo se cria por meio do diálogo afetivo. As demais coisas no casamento perdem a força com o tempo", diz. "As pessoas se relacionam melhor quando sabem expor com clareza seus sentimentos. Quem provoca ruídos de comunicação, mente e não sabe falar sobre o que sente certamente terá problemas nesse campo da vida", acredita.

Para o psicólogo Thiago de Almeida, especialista em tratamentos das dificuldades do relacionamento amoroso, o diálogo é importante, apesar de ser a porta de entrada para os conflitos. Mas tudo vai depender da forma como o casal lida com as diferenças. "Certos aspectos da vida a dois conduzem ao tédio. E sem essa troca de opiniões e palavras, o marido e a esposa passam a seguir vidas paralelas", declara.

Até mesmo as chamadas brigas construtivas, ou seja, opiniões diferentes sobre os mesmos assuntos, podem ajudar o casal a definir o jogo que rege a relação. "Quando os parceiros usam esse método para conhecer um ao outro e estabelecer um contato mais íntimo, o casamento pode seguir as regras de um frescobol. Mas quando as discussões fazem os dois perderem a cabeça, o resultado é um jogo de tênis, na qual um agride o outro sem medidas", afirma o psicólogo.

Thiago de Almeida explica que quando as pessoas se encaminham para um relacionamento, a mulher espera que o parceiro supra todas as suas carências. Porém, é preciso lembrar que o homem tem essas mesmas expectativas. Esses anseios, quando não tratados com diálogos e doses de cooperação, podem trazer resultados frustrantes. "Os casais mais felizes não são os mais inteligentes, mas sim aqueles que sabem conviver com as diferenças e eliminar, por meio da convivência e da conversa, os pontos negativos da relação", define.

A conclusão que se tira da crônica de Rubem Alves é que os casamentos podem sim começar como um jogo de tênis e terminar como uma partida de frescobol ou vice-versa. O que vai definir os bons ou maus caminhos da relação é a forma como o casal vai conduzir a bola, que nada mais é do que os sonhos individuais e conjugais. Quem apostar na cooperação e no diálogo certamente vai enxergar na bola os anseios do parceiro e pegá-los para si, tornando-os reais. Agora quem aposta na competitividade e nas brigas desmedidas, tende a ver seus sonhos e os do outro transformados em frustrações. E você, que decisão pretende tomar?

Por Juliana Falcão (MBPress)

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Felizes para sempre

Parece romantismo excessivo, mas existe uma lógica: a idéia é que, quando estamos ao lado de alguém com atributos que parecem ser únicos, tendemos a investir mais no sucesso da relação. Quem aponta é o pesquisador Thiago de Almeida, da USP. Segundo ele, na admiração está a gênese do amor: é ela que nos tira do egoísmo da solteirice e nos abre para valorizar as características do outro. "O fortalecimento da admiração nos impulsiona a investir no relacionamento", ensina.

O retorno é indispensável, como ressalta o psicólogo Gilberto Godoy. Para ele, a admiração é sinal de maturidade: é enxergar que o outro tem características positivas que nos faltam, numa espécie de projeção. "De certa forma, as características do parceiro ou parceira passam também a ser nossas, quando somos vistos como casal", contextualiza.

A imagem do casal juntinho no sofá, numa noite chuvosa, assistindo a um filme romântico, zanza pelo imaginário dos apaixonados. Entretanto, escolher o título pode ser decisivo: a trama pode empolgar um e enfadar o outro. Ou, o que é pior: levar a uma discussão desnecessária da relação. No último Valentines Day (o Dia dos Namorados americano, comemorado em 14 de fevereiro), a Blockbuster americana elaborou uma pesquisa com 1,5 mil clientes para falar sobre os melhores filmes para se assistir a dois, e também sobre aqueles que são sinônimo de briga.

Particularidades e seus graus de risco
INCOMPATIBILIDADES FAMILIARES (Alto)
Quanto mais séria for a relação, maior o envolvimento e convivência entre as famílias. Junto com o parceiro estão a orientação, o caráter, os valores e os princípios em que ele foi criado. Divergências podem levar a conflitos grandiosos - ir contra a família é tentar se impor negativamente a tudo isso.
CIGARRO, BEBIDAS ALCOÓLICAS E DROGAS (Alto)
Muitas vezes, um ponto de atração no início do relacionamento. Mas com o tempo pode sair do controle, fugir dos princípios de cada um, transformando-se em motivos de brigas e discussões. O bom andamento do namoro ou casamento está ameaçado se nenhuma providência for tomada.
ESTILO E ROUPAS PREFERIDAS (Médio)
Quando fazem parte da indumentária profissional, não podem ser vistas como diferenças. Mas se, nos eventos sociais, os parceiros insistem em trajes muito divergentes entre si, há a tendência de que um se sinta mal.
QUESTÕES FINANCEIRAS (Alto)
Nos relacionamentos mais sérios ganha muita importância. Pode ser complicado quando um gasta demais e o outro é mais controlado. A solução está na formulação de metas e objetivos em comum, com a participação de ambos, para evitar o desgaste.
GOSTO POR MÚSICA, FILMES E LEITURA (Baixo)
Não é preciso abdicar de nenhum desses prazeres nem mudar o gosto para agradar ao companheiro e a relação dar certo. Aproveite esses exemplos para demonstrar a importância da sua individualidade.
PREFERÊNCIAS GASTRONÔMICAS (Baixo)
Em vez de ponto de divergência, as diferenças gastronômicas podem ser motivo para surpreender o outro, além de ampliar a capacidade de experimentação. Vale, inclusive, descobrir novas culinárias ao mesmo tempo que o outro.
COMPORTAMENTO SEXUAL (Médio)
Sexo é uma troca de gostos, desejos e fantasias. O ideal é mostrar um ao outro o que gosta e discutir as preferências de cada um. Cabe reflexão quando as práticas sugeridas não agradam ao parceiro de jeito nenhum.
RELIGIÃO (Alto)
Há de se respeitar a individualidade e a orientação religiosa de cada pessoa, mas a questão pode se complicar com a chegada dos filhos. As discussões sobre como agir na hora de educar a criança podem acabar com o relacionamento.
PROGRAMAS DE LAZER DIVERGENTES (Baixo)
A negociação é o grande segredo. Ambos podem desfrutar do seu lazer predileto. Se preferirem que seja na companhia do outro, é recomendável estabelecer uma troca que ajude a equilibrar e evitar cobranças.
PRINCÍPIOS ÉTICOS (Alto)
Saber que o outro tem comportamentos e atitudes consideradas desagradáveis pode levá-lo à culpa e a discussões capazes de comprometer o sucesso de qualquer relação.
Dicas para amar
"Como se Fosse a Primeira Vez"
O simpático e mulherengo Henry Roth (Adam Sandler) adora a companhia de mulheres solteiras em passeio ao Havaí, até conhecer Lucy (Drew Barrymore), que sofre de uma estranha doença: a moça esquece tudo o que acontece com ela ao final do dia. Por causa disso, Lucy não reconhece Henry dia após dia. Ele aceita a tarefa de reconquistá-la diariamente, vivendo todas as manhãs o primeiro encontro.
"Casablanca"
Rick (Humphrey Bogart) é dono de um famoso bar localizado em Casablanca, no Marrocos Francês, durante a Segunda Guerra Mundial. A cidade é o refúgio para quem quer evitar os nazistas. Neste caótico ambiente, Rick encontra Ilsa (Ingrid Bergman), com quem tivera um amor interrompido há algum tempo, em Paris. Eles relembram o passado que tiveram juntos. A música imortal deste relacionamento é As time goes by.
"Harry e Sally - Feitos Um Para o Outro"
Quando ainda eram adolescentes, Harry (Billy Crystal) e Sally (Meg Ryan) se encontraram pela primeira vez, indo juntos de carro para dar início às suas carreiras em Nova Iorque. À primeira vista eles se odiaram. Com o passar dos anos cada um leva a sua vida, se vêem esporadicamente. Aos poucos e de forma um pouco assustadora descobrem que estão se apaixonando.
"A Princesa Prometida"
Uma Bela princesa (Robin Wright) faz pacto de amor com um camponês (Cary Elwes), mas quando recebe a notícia de que ele foi assassinado pelo cruel pirata Roberts, decide aceitar o pedido de casamento de um príncipe sinistro (Chris Sarandon). Nas vésperas do casamento ela é raptada. Quem aparece para resgatá-la é o camponês. A Princesa Prometida é uma fábula divertida, com muitos duelos de espada, cenas de perseguição e romance.
DICAS PARA BRIGAR
"Rambo" (voto delas), "Clube dos Cafajestes" (voto delas), "Divinos Segredos" (voto deles), "Amigas para Sempre" (voto deles)
- Reportagem de VANESSA BENCZ e JOÃO RAFAEL TORRES , da equipe do Correio Braziliense

SELO DE QUALIDADE? Pesquisa derruba o mito da aliança, aquela impressão de que pessoas comprometidas atraem mais pretendentes do que as solteiras

Você está numa festa ótima, mas parece que nenhum dos garçons o enxerga. De repente, um passa com uma bandeja de bolinhos insossos, que a fome não lhe permite dispensar. Pronto. Basta isso acontecer para que, logo em seguida, surjam a seu lado os canapés de caviar. Pois é. Muitos vêem um paralelo nítido entre essa historinha e a própria vida amorosa. Quando está só, não é notado. Basta arrumar um par para despertar o interesse nos outros. É o chamado mito da aliança, que prega um maior poder de atração por quem já esteja acompanhado.

O psicólogo Thiago de Almeida, especialista em relacionamentos amorosos, da Universidade de São Paulo, submeteu 240 pessoas a um teste para avaliar o grau de interesse em pessoas comprometidas. Fotos de belos modelos, sozinhos e acompanhados, foram apresentadas para que os entrevistados avaliassem numa escala de zero a sete o nível de atração, simpatia e confiança que inspiravam. Nos resultados, o nível de interesse pelos modelos acompanhados, ou que ostentavam alianças, apareceu bem abaixo dos que estavam aparentemente descompromissados.

Thiago defende que a aliança não é um ímã, mas também não é suficiente para repelir a atenção alheia. “A pesquisa serviu para mostrar que é uma balela querer se aproveitar dessa situação.”

As conclusões da pesquisa de Thiago estão longe de ser unanimidade. O estudante Rafael Marques, 21 anos, garante que não há mito nenhum na situação: é pura verdade. Sempre que está namorando, percebe um interesse maior por parte de meninas que, durante os períodos de solteirice, o ignoram. Segundo ele, a abordagem muda. As meninas se tornam mais curiosas, exaltam qualidades. “Vários amigos e amigas comentam que também é assim com eles”, diz.

O psicólogo analítico-comportamental Carlos Augusto de Medeiros concorda, em parte, com o estudante. Segundo o especialista, esse tipo de atração está ligado a fatores diversos. O primeiro seria o observado por Rafael, que pode ser chamado de status adquirido com o relacionamento. É como se o fato de estar acompanhado já validasse o bom perfil da pessoa desejada. Nesse caso, segundo o especialista, a preferência estaria ligada a uma falta de determinação para escolhas. “Sentindo-se incapaz para escolher, a pessoa acaba adotando o padrão alheio como referencial”, diz.

O autoboicote seria um outro motivo para despertar o interesse por pessoas acompanhadas: ao investir em uma pessoa compromissada, inconscientemente levamos o relacionamento ao fracasso. Esse tipo de atração seria um ponto de fuga para pessoas que não conseguem desenvolver um relacionamento. Há um terceiro grupo, disposto a entrar em confusão. São aqueles que vêem num casal um desafio a superar. É a atração motivada pela competitividade.

Opiniões divididas
Nas ruas de Joinville, a reportagem perguntou se as pessoas acreditam que homens e mulheres casados, que usam aliança, atraem mais que os (as) solteiros (as).
Já fui assediada, mesmo usando aliança de casamento. Mesmo assim, acho que os homens são mais cautelosos ao abordar uma mulher com anel dourado.
Sabrina Senem Soares, 23 anos, estudante
É fato: as pessoas comprometidas atraem mais. Uso aliança prateada na mão direita, mesmo sendo solteiro. Isso parece chamar muito mais a atenção.
Jean Pierre, 19 anos, vendedor
Um anel no dedo não quer dizer nada. Não acredito que chame mais atenção e nem que seja um selo de qualidade. O assédio é o mesmo, independentemente de a pessoa ser comprometida ou não.
Tatiane dos Santos, 24, atendente de caixa

Acho que não muda nada. Na hora da paquera, as pessoas sempre respeitam quem tem aliança. Nunca namorei nem usei aliança, mas acho que usar anel não muda nada.
Luana de Sousa, 17 anos, estagiária
Com certeza quem usa aliança chama mais atenção. Principalmente dos homens. Quando eles vêem uma mulher bonita de aliança, sabem que podem paquerá-la sem ter de se comprometer com ela.
Jandira Sehanem, promotora de eventos, 56 anos

Por trás daquele beijo

O que ocorre com o corpo e a mente em um dos gestos mais complexos do ser humano

“Tudo começa num beijo. Nós nascemos do primeiro beijo de nossos pais, e a lembrança mais antiga que todo mundo guarda é dos beijos carinhosos da própria mãe. Dentre todos os beijos que passam por nós depois disso, nenhum parece mais intenso do que o primeiro beijo romântico.” Com essa definição, a canadense Julie Enfield, autora de A História Íntima do Beijo (Ed. Matrix), contextualiza a importância de um gesto que, de tão singelo, parece inerente ao ser humano: os lábios se tocam e, assim, transmitem o mais alto grau de intimidade e afeto. Em pleno Dia dos Namorados, nada melhor do que falar sobre ele.

Num universo de diferentes culturas e épocas, o beijo assume um forte papel social, capaz de influenciar diretamente comportamentos e artes. Desde uma expressão de carinho e afeição a um gesto de respeito e fé, mas muitas vezes ligado a amor e paixão, o gesto tem papel tanto social quanto afetivo. As pessoas beijam os filhos antes de dormir, conhecidos ao se despedirem, amores ao se encontrarem e mesmo ícones religiosos em devoção. Está presente na história da humanidade, em diversas culturas e com diferentes significados.

Sigmund Freud, o pai da psicanálise, encontra no primeiro contato do ser humano, durante a amamentação, a origem do beijo. Na antropologia, a resposta está na derivação de prática ancestral da pré-mastigação, a transferência de alimento macio e mastigado de uma pessoa a outra, normalmente da mãe para o filho. As reflexões sobre esse carinho induziram até a uma ciência: a filematogia.

O beijo mexe com hormônios e enzimas, desperta reações no corpo e faz florescer sentimentos que oscilam entre lascívia e ternura. Na mente, é interpretado como um dos gestos mais complexos do ser humano, como lembra o psicólogo Thiago de Almeida, especialista em relacionamentos amorosos pela Universidade de São Paulo (USP).

– Se Da Vinci definiu os olhos como janela da alma, podemos avaliar o beijo como a senha para acessar o amor do outro – compara.

Quando beijamos, explica ele, uma descarga de substâncias neurotransmissoras inunda o cérebro, dando o torpor do prazer. É o que rouba o chão dos apaixonados e os motiva a tomar atitudes impulsivas em nome do amor. Cria ligações entre casais, motiva a apostar em novas relações. Como cita Julie Enfield no livro, beijos são como impressões digitais: podem até ser comparáveis entre si, mas cada indivíduo tem uma forma única de beijar.

Mães e sogras: O que fazer para se ter uma boa convivência

Relação entre filhos e os pais do cônjuge pode ser pacífica



Mães e sogras: O que fazer para se ter uma boa convivência Julio Appel, Divulgação /
Relacionamento envolvendo mães e sogras pode render situações cômicas Foto: Julio Appel, Divulgação /

Se as coisas são difíceis para as noras e os genros, quem está do outro lado da história não sofre menos. Segurar o ciúme e aceitar que a felicidade dos filhos não depende mais só delas deixa mães enlouquecidas.

Ingrid, personagem da atriz Natália do Vale na novela Viver a Vida, que o diga. Na trama, ela é do tipo que espera os filhos adultos no sofá da sala a cada noite e sofre horrores com as escolhas amorosas dos rebentos. Mas quem estuda a fundo esse tipo de relação garante: com quase nenhum esforço – e muita paciência – é possível, sim, manter a convivência numa boa mesmo sem morrer de amores pelos amores dos filhos.
De acordo com o psicólogo Thiago de Almeida, a boa convivência familiar não depende só de ir ou não com a cara do sujeito. Aceitar que filhos crescem e são livres para escolher seus próprios parceiros faz parte.
– Quando o filho permite que alguém passe a frequentar a casa dos pais é um sinal de que, para ele, aquele é um relacionamento importante – explica.
– O problema é que para alguns pais assumir um compromisso assim é quase como romper o cordão umbilical de vez, e aí eles se sentem abandonados – completa.
Por isso, o psicólogo avisa: entrar em pânico e querer empurrar o problema para longe não é a solução apropriada. Pedir para que os filhos terminem o relacionamento, por exemplo, não deve nem ser uma alternativa.
– Muitas mães caem no erro de tentar persuadir o filho de que o relacionamento não é apropriado. Isso só trará estresse ao ambiente familiar – conclui.
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Mãe, tem visita para dormir! Como lidar com namoros adolescentes

É preciso aceitar que filhos crescem e são livres para escolher seus parceiros

CORREIO BRAZILIENSE
Esqueça o futebol. Se existe um clássico que rende conversa em mesa de bar é sogra versus genro ou sogra versus nora.
Em 2008, quando não conseguiu um emprego depois de se formar, a turismóloga Ângela Silva, 25 anos, se viu empurrada para o meio de campo, prestes a protagonizar a peleja.
– Eu não tinha trabalho, e os pais do meu namorado me convidaram a tentar alguma coisa em São Paulo, morando com eles – conta.
Adaptar-se aos horários e à falta de privacidade ela tirou de letra. O ciúme da sogra é que era difícil de driblar.
Para o psicólogo e professor da Universidade de São Paulo (USP) Aílton Amélio, a maior parte dos problemas nas relações com as sogras surge devido à dificuldade de a mãe ver uma terceira pessoa numa relação que antes era essencialmente entre ela e o filho.
De acordo com o psicólogo Thiago de Almeida, a boa convivência familiar não depende só de ir ou não com a cara do sujeito. Aceitar que filhos crescem e são livres para escolher seus próprios parceiros faz parte.
– Quando o filho permite que alguém frequente a casa dos pais é um sinal de que, para ele, aquele é um relacionamento importante. O problema é que para alguns pais assumir um compromisso assim é quase como romper o cordão umbilical de vez, e aí eles se sentem abandonados – explica.
Limite é bom e todo mundo gosta
Limites precisam ser determinados – e respeitados – para garantir a coexistência pacífica. Algumas regrinhas podem ajudar a dosar o relacionamento em casa, de acordo com especialistas, como quartos de portas abertas ou cada um em um cômodo. Mas se a visita passa a ser um incômodo, cabe aos pais controlar a situação.
– Eles são mais experientes em ocasiões de estresse, por isso o melhor é que descubram como ajustar as coisas sem invadir o espaço do filho. O que não pode é deixar que o filho faça o papel de mediador de conflitos – explica o psicólogo e especialista em relacionamentos Thiago de Almeida.
O ideal é que exista flexibilidade. Engolir alguns sapos também não é o fim do mundo, mas é preciso ter diplomacia e negociar com firmeza.
Dicas de convivência
Se seu filho ou filha traz o namorado para dentro de casa, a boa educação é bem-vinda para deixar o convívio ainda mais agradável ou evitar estresse no ambiente familiar.
:: É normal fazer uma ou outra visita no começo do namoro, mas entrar de vez na vida da família não é uma boa. Ensine seus filhos que passar dias e noites inteiros na casa do namorado, só depois de alguns meses. Para a especialista em etiqueta Virgínia Gargiulo, cada caso é um caso, mas seis meses é um período mais adequado para a convivência mais direta com a outra família.
:: Se o adolescente vai ficar mais de um dia na casa do namorado, oriente-o a organizar uma mala ou bolsa de roupas que seja suficiente. Pedir roupa emprestada para a sogra ou para a cunhada pode ser desconfortável.
:: Fale para as meninas que manter o banheiro organizado é fundamental. Oriente para que ela não esqueça peças de roupas íntimas por lá. Os meninos devem prestar atenção à tampa do vaso levantada.
:: Aparecer de camisola ou samba-canção à mesa do café da manhã não tem nada a ver. Segundo Gargiulo, circular nas áreas comuns da casa, só depois de devidamente vestido.
:: Se a situação está ruim mesmo em relação aos modos dos namorados, o melhor é chamar os dois para uma conversa franca. Ficar soltando indiretas pode piorar a situação.

Incompatíveis? Que nada : Até que ponto as diferenças podem ser instigantes e charmosas numa relação

 

 


Ela é adventista; Ele, ateu. Ela é pagodeira; ele se amarra em rock and roll. Ela arranca os cabelos por preocupações à toa; ele segue a rotina de um monge budista. Os casais parecem incompatíveis, mas estão no auge do amor. A ciência comprova o chavão: os opostos se atraem. O psicólogo Thiago de Almeida, especialista em relacionamentos amorosos e pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), constatou que as diferenças entre os indivíduos nem sempre são vistas como um entrave para novos relacionamentos.

Ao contrário: ainda que os jovens casais não resistam a "dar um Google" no pretendente ou dissecar o Orkut dele em busca de características - numa espécie de prévia para o ensaio do relacionamento - , a maioria das pessoas acredita que as particularidades de cada um podem instigar a curiosidade e o desejo para que a relação dê certo. Principalmente quando, além de aceitar as diferenças, cada parceiro aposta na admiração e ressalta as qualidades do outro.

O "Anexo D" ouviu histórias de romances que, num primeiro contato, tinham tudo para dar errado, mas que, com respeito e flexibilidade, os casais formaram relações sólidas e duradouras. E como saber até quando devemos apostar para superar os defeitos do outro em prol de um novo amor? Como construir o nós sem destruir o eu? Os especialistas respondem (veja números ao lado).


Saiba mais
57%: consideram que o relacionamento tem maior chance de dar certo quando o casal é diferente. Somente 19% discordam dessa afirmação.
74%: consideram que diferenças excessivas podem conturbar o relacionamento, preferindo então diferenças complementares.
75%: procuram pessoas com qualidades e defeitos previamente estabelecidos.
63%: rejeitam parceiros que, apesar de terem qualidades, tenham também defeitos considerados intoleráveis.
84%: consideram que a admiração é um elemento fundamental para um relacionamento.
77%: concordam que as qualidades de seu parceiro são o que mais atrai na relação.

Primeiro beijo é uma das experiência mais lembradas pelas pessoas ao longo da vida

Segundo estudo de universidade americana, acontecimento fica marcado na memória

Primeiro beijo é uma das experiência mais lembradas pelas pessoas ao longo da vida Hemínio Nunes/
Primeiro beijo é até mais lembrado do que a primeira relação sexual
 
Foto: Hemínio Nunes
Cada um tem um jeito de descrevê-lo. Em comum, a memória da cena. Segundo cientistas da Universidade do Texas, a experiência do primeiro beijo costuma se instalar como uma das memórias mais vivas que alguém carrega pelo resto da vida.
Segundo Sheril Kirshenbaum, cientista que ajudou a conduzir o estudo e autora do livro The science of kissing, ainda não publicado no Brasil, a experiência é tão marcante que costuma ser mais lembrada até mesmo do que a primeira relação sexual.
— Durante o primeiro beijo, estamos envolvidos com todos os nossos sentidos. Quanto mais significante e pessoal for a situação, mais fortes serão as nossas memórias — afirma, em entrevista ao Correio Braziliense.
Na pesquisa, Sheril analisou a corrente magnética dos cérebros de 60 homens e 70 mulheres enquanto elas eram expostas a diferentes imagens de pessoas se beijando e tendo relações sexuais. Como resultado, observou-se que, durante as cenas de beijo, as conexões das células nervosas do cérebro ocorriam em maior número, mostrando a maior importância para aquele tipo de experiência aos participantes do estudo.
Nem todos, porém, têm no primeiro beijo a memória mais importante de sua vida. É diferente a maneira como homens e mulheres lidam com a experiência. De acordo com Sheril, apesar de todos guardarem vivo na memória o primeiro beijo, diz que há uma diferença na forma como homens e mulheres costumam se relacionar com a experiência.
— As mulheres, quase sempre, obtêm menos satisfação porque esperam muito do momento — diz a cientista.
Segundo o mestre em comportamento cognitivo Thiago de Almeida, George tem razão quando enxerga o momento vivido com a colega de escola com a entrada na adolescência.
— Trata-se do primeiro contato de intimidade com outra pessoa e pode trazer muita apreensão e expectativa nas fases que o antecedem — afirma o autor do livro A arte da paquera: inspirações à realização afetiva (Letras do Brasil). — Isso tudo pode ser muito fantasiado, principalmente por influências da mídia. Parece ser fácil na televisão, mas na vida real tem uma dose de dificuldade para o adolescente e representa um ritual de passagem e um marco evolutivo psicológico — conclui.
E o excesso de cenas de sexo na televisão ou mesmo pela internet não poderia tirar das novas gerações um pouco da magia desse momento tão marcante? Para a autora do estudo, isso não deve ocorrer.
— Eu não acho que isso esteja sendo perdido. Um beijo entre duas pessoas cria uma conexão especial e fortalece o laço entre elas. É tão significativo hoje quanto tem sido ao longo da história — acredita a cientista Sheril Kirshenbaum.

sábado, 12 de novembro de 2011

Caia Fora desta Furada




Foto da notícia Caia Fora desta Furada | Mulheres Empreendedoras07/11/2011

Caia fora desta furada

O medo do desconhecido é o que mantém unidas as pessoas em relações falidas. ? Elas preferem ficar em uma relação ruim,mas conhecida,do que uma desconhecida que pode ser melhor?,diz psiquiatra.

Gisele Bortoleto

Um texto atribuído ao poeta e dramaturgo inglês Willian Shakespeare (1564-1616) diz assim: ? Aprendi que não posso exigir o amor de ninguém.Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim. E ter paciência para que a vida faça o resto.Eu aprendi que ignorar os fatos não os altera;que quando você planeja se nivelar com alguém,apenas está permitindo que essa pessoa continue a magoar você.?
Deveríamos tirar disso uma lição quando o assunto é relacionamento,em que os parceiros não são peças que se encaixam como num quebra-cabeças: ?Eu aprendi que não posso escolher como me sinto,mas posso escolher o que fazer a respeito?,diz o autor sobre como devemos agir se alguma coisa está nos fazendo mal.
Uma infinidade de parceiros,mesmo sabendo que o roteiro do filme não irá garantir um bom final,ainda hoje vive às voltas com separações e reconciliações e se contentam com migalhas.Na verdade, isso acontece porque esperamos que a simples condição de estar juntos- casados ou namorando ?resolva de modo mágico os problemas que aparecem nos nossos relacionamentos,e que o final será feliz como nos romances.
Pois saiba que não precisamos viver assim,podemos nós mesmos escrever o roteiro da vida que vamos levar. Para isso,o primeiro passo é nossa autovalorização,nos afastando da zona de conforto emocional que tanto nos faz sofrer,mesmo que não tenhamos consciência disso.
O psiquiatra e escritor Augusto Cury,recordista brasileiro de leitura entre os anos de 2001 e 2010,autor de livros como ? Dez Leis para Ser Feliz? e ? Nunca Desista de Seus Sonhos?(Ed. Sextante),diz que nada é tão belo quanto cultivar relações doentias.Isso não exige solução mágica: é necessário,segundo ele,educar a emoção,equipar o intelecto.
?Nada é tão belo quanto construir relações sociais saudáveis,fundamentadas em amor inteligente,elogio,apoio,diálogo,tranqüilidade,generosidade,investimento em sonhos e reconhecimento dos erros?,diz Cury. Nada é tão angustiante quanto construir relações saturadas de atritos,discórdias,cobranças,ansiedade,ciúme,controles ou medo da perda e insistir em se manter em uma relação assim.
O medo do desconhecido é o que mantém unidas as pessoas em relações falidas. ?Elas preferem ficar com uma relação ruim,mas conhecida,do que uma desconhecida que poderá ser melhor?,afirma o psiquiatra e psicanalista Luiz Alberto Py,autor de livros como ? A Felicidade é Aqui?, ?Saber Amar? e ?Olhar Acima do Horizonte?,(Ed. Rocco).
O resultado disso fatalmente será o sofrimento e a infelicidade .É certo que uma situação ruim obstrui e ocupa o espaço de uma possível relação boa. ?Tenha coragem de correr o risco,já que ele existe?,diz Py.Mas se avaliarmos corretamente o risco de forma racional,não haverá problemas.Eles irão ocorrer se a pessoa lidar com a situação de forma emocional.Os problemas do coração tendem a ser vistos emocionalmente,o que muitas vezes é um erro se considerarmos que a emoção engana.
Thiago de Almeida,psicólogo especialista em relacionamentos amorosos,autor do livro ? A arte da Paquera:Inspirações à Realização Afetiva(Ed. Letras do Brasil),diz que,quando estamos num relacionamento amoroso e as coisas não dão muito certo- no sentido de o outro não corresponder às nossas expectativas-,o que muitas vezes acontece é que a presença e aproximação do parceiro não se torna um fator benéfico- à medida que reforça essa aproximação intermitente.
Se você se enquadra em uma relação assim,saiba que está fazendo mais mal a si mesmo do que pode imaginar.Um relacionamento que não dá certo mas que ambas as partes insistem em perpetuar,pode causar danos psicológicos e ter até um impacto físico.Quando estamos em uma relação assim,varias idéias se formam em nossa cabeça.Há ?preguiça? de seguir para outro relacionamento ou mesmo ficar sozinho,por medo de sair da nossa zona de conforto psicológico que se forma.
? Avalie os prós e contras do parceiro e da relação? ,diz Almeida.Afaste os pensamentos negativos que irão surgir automaticamente,como: ? Só existe esta pessoa.? ?Estou velho demais para procurar uma coisa melhor?. ?O que os outros irão dizer se eu me separar?,entre outros tantos que fazem com que você se sabote e se mantenha em uma relação infeliz.
A psicanalista e escritora Beth Valentim,autora de livros como ?Essa tal felicidade?(Ed.Elevação) e ?Mequiel ? O caçador de Sonhos?,da editora Dunya,acredita que alguns casais insistem em ficar juntos porque possuem ?acertos? que não os deixa buscar a ?liberdade?. São pessoas que muitas vezes carregam o fardo do ?buraco afetivo? que,vazio,é preenchido com discórdia,brigas e reconciliações, e como algumas vezes,nesses casos,o sexo é bom quando fazem as pazes, ?vivem um relacionamento neurótico,entre tapas e beijos,que os fazem se sentir vivos?,explica Beth.
Essa sensação de agonia interior,segundo a psicanalista,pode levar a situações de desespero.Quem convive dessa maneira chega ao ponto de não mais se reconhecer.Perde a identidade e o objetivo de ser feliz é ínfimo perto do desejo de autodestruição. ?As doenças aparecem,as dores são até físicas,há problemas de estresse e uma melancolia profunda?,diz.
Certos casais terminam um namoro dessa maneira,por exemplo,e permanecem se encontrando vez por outra para discutir o passado.Precisam criar essas ciladas e inventam motivos para repassar essa doença,que só pode ser tratada em um consultório de psicoterapia. ? Trato de uma pessoa assim.Depois de seis meses que terminou o relacionamento o dois se esbarram e criam motivos de ciúme,coisas inventadas e fantasias para discutir uma relação que já passou?,explica Beth.E depois de ?aliviados?,e de maneira fantasiosa,alimentados por essa ?droga?,se despedem e descansam.
? O amor acontece em condições interpessoais,mas antes de amar alguém é preciso primeiro se amar?,diz a psicóloga Maria Amélia Mussi,terapeuta de casais e família.Essa é a condição para estabelecermos um relacionamento íntimo,estável e de boa qualidade.O amor é um sentimento que traz sensação boa,de paz e aconchego.
?Muitas vezes,as pessoas que não tem boa autoestima tendem a amar o oposto e a qualidade deste tipo de relação é duvidosa,ao passo que aquela que tem boa autoestima tende a construir relacionamentos amorosos melhores encaixados e mais gratificantes?,explica Maria Amélia.
Em vez de pedir amor,dê amor.Se não o receber de volta,significa que a relação afetiva acabou e não há o que fazer.
?Não nos casamos pensando em separação,mas quando isso acontece não devemos perder a esperança de encontrar um parceiro mais adeuqado?,diz.

Diário da Região,Revista Bem Estar , 21/08/2011