terça-feira, 12 de novembro de 2013

O drama de quem perdeu a família, o emprego e até a saúde para atender a um desejo insaciável e doentio. Como identificar e tratar esse distúrbio do prazer

Ricardo, engenheiro carioca de 41 anos, passou grande parte de seus anos de faculdade na noite. Saía desde terça-feira e se achava um garanhão: fazia sucesso com as amigas dos amigos. Quando não havia mais a quem ser apresentado, Ricardo passou a dedicar cada vez mais tempo a encontrar novas parceiras. Os amigos, as conversas e mesmo os estudos foram ficando para trás. A qualquer lugar que ia, sua preocupação era encontrar mulheres. A urgência era tão grande que um dia foi pego por um policial fazendo sexo com uma mulher dentro do carro, na Lagoa Rodrigo de Freitas. Por pouco não foi parar na delegacia. Desconfiou que tinha um problema quando a fixação no sexo o levou a trancar a faculdade. 

• Mário, um profissional de saúde paranaense de 40 anos, tinha um bom relacionamento com a mulher, mas sempre se sentiu atraído por homens. Nunca transformara o desejo em prática, até que, num bate-papo on-line, marcou encontro com um desconhecido. Depois do primeiro, seguiram-se vários nos dois anos seguintes. Em uma semana, foram oito. Mário nem sabia seus nomes. Envergonhava-se daquele comportamento e o escondia. Um dia, descuidou-se. Deixou o programa de chat aberto no computador. A mulher descobriu e, arrasada, pediu a separação. Depois do divórcio, Mário entrou em depressão, começou a beber e, com medo de se tornar dependente de álcool, decidiu buscar ajuda. Descobriu no Alcoólicos Anônimos que seu problema não era a bebida, mas o sexo.
• Hugo, um corretor de seguros de 40 anos, de Fortaleza, tentou três vezes seduzir a própria sogra. Colocou a culpa na bebida, mas era só a fantasia crescendo. Quando ia para a praia, tinha de se masturbar no mar e, mesmo casado, tinha relações com várias mulheres, prostitutas entre elas. Chegou a pagar passagem de avião e hospedagem para uma delas visitá-lo. Um dia, voltando de uma festa em que não tinha ficado com ninguém, decidiu passar pela Avenida Beira-Mar, ponto de programas. Com o cartão de crédito estourado e sem dinheiro no banco, foi parar na casa de uma prostituta na favela e pagou com um tíquete-refeição. Nesse momento, percebeu que sua relação com o sexo não era como a de seus amigos. 
• Caio, um produtor musical de 48 anos, de São Paulo, viu sua vida sexual com a mulher murchar depois do nascimento da primeira filha. Na mesma época, suas viagens a trabalho se intensificaram. Longe de casa, num ambiente de festas, drogas e sexo, começou a ter aventuras. Durante a semana, voltava para a família e se acalmava. Mas a ansiedade por novos encontros aumentou, e Caio chegou a se hospedar sozinho num hotel em São Paulo em busca de mulheres. Numa das viagens de trabalho, numa festa, bebeu um pouco a mais e acabou ficando com um homem, mesmo sem nunca ter tido experiências homossexuais. Sua mulher desconfiou quando descobriu uma doença venérea.

• Cátia, uma economista de 54 anos que mora no Rio de Janeiro, não teve muitos parceiros. Mas sua vida era tragada pelo sexo dentro dos relacionamentos. Passou uma semana trancada no quarto, deixando para trás o trabalho num órgão público e o cuidado com as duas filhas. A necessidade de sexo se sobrepunha até às orientações médicas de parar de transar durante tratamentos ginecológicos. Depois de várias relações intensas e destrutivas, Cátia perdeu o controle sobre o próprio desejo. Com o fim do último relacionamento, passou a se masturbar dirigindo e também no ambiente de trabalho.

Dependência de sexo, comportamento sexual compulsivo e transtorno hipersexual. Há dúvidas sobre como classificar o distúrbio de Ricardo, Mário, Hugo, Caio e Cátia (os nomes são falsos), que acabaram buscando ajuda médica ou psicológica. O debate sobre o que os aflige acontece há mais de um século. A primeira referência vem do psiquiatra alemão Richard von Krafft-Ebing, em seu livro Psicopatias sexuais, de 1886. Na obra, ele tenta categorizar o que chama de “desvios sexuais”. Discute a homossexualidade, o sadismo, o fetichismo e o que antigamente se chamava de ninfomania, o excesso feminino de sexo. Muitos dos comportamentos que Krafft-Ebing descreveu deixaram de ser considerados patológicos ao longo dos anos, das mudanças sociais e do avanço das pesquisas. O caso mais notório é a homossexualidade.

Mas o “desejo sexual excessivo” entrou para o rol do Código Internacional de Doenças, publicado pela Organização Mundial da Saúde. A quarta edição do Manual estatístico de doenças mentais (DSM, na sigla em inglês), a referência dos diagnósticos psiquiátricos, não tem uma categoria própria para o problema. Cita o comportamento sexual excessivo entre os “transtornos sexuais não especificados”. A próxima edição do DSM, prevista para 2013, deverá incluir uma menção a “transtorno hipersexual”.

É pouco provável, porém, que a nova classificação encerre o debate. Por dois motivos. Primeiro, porque sempre foi e será difícil estabelecer os parâmetros de normalidade do comportamento sexual humano. Não existe um limite ideal para o número de orgasmos ou para o tempo gasto com fantasias ou relações sexuais. Segundo, porque a quantidade de sexo, como sugere o termo “hipersexualidade”, não é o fator decisivo para o diagnóstico. “A dependência sexual não tem a ver com a intensidade da atividade sexual. Nem com sua frequência”, disse a ÉPOCA o psicólogo americano Patrick Carnes, fundador do International Institute for Trauma and Addiction Professionals e um dos pioneiros do estudo da dependência sexual. “A principal marca do vício são as consequências que alguém sofre por causa de sua atividade sexual.” Se a pessoa perde o emprego, para de estudar ou se afasta da família por causa do sexo, é sinal de que há algo errado. “Quando alguém passa todo o tempo pensando em sexo, planejando, fazendo e se arrependendo, em vez de trabalhar, curtir a família, os amigos e outras atividades prazerosas, é um problema”, afirma Carnes.

Sexo, crack e cocaína 

Ricardo, Mário, Hugo, Caio e Cátia consideram-se dependentes de sexo. Em muitos momentos, referem-se ao sexo como os dependentes químicos falam do álcool ou da cocaína, sempre exigindo doses mais altas em intervalos cada vez menores. “Foi como injetar droga na veia”, diz Ricardo. “Cada um acha o barato que encaixa melhor.” Ou Mário: “Prometia que não faria mais, mas não conseguia. Era infinitamente mais forte que eu”. Hugo diz que, na recuperação, teve síndrome de abstinência, com insônia. “Eu me sentia refém. Era uma vontade interminável que não se satisfazia”, diz Cátia.

É possível depender de sexo como de cocaína ou crack? Para alguns cientistas, apenas o vício gerado por substâncias externas pode ser chamado de dependência. Outros afirmam que as pessoas podem viciar-se em sexo e outros comportamentos. As alterações químicas do cérebro durante o ato sexual justificam essa interpretação mais ampla da dependência. O orgasmo ativa, no cérebro, o mesmo circuito do prazer que as drogas e, como elas, libera a mesma substância neurotransmissora, a dopamina. O uso repetido de drogas pode modificar a estrutura e a função desse circuito cerebral, gerando as características da dependência: aumento de tolerância à substância, crise de abstinência, compulsão e recaída.

Ainda não há estudos que mostrem que o sexo seja capaz de promover esse tipo de alteração neurológica. Mas há motivos para acreditar que fatores biológicos tenham participação no excesso de sexo. Alguns tipos de demência podem causar um aumento do desejo sexual. Certos remédios usados no tratamento de mal de Parkinson também podem elevar a libido. Eles alteram o efeito da dopamina, o mesmo neurotransmissor do prazer sexual. “Isso reforça a ideia de que existe algo diferente no funcionamento do cérebro de quem é compulsivo por sexo”, diz o psiquiatra Marco de Tubino Scanavino, responsável pelo Ambulatório de Impulso Sexual Excessivo do Hospital das Clínicas (HC), em São Paulo.
A química do cérebro é, porém, apenas parte da explicação para o problema de Ricardo, Mário, Hugo, Caio e Cátia. Assim como nem todas as pessoas que experimentam drogas ficam dependentes, apenas uma pequena parcela da população sexualmente ativa desenvolve uma compulsão por sexo. O psicólogo Patrick Carnes estima que 3% a 6% das pessoas se enquadrem nessa categoria. Isso significaria, no Brasil, mais de 9 milhões de pessoas. A grande maioria homens – o sexo masculino representa entre 80% e 90% dos dependentes, segundo estudos.

Gostar de fazer sexo – e fazer com muita frequência – não significa uma relação de dependência com esse tipo de prazer. Celebridades que já se declararam “viciadas em sexo”, como o rapper Kanye West, o ator Michael Douglas, o golfista Tiger Woods e a apresentadora Adriane Galisteu (leia o quadro ao lado), dificilmente se encaixam nesse perfil. “Essas celebridades que se dizem viciadas em sexo estão banalizando o conceito”, afirma o psicólogo Thiago de Almeida, especialista em questões de relacionamento. Em geral, os famosos têm muito mais oportunidades que alguém comum de fazer sexo porque são mais admirados e assediados. E podem, se quiserem, aproveitar-se disso, relacionando-se com vários parceiros. Eles podem até se apropriar do diagnóstico para justificar escapadas conjugais e tentar reverter uma crise de imagem. Foi o que fez o parlamentar americano Anthony Wiener, que procurou tratamento depois que suas fotos e mensagens de conteúdo sexual para usuárias do Twitter foram descobertas. Esse comportamento não torna essas pessoas dependentes, no sentido clínico.

Como identificar a dependência? 
“Ter uma expressão maior da sexualidade, em si, não é um problema”, diz o psicólogo Oswaldo Rodrigues Junior, diretor da Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana. “O problema fica flagrante quando essa sexualidade não está funcionando a favor da pessoa e prejudica outras áreas da vida.” Ricardo patinou no início da carreira – justamente no período em que deveria ter mais gás para trabalhar – porque estava totalmente fixado em sexo. Para manter a busca por parceiros, Mário terceirizou o gerenciamento de sua clínica, foi passado para trás e perdeu pacientes. Por causa do vício, Hugo foi preterido em diversas oportunidades de promoção e acabou demitido da empresa multinacional em que trabalhava. Caio não teve problemas no trabalho, mas suas mentiras e traições por pouco não arruinaram seu convívio com a família. Cátia foi ao fundo do poço emocional com o fim do último namoro, há sete anos, e não se envolveu mais com ninguém.

Nem sempre quem sofre de dependência sexual consegue identificá-la com facilidade. “Em geral, o comportamento compulsivo começa no final da adolescência, início da vida adulta, e vai se agravando ao longo dos anos. Por isso, é difícil reconhecê-lo logo de cara”, diz o psiquiatra Marco Scanavino. O filme Shame (Vergonha), que estreará no Brasil em 2 de março, mostra esse processo de degradação relacionado à dependência sexual. No início da trama, Brandon Sullivan (interpretado por Michael Fassbender) é um jovem nova-iorquino de 30 e poucos anos, bem-sucedido, boa-pinta, que paquera as moças no metrô e conquista as gatinhas da balada. À medida que o enredo avança, Sullivan revela-se incapaz de criar relações com outras pessoas e de conter seus impulsos sexuais. Esse descontrole, como anuncia o tom sombrio do filme, leva-o a consequências trágicas. O diretor Steve McQueen foge dos julgamentos morais simplificados. O ponto principal do filme não é o comportamento sexual de Sullivan, que recorre à prostituição, à pornografia on-line, à masturbação e às relações casuais. Mas sim a insatisfação que permanece mesmo depois de tanto sexo. É comum alguém com compulsão sexual sentir um vazio, mal-estar ou desânimo assim que o orgasmo termina.
Esses sentimentos negativos após o ato refletem, em geral, duas situações problemáticas, segundo os psiquiatras. A primeira é o uso inadequado do sexo. As relações sexuais são um meio de reprodução, uma fonte de prazer e uma forma de estreitar a relação com o parceiro. E não uma forma de buscar aprovação do parceiro, diminuir a ansiedade antes de uma prova ou descarregar depois de uma bronca do chefe. Eventualmente, o sexo pode até cumprir essas funções. Mas não pode ser a única estratégia do indivíduo para lidar com essas questões corriqueiras. “O sexo, em si, não é bom ou ruim”, afirma o psiquiatra Aderbal Vieira Junior, coordenador do Ambulatório de Tratamento do Sexo Patológico da Universidade Federal de São Paulo. “O que faz diferença é o sentido que atribuímos a ele. E é esse sentido que os pacientes precisam resgatar.”

O produtor Caio descobriu, em sessões de terapia, os motivos por trás de suas escapadas. “Tinha a ver com uma busca por aprovação e sucesso”, diz. “Precisava seduzir as meninas para me sentir vitorioso.” A economista Cátia concluiu, em sessões do grupo Dependentes de Amor e Sexo Anônimos (Dasa), que trocava sexo por afeto com seus parceiros, em relações destrutivas. “Usava o sexo para me automedicar”, afirma Hugo. Ele se refere às alterações químicas provocadas pelo sexo em seu cérebro. Num processo semelhante ao que ocorre com os dependentes químicos, Hugo precisava da “droga” não para ficar bem, mas para se sentir apenas normal.

O sexo entrou cedo na vida de Hugo. Cedo demais. Quando tinha 5 anos, a filha de um casal amigo de seus pais, então com 17, 18 anos, abusou dele. Embora não seja regra, o abuso sexual na infância e na adolescência pode aumentar a predisposição à compulsão sexual na vida adulta. Outro fator de risco, segundo estudos, é ter um histórico de dependência próprio ou na família. Esse foi o caso de Ricardo, cujo pai era alcoólatra, e de Cátia, que tem três irmãos dependentes químicos. Ser compulsivo em outros comportamentos – como compras ou comida – também aumenta as chances, assim como ter outras condições psiquiátricas, como transtorno de ansiedade ou de deficit de atenção.
Além do uso inadequado do sexo, a segunda causa para sentimentos negativos após o ato sexual é o descasamento entre o comportamento da pessoa e seus próprios valores. “Tinha uma atitude que não queria ter, mas não conseguia conter, e me sentia mal depois”, diz Hugo sobre as traições. Essa falha em atender às expectativas internas é uma fonte de estresse e mal-estar. Arrependimento, culpa e vergonha são palavras comuns entre os compulsivos para descrever o que sentem depois de fantasiar, se masturbar ou trair. Mesmo olhar pornografia ou se excitar no banheiro despertam essa reação negativa. Apesar de menos danosos para os relacionamentos do que uma traição, esses comportamentos são problemáticos para quem tem dependência, porque mantêm o padrão compulsivo.

Ter sentimentos ruins relacionados ao sexo é um importante critério para o diagnóstico da dependência sexual. “É preciso cuidado para não emprestar o discurso médico ao discurso moral”, diz o psiquiatra Aderbal Junior. “O padrão aparentemente disfuncional em relação ao sexo pode não ser dependência, mas escolha.” Para ele, o trabalho do profissional de saúde é ajudar as pessoas a adequar seus comportamentos a seus projetos de vida – não às regras morais da sociedade. Segundo esse raciocínio, só é dependente sexual quem se reconhece como tal – e procura ajuda.

Para quem está em dúvida, os médicos brasileiros adaptaram um teste elaborado pelo psicólogo americano Patrick Carnes nos anos 1980 (faça o teste abaixo). A escala é usada pelos profissionais de saúde para levantar indícios do problema.
Pornografia On-Line 
Em grande parte das vezes, não é o próprio dependente quem procura socorro. Segundo um estudo do psiquiatra americano Stephen Levine que será publicado neste mês na revista Neuropsychiatry, os homens – a maioria entre os compulsivos sexuais – acabam indo buscar ajuda intimados pelas parceiras. Foi o caso de Caio, que chegou ao psiquiatra por indicação do ginecologista que atendeu sua mulher. Ela tinha ido fazer o tratamento para a doença venérea que o marido lhe transmitira.

Um dos sinais que merecem atenção é o uso de pornografia, especialmente on-line. Alguns especialistas chegaram a dizer que o mundo digital é o “crack da compulsão sexual”. Mas a internet, sozinha, não é capaz de causar uma dependência de sexo. “A pornografia na internet e a masturbação, por si sós, não são um problema”, diz Carnes. A facilidade de acesso a conteúdo adulto pode, é claro, ser tentadora para quem já tem dificuldade de controlar seus impulsos. Hugo começou a frequentar com sua mulher um grupo de reflexão de casais na igreja. Várias vezes chegava atrasado porque não conseguia sair de casa a tempo. Ficava navegando por páginas pornográficas. Desde que entrou para o Dasa, decidiu usar o computador apenas quando tem alguém por perto. No grupo anônimo, os integrantes são incentivados a analisar o próprio comportamento e a estabelecer estratégias para lidar com a compulsão num programa de 12 passos, nos moldes do criado pelos Alcoólicos Anônimos na década de 1930, nos Estados Unidos.

Também em recuperação no Dasa, o paranaense Mário deixou de usar identidades falsas na rede. Era com uma conta secreta que ele marcava seus encontros com outros homens. No início, Mário até tentou falar sobre seu desejo por homens com a mulher, mas ela não quis ouvir. “Temos um ditado na irmandade: o tamanho de sua compulsão é o tamanho de seu segredo”, afirma Mário. “Como não podia falar, como tinha de ficar em sigilo, aquilo era uma fonte de sofrimento, vergonha e ansiedade.”

Uma das principais dificuldades para o tratamento adequado do vício em sexo é a falta de um interlocutor para falar do problema. Há poucos centros de atendimento especializado, como o Ambulatório de Impulso Sexual Excessivo do Hospital das Clínicas e o Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes da Unifesp, ambos em São Paulo, e poucos profissionais de saúde que saibam lidar com o tema. “Por isso, muitas vezes grupos como o Dasa acabam sendo a única alternativa”, afirma o psicólogo Oswaldo Rodrigues Junior.
Com mais informações disponíveis a respeito da dependência sexual, é provável que pessoas como Ricardo, Mário, Hugo, Caio e Cátia busquem tratamento mais cedo. E possam falar mais abertamente de seu problema. “Quando se fala em compulsão sexual, as pessoas levam para a brincadeira ou para o lado moral”, diz Hugo. “Muitos ainda dizem que não existe, mas só quem viveu sabe como é ruim.”

FONTE: Revista Época

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