terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Ciúme, qual é a dosagem correta?


   


Considerado o “tempero do amor”, o ciúme, muitas vezes, pode ser uma ameaça a um relacionamento saudável. Mas, até que ponto o ciúme pode ser bom para uma relação?

O psicólogo Thiago de Almeida, especialista no tratamento das dificuldades do relacionamento amoroso, explica que o ciúme é um conjunto de emoções desencadeadas por sentimentos de alguma ameaça à estabilidade ou qualidade de um relacionamento íntimo valorizado e pode envolver sentimentos como medo, suspeição, desconfiança, angústia, ansiedade, raiva, rejeição, indignação, constrangimento e solidão, dentre outros, dependendo de cada pessoa.

“Todos nós cultivamos certo grau de ciúme. Pode-se ter ciúme de objetos, coisas, animais e pessoas, em diferentes intensidades e com relação ao mesmo objeto valorizado de múltiplas maneiras”.

O especialista explica que toda relação pressupõe que haja certa intensidade de ciúme e que, muitas vezes, ele pode ser saudável, pois pode ser uma motivação para investir mais em si mesmo e no outro. Inclusive, algumas pessoas  associam o ciúme a um indício de preocupação, amor e carinho. No entanto, esse sentimento, que parece ser inofensivo, poderá descambar para um tipo de ciúme possessivo chamado patológico.

Como diferenciar o ciúme normal do patológico?

De acordo com o psicólogo, quando o ciúme começa a atrapalhar a relação, se tornando maior que o amor e respeito, é necessário que haja uma reavaliação desse relacionamento. “‘Toda a relação amorosa, a princípio, pressupõe um grau de ciúmes saudável, por assim dizer. O problema é quando esse ciúme passa da dose ideal e esboça contornos paranoicos”, explica.

O psicólogo explica que o ciúme romântico, aquele que ocorre em relacionamentos amorosos, é constitutivo da natureza humana, de modo que todos nós seríamos ciumentos em maior ou em menor grau. “Ele pode ocorrer em quaisquer tipos de relacionamentos, mas está comumente associado aos relacionamentos amorosos”, explica.

Já o ciúme patológico envolve o medo excessivo de perder o parceiro para um rival, desconfiança excessiva e infundada, gerando significativos e sérios conflitos. “O ciúme patológico pode causar inúmeros transtornos no contexto de um relacionamento amoroso, podendo prejudicar, inclusive, outros âmbitos da vida de uma pessoa, como o social, o profissional, o familiar e o íntimo. Qualquer relação permeada pelo ciúme pode se caracterizar por violência, e esse aspecto se engrandece quando o ciúme é patológico”, esclarece.

Como lidar com o ciúme?



Almeida explica que é possível lidar com o ciúme de forma saudável, por meio da reflexão sobre esse sentimento. “A pergunta: ‘por que sinto que Fulano (a) é uma ameaça para o meu relacionamento?’ pode ser altamente reveladora. Se a pergunta for respondida com sinceridade, o ciumento irá descobrir seus pontos fracos, aspectos talvez primitivos de si mesmo que ele próprio desvaloriza, mas não conseguiu desenvolver. Ao perceber isso, o ciumento pode buscar fortalecer seus pontos fracos e se tornar uma pessoa mais completa, melhorando, inclusive, sua autoestima”, aconselha.

O especialista ainda explica que o ciúme pode ser um pretexto para controlar o parceiro, o que pode prejudicar o seu bem-estar e até causar o rompimento da relação. “Pessoas alvo de ciumentos sofrem tanto emocionalmente, como fisicamente, pois muitas vezes são vítimas de violência física, são profundamente afetados e acabam perdendo o humor, assim como a capacidade de concentração, a energia, o trabalho e a saúde, dentre outras coisas. Muitas vezes, o (a) parceiro (a) da relação não aguenta tanta pressão e acaba se separando”.

Existe tratamento para o ciúme?

Assim como as pessoas que são alvo de ciúme, o ciumento também sofre com esse sentimento, pois elas permanecem ambivalentes entre o amor e a desconfiança de seu parceiro. Almeida explica que os ciumentos conflitam entre o medo de descobrir a infidelidade real dos seus parceiros e, não ocorrendo a situação da infidelidade, descobrir que sofre de uma forma de um delírio de ciúme. “Nesses casos, é importante a ajuda de um profissional para ajudar o ciumento a ter controle sobre seus sentimentos, pensamentos e ações”.

O psicólogo esclarece que o tratamento para o ciúme excessivo visa retomar a confiança do ciumento, visto que "por meio de observações cotidianas e de casos clínicos, pode-se hipotetizar que, quando o homem confia nele mesmo, tende a confiar no mundo e na (o) parceira (o)".

“As propostas psicoterapêuticas podem ser conduzidas no sentido de rever crenças limitantes e criar outras, mais saudáveis, elaborando feridas psíquicas. É necessário melhorar a autoestima da pessoa que sofre de ciúme patológico, rever sua estrutura familiar, seu relacionamento com figuras parentais e a visão que tem de si mesma, buscando fortalecer seus pontos fracos e valorizar seus pontos fortes”, conclui.



Dr. Thiago de Almeida, psicólogo especialista no tratamento das dificuldades do relacionamento amoroso e autor de vários livros sobre o assunto.

Contato: http://www.thiagodealmeida.com.br/site/

Fontes: 

http://www.istoe.com.br/reportagens/221485_O+LADO+TRAGICO+DO+CIUME

http://opiniaoenoticia.com.br/vida/comportamento/ciume-quando-o-sentimento-se-transforma-em-doenca/


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Brigas e crises nem sempre significam o fim da relação: entenda porquê

Não importa se o casal está junto há 5, 10, 20 anos ou até mais. O fato é que a qualquer tempo o fim de uma relação é sempre uma experiência dolorosa. Por isso, às vezes nos fazemos de cegos, fingindo que o amor é o mesmo, que ainda há vontade de ficar próximo, de saber como foi o dia... Os sinais de que o relacionamento acabou estão presentes no dia a dia, mas não é fácil identificá-los, pois brigas e crises nem sempre são sinais do fim. Cabe a cada um a tarefa de saber como identificá-los.

Pessoas maduras têm, naturalmente, independentemente do tempo de relacionamento, maior dificuldade de colocar fim a um relacionamento. O instrutor e membro da Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística (SBPNL) Alexandre Bortoletto diz que existe um desgaste natural do tempo e dos interesses em grandes relacionamentos. O que mantém o casal não é o tempo, mas a cumplicidade e os objetivos de estarem juntos. "O oposto do amor não é o ódio, mas o desinteresse. Se não há mais interesse de alguma das partes de estar perto e com o parceiro, esse é um sinal de que amor está se esfarelando. Culpa, dogmas religiosos ('não pode divorciar', conceitos que vêm dos pais), o medo de ficar sozinho, de achar que perde mais do que ganha e o medo da solidão são os fatores mais comuns que impedem pessoas de por um ponto final na relação. Apenas o interesse, a preocupação, o ‘fazer algum sentido’ são as chaves que seguram qualquer relacionamento", enfatiza Bortoletto.

É importante, portanto, saber diferenciar o fim iminente de uma simples crise passageira. "Na Neurolinguística, acreditamos que uma crise é um ótimo momento pra mudar alguma coisa. Veladamente, assumimos um contrato quando casamos. Além do de papel, há o contrato moral, emocional. Este, no entanto, muda toda vez que aparecem as crises. Todo revés e toda crise são oportunidades de rever o contrato. Alguma coisa na relação não está fazendo bem para ambas as partes. Quando o problema é resolvido, o casal volta melhor até do que estava antes. As crises são importantes, pois forçam a mudar o que está estabilizado para melhor. O indicador do fim não é a briga, mas a falta de interesse, de desejos em todos os níveis", avalia Alexandre.


Reprodução

É importante saber diferenciar o fim iminente de uma simples crise passageira


Tempo não significa fracasso

Para os especialistas em relacionamento humano, não é exatamente o tempo que azeda a relação de gente tão apaixonada. Por isso, não tenha medo dos aniversários de casamento: dois, cinco ou sete anos são apenas números cabalísticos. ‘‘Não existe uma data marcada para um relacionamento começar a desmoronar’’, sentencia o psicólogo Thiago de Almeida, especialista em crises de relacionamento. ‘‘Em geral, existe alguma novidade que causa estranhamento entre os parceiros, mas há recursos para enfrentar isso’’, orienta.

O planejamento dos filhos, segundo Almeida, é um dos motivos que podem levar à desunião. ‘‘Não é que um filho separe ou junte o casal, mas muda a rotina dele. E o problema é que algumas mulheres estão mais preparadas para ser mães; outras, para ser companheiras’’, analisa.

Fases

Doutor em psicologia pela USP e autor de três livros sobre conflitos amorosos, Ailton Amélio da Silva diz que a relação tem fases previsíveis, daí o mito das datas perigosas. ‘‘O que as pessoas chamam de crise dos sete anos, por exemplo, pode ser só um momento que coincide com a vinda dos filhos. A culpa não é da passagem dos anos, é dos acontecimentos’’, diz. Para outros, em dois anos, quando vence a validade da paixão, ainda não há maturidade para viver o amor, que seria um estágio mais calmo da relação, segundo Silva. ‘‘Aí o sexo enfraquece, vem a traição, um outro motivo de crise’’.

Na avaliação da advogada Renata Guimarães, do ramo do direito de família, as traições não são mais as principais responsáveis pelos conflitos conjugais. ‘‘Com o tempo, o casal muda profissionalmente e os filhos crescem. E aí os parceiros se distanciam, optam pela separação. Nos últimos anos, em vez de armar um 'barraco' por causa de uma traição, como acontecia nos anos 90, eles passaram a fazer acordos mais amigáveis para expressar esse distanciamento’’, revela.

Rotina como aliada

A psicóloga Lidia Aratangy, terapeuta de casais há mais de 30 anos e autora de três livros sobre o tema, sai em defesa da rotina - apontada por muitos casais como pivô das separações. ‘‘Rotina existe para facilitar a nossa vida, não é negativa. Além disso, todo mundo é diferente a cada semana. O problema é que ninguém se conhece o suficiente para ser transparente com o outro’’, analisa. Segundo Lidia, o que faz com que uma crise leve ao fim do relacionamento é a própria fantasia da perfeição. ‘‘Não é só um casal conhecido que passa por esse estigma da perfeição, por esse mito de existir a metade perfeita da laranja. No fundo, é difícil um casal descobrir que é igual aos outros.’’

Para alguns casais, conflitos conjugais representam sinais de que não há mais motivos para insistir na união. ‘‘A longa convivência faz com que o casal perca o interesse social e sexual. Tudo enjoa’’, diz ela. ‘‘A mulher se lembra de datas importantes, o marido não. Ela quer dar atenção à casa e aos filhos, e ele se esquece disso’’, completa.