quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Relações nem tão abertas - O que é o poliamor?

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

 
 Lézio Jr.
 
 
A relação aberta, também conhecida como poliamor, é uma das inúmeras formas de amar. Esse tipo de relacionamento permite que o parceiro fique com quem quiser, não há fidelidade. Isso não quer dizer que não haja honestidade, pelo contrário: o poliamor tem como princípio que todas as pessoas envolvidas estejam a par da situação e se sintam confortáveis.

Para o poliamorista, não há idealização do parceiro. É por isso que não exige exclusividade nas relações. Esse tipo de relação vai além da relação sexual, pois a ideia principal é admitir uma variedade de sentimentos que se desenvolvem em relação a várias pessoas. Outros termos, como “amizade colorida”, “amizade com benefícios” e “amizade com privilégios” também são usados para definir esse tipo de relacionamento.

Mas, embora pareça que o poliamor apresente aos adeptos muitas vantagens, como a liberdade de se envolver com mais de uma pessoa, a monogamia ainda é o tipo de relacionamento que prevalece na sociedade. Para o psicólogo Thiago de Almeida, especialista em relacionamentos amorosos, uma das vantagens desse tipo de amor, que também pode ser chamado de amor lúdico, ou seja, voltado para a brincadeira, curtição, é a satisfação. “Se há satisfação no relacionamento, a relação perdura”, afirma.

Existem estudos que dizem que não somos monogâmicos. Segundo a psicóloga e escritora Beth Valentim, autora de livros como “Essa tal felicidade” (Elevação) e “Mequiel - O caçador de sonhos” (Dunya), esse estado é social e cultural. “Aprendemos a nos fidelizar de alguma maneira e, na verdade, os instintos não são desse sistema. A relação aberta impõe a perda da tal monogamia. Se existe confiança, amor, paixão, o casal estará vivendo sentimentos únicos.

Relacionamento aberto pode ser entre duas pessoas, somente. Também pode existir uma terceira e quarta pessoa, vai depender dos sentimentos envolvidos. E a relação chamada estável, também. Tanto podem ter os indivíduos em monogamia como com relacionamentos extra-casa”, explica.

A especialista em relacionamentos Rosana Braga, autora dos livros “O Poder da Gentileza” (Quality Mark) e “Faça o Amor Valer a Pena” (Gente), diz que, na nossa cultura, em que a monogamia é muito valorizada, até por questões religiosas e tradições, ainda são poucos os casais que optam pela relação aberta, se comparados com o número que opta pela monogamia.“Podemos concluir que, ao pesar os prós e os contras de uma relação aberta, a maioria dos casais ainda acredita que os contras pesam mais”, diz.

“No geral, uma relação aberta preconiza que os dois podem se envolver sexualmente com quem quiser, sem ter de dar satisfação ao outro e sem que isso seja considerado traição. Já a monogamia preconiza fidelidade sexual e afetiva, e se um dos dois quebrar esta regra, será considerada uma traição”, explica.

A relação aberta também pode trazer uma certa insegurança, principalmente em relação à perda. Esse é um risco que existe em qualquer relação, mas, no poliamor, a chance de um dos dois se apaixonar por uma terceira pessoa é maior. Rosana diz que teoricamente ou matematicamente existe um risco maior em relação à perda. Mas a especialista em relacionamentos afirma que não é uma regra. Isso porque quem escolhe este tipo de relação pensa e enxerga os envolvimentos de uma forma um tanto diferente de quem não opta.

“Em princípio, alegam que o fato de terem liberdade serve justamente para tornar mais forte o vínculo com a pessoa escolhida como matriz, ou seja, aquela com quem se considera ter um relacionamento fixo.”
A duração desse tipo de relacionamento, segundo Rosana, também não é uma regra. A especialista diz que como não são muitas as pessoas que aceitam esse tipo de relação, é provável que quem encontra alguém com o mesmo desejo tenha uma grande identificação.

“O fato é que não se trata de mudança de parceria e sim de soma de parceria. A pessoa tem um relacionamento fixo, mas tem também autorização para encontros paralelos”, diz. Para a escritora, é possível que uma relação aberta tenha um final feliz, desde que os dois se sintam à vontade com a situação e, sobretudo, satisfeitos, tranquilos. “O difícil é encontrar esse tipo de pessoa.”

 
 
 


terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Por que no Brasil o Dia dos Namorados não é em fevereiro?

No Brasil, o Dia dos Namorados é comemorado em 12 de junho - para os católicos, véspera do dia dedicado a Santo Antônio, também conhecido pela fama de "casamenteiro". Mas em boa parte do mundo, principalmente em países do hemisfério norte, a data é celebrada em 14 de fevereiro, naquele que é denominado Dia de São Valentim. Mas você sabe como tudo começou? E qual o motivo de em nosso país comemorarmos esse dia em uma ocasião diferente da maioria dos outros povos?
Segundo o psicólogo, pesquisador e especialista em relacionamentos amorosos Thiago de Almeida, as origens do Dia dos Namorados estão no século IV a.C., com a festa romana feita em homenagem ao deus Lubercus, o Festival de Lupercalia. Naquela época, o festival, que ocorria em fevereiro, servia para que a população pedisse proteção aos pastores e abundância nas colheitas. Contudo, durante a festa, havia um jarro de cerâmica com os nomes das moças da região para que os rapazes pudessem escolher quem seria a companheira para as festividades do dia e de outros eventos até o próximo ano. Alguns pares, em função da convivência e da proximidade, apaixonavam-se e acabavam se casando.
"Este festival durou cerca de 800 anos, porém foi alterado com o surgimento do cristianismo: ao invés dos nomes das moças, a Igreja Católica começou a usar os nomes dos santos. O deus homenageado também foi trocado. Lubercus era um deus pagão e, portanto, impróprio para a ideologia cristã. Foi em função disso que surgiu a ideia de santificar o presbítero Valentim", explica Almeida.
Porém, a substituição não foi tranquila. Naquela época (aproximadamente no século II d.C.), o imperador romano Claudius não suportava e ideia de que São Valentim pudesse ser mais popular pregando a existência de apenas um Deus, pois, na visão dele, tal popularidade poderia tirá-lo do poder. Além disso, achava um desrespeito com os deuses romanos a ideia de haver um único Deus, e proibiu o casamento para que os soldados não sentissem saudades de casa. As pessoas que negavam o politeísmo, inclusive São Valentim, eram perseguidas, aprisionadas e torturadas.
Mesmo assim, havia aqueles que não concordavam com o imperador. "Os apaixonados encontraram refúgio no presbítero Valentim. Ele havia sido o único no Império que continuava a celebrar casamentos", conta Almeida. Mas, quando o imperador descobriu a audácia de Valentim, colocou-o na prisão. Contudo, mesmo encarcerado o presbítero continuou a realizar conversões e a louvar a Deus, o que levou Claudius a querer decapitá-lo.
Diz a lenda que, antes de morrer, no dia 14 de fevereiro de 269 d.C. (na véspera do Festival de Lupercalia), Valentim se disse apaixonado pela filha do guarda da prisão, que era cega. A moça levava refeições diariamente para os prisioneiros e foi ela quem recebeu a última carta de Valentim, que, ao se despedir, fez com que ela pudesse enxergar. Na carta de despedida estava assinado: "seu eterno Valentim" (frase que ainda é impressa em cartões do dia de São Valentim).
Mesmo sendo a data mais reconhecida em todo mundo para comemorar o dia dos apaixonados, há vários países que comemoram o amor dos casais em ocasiões diferentes. Afinal, como outras histórias, esta não chegou a ser difundida em todas as culturas. No Brasil, por exemplo, até 1949 não existia data no calendário para festejar o romance entre namorados, pretendentes e apaixonados.
De acordo com Thiago de Almeida, apesar do dia 12 de junho ser exatamente a véspera do dia de Santo Antônio, o fato do dia dos namorados ser em junho tem relação com a questão comercial - até então, esse era um mês de mercado pouco aquecido, considerado o mais fraco para o comércio. "Para melhorar as vendas, um publicitário de nome João Dória, ligado à agência Standard Propaganda, lançou, a pedido da extinta loja Clipper, uma campanha para melhorar as vendas de junho. A campanha, com o apoio da Confederação do Comércio de São Paulo, consistiu na mudança do dia de São Valentim para o dia 12 de junho com o slogan: 'não é só de beijos que vive o amor'", relata o pesquisador.
A campanha publicitária fez com que as vendas subissem consideravelmente. A data foi criada pelo comércio paulista e depois assumida por todo o comércio brasileiro para reproduzir o mesmo efeito que o dia de São Valentim tem no Hemisfério Norte e, é claro, incentivar a troca de presentes entre os enamorados.

Casar de novo Depois da separação, vale a pena investir no casamento mais uma vez?

Por Ilana Ramos
14/02/2012  

O Dia dos Namorados é celebrado hoje, dia 14 de fevereiro, em grande parte do mundo. Uma das lendas diz que a data é em homenagem ao dia da morte de São Valentim, condenado pela defesa do amor e do casamento, mesmo em tempos de guerra. E assim como o santo, que acreditava no amor e no casamento como instituição divina, muitos casais investem em relações amorosas sem medo de errar. E não é porque da primeira vez não deu certo, que a segunda não pode ter um final feliz, mesmo depois dos 50.

Após uma separação, nem todo mundo consegue considerar a possibilidade de um "recasamento". De acordo com o psicólogo especializado na área do tratamento das dificuldades do relacionamento amoroso e autor do livro "A Arte da Paquera: inspirações à realização afetiva", Thiago de Almeida, "muitas coisas se perdem entre a separação e a consideração para uma nova situação familiar. Uma delas é o dinheiro. Outra é o tempo, investimento irrecuperável. As relações amorosas hoje estão muito fluidas e, especialmente, as mulheres não pensam em investir de novo em um casamento em tempos onde até a noção de vínculo foi relativizada".

Uma palavra muito usada na Física pode ser aplicada com sucesso nas questões do coração: resiliência. "Essa palavra representa a capacidade que um corpo tem de, após deformado, voltar ao seu estado original, como a mola, por exemplo. As pessoas têm essa mesma capacidade. Depois de uma decepção amorosa, existe a possibilidade dessas pessoas retornarem a um estado onde sejam, novamente, plenamente capazes de recomeçar. A dor da separação é bem semelhante à dor do luto e a superação requer uma atualização psicológica. Elas precisam de um tempo para se recuperar do trauma do fim e começar de novo. Pode durar seis meses, 15 anos, mas todos têm a tendência de voltar ao estado original", garante Thiago.

Já bastante conhecidas, as fases do luto – o que a pessoa sente quando recebe a notícia de morte – também podem ser aplicadas quando percebem o fim de uma relação, especialmente se tiver sido duradoura. Thiago explica que, no entanto, nem sempre as fases ocorrem alternadamente ou na ordem proposta. "Primeira fase: negação. A pessoa tenta acreditar que o fim é apenas uma fase, que as coisas já irão voltar ao normal. Segunda fase: raiva. Essa é a fase das brigas e atribuição de culpas. Telefonemas irados, fotos rasgadas. Terceira fase: barganha. A pessoa tenta fazer acordos para negociar a volta. Esses acordos podem ser feitos com o próprio ex, mas também com Deus e consigo mesma, através de promessas. Quarta fase: tristeza. É quando a pessoa cai na real e percebe que não haverá mais volta. Ela tende a ficar mais introspectiva, chorar. Quinta fase: aceitação. É a tal da fase da resiliência. Ela aceitou o fim e está pronta para recomeçar, partir para outra", ensina.

O último verso do poema Soneto da Fidelidade, de Vinícius de Moraes, "que seja eterno enquanto dure", não poderia retratar melhor os relacionamentos atuais. Thiago explica que "as pessoas tendem a pensar que não querem perder mais tempo em um novo relacionamento se o anterior 'não deu certo'. Mas relacionamentos não dão errado. Eles são sempre funcionais durante o tempo em que o casal esteve junto. O casamento é uma edificação que se constrói todos os dias, tijolo por tijolo. Se, por acaso, não tem mais tijolos para colocar, não necessariamente o que foi construído irá cair. Pode servir até de fundação para uma relação futura, onde os medos e as inseguranças do passado foram substituídas por uma maturidade emocional e as expectativas se tornaram mais realistas. Não se busca mais a 'outra metade' quando já estiver se sentindo completa", finaliza o psicólogo.

Erros na hora da conquista


Encontrar um homem que nos desperte o desejo de assumir um compromisso nem sempre é fácil. Mas como a mulher deve agir quando isso acontecer? Nessas horas é preciso tomar atitudes assertivas, e tomar cuidados para não usar os velhos erros na conquista.

A mulher tomar a iniciativa na hora da conquista não é uma atitude antiga, pelo contrário. Por isso, muitos homens não sabem como reagir quando uma mulher se aproxima. Por outro lado, nós moçoilas muitas vezes trocamos os pés pelas mãos e acabamos errando a medida.
O psicólogo especialista em relacionamentos amorosos Thiago de Almeida, autor do livro "A arte da paquera - Inspirações à realização afetiva" (Editora Letras do Brasil, 2011), afirma que homens e mulheres têm posicionamentos diferentes na hora de seduzir, embora os dois tenham um papel ativo na paquera. "As mulheres podem usar de gestos que incentivam a aproximação do rapaz. Mexer nos cabelos e nos brincos, sorrir e lançar olhares são algumas delas", diz.
Já eles emitem sinais mais claros quando estão interessados. Quando a mulher age da mesma forma, os homens tende a se assustar. "Não é que as mulheres estejam erradas em agir desta maneira, são os homens que se sentem acuados", esclarece Thiago de Almeida. "Os homens tímidos tendem até a gostar demulheres mais atiradas, elas assumem o papel que eles não têm coragem", completa.
É preciso tomar cuidado com comportamentos exagerados. A participante do BBB12 Renata Dávila tem errado muito nesta edição. Após um rápido affair com Jonas, a loira se mostrou completamente apaixonada, porém o Mister disse ter se arrependido dos beijos trocados. A partir daí, a mineira decidiu jogar todo o seu charme para reconquistar o bonitão. Ela tentou danças sensuais, chorou, mostrou carência e tentou convidá-lo para debaixo do edredom. Uma de suas últimas táticas foi a de provocar ciúmes, mas de nada adiantou.

"Esse comportamento errático reflete insegurança. Tentar fazer uma triangulação, provocando ciúmes, faz com que muitos homens a vejam como vulgar", opina Almeida. "Ela tem que ser segura, mas agir com naturalidade. Quem quer vai atrás, se ele tiver interesse vai te procurar", complementa. O psicólogo afirma que quando a mulher cria uma personagem especialmente para seduzir ela não tem força para remover as barreiras criadas depois.

Por Bianca de Souza (MBPress)

Saiba se deve tomar iniciativa de ligar ou não

Você pode tomar um baita fora ou ser surpreendida com uma voz doce do outro lado. Então, saiba quais são os riscos para tomar a decisão de ligar ou não


É aquela história: você conheceu  um gatinho na balada no sábado, rolou aquele clima, vocês ficaram e trocaram telefones. Perfeito, não é? Mas já é segunda-feira e ele não liga. O que fazer? Segundo Thiago de Almeida, psicólogo especialista em dificuldades dos relacionamentos amorosos, a mulher pode até ligar, mas deve saber que está correndo alguns riscos. Isso porque, segundo ele, algmas questões – até biológicas – que envolvem o jogo da conquista entre homens e mulheres falam mais alto neste momento. “É a regra clássica: a natureza detesta vácuo. Se o cara não liga, você vai ligar pra ele. Mas isso nem sempre é bom”, comenta. Com a ajuda do especialista, listamos cinco situações e os riscos que você pode correr ao ligar ou não. Depois, é com você.

1. Sim, ele está esperando pela sua ligação
Tem cara que já dá a dica: “liga para mim”.  Não entendeu a mensagem? Quando ele dá o telefone dele e não pede o seu é sinal verde para que a mulher entre em contato. Ou quando ele avisa você previamente “me liga porque eu não tenho créditos no celular”, é sinal de que você pode ligar com segurança. O caminho está livre e você não vai parecer nem um pouco oferecida. 

2. Fique atenta aos sinais
De acordo com Thiago de Almeida, as mulheres devem estar atenta aos sinais que os homens dão. Nem sempre (ou quase nunca) ele vai ser direto com você. É da natureza masculina a arte da conquista, mas esses conceitos já estão sendo relativizados segundo o especialista. Preste atenção aos recados que o garoto manda. O psicólogo pondera: “se mandou sete recados no Facebook num dia e ele mandou apenas dois, tem algo estranho, não tem? ”. E ele completa: “verificar o interesse amoroso por parte do parceiro já é parte do processo de conquista”. Se passaram alguns dias do primeiro encontro arrisque uma ligação. Ou se você ainda não se sente tão segura, mande uma mensagem divertida ou levemente sedutora no celular e espere a resposta. Além de mais seguro, pode ser um jeito legal de aproximar você do seu pretendente.

3. O melhor ataque é a defesa
Já ouviu esse expressão alguma vez? Pois é, essa estratégia vale também para o jogo da conquista. Segundo o especialista em relacionamentos amorosos os homens estão pré-dispostos a fazer o approach, as mulheres estão biologicamente preparadas para receber essa iniciativa e selecionar o que elas querem. Porém, não as regras não são tão claras assim.  “Nenhuma parte é passiva no processo da conquista, todos são ativos”. A dica é jogar a sua parte do jogo com eficiência, sem aparentar estar “ativa” no processo. Se você mandou uma mensagem e ele não te respondeu, fique esperta: ele pode não estar tão interessado em você. 

4. Mas e se…
“E se eu tiver certeza de que ele quer que eu ligue?” Pense de novo. Será que é ele que está tão a fim de você ou será que essa é você tentando se convencer disso? Você mandou mensagem e não recebeu uma resposta, ligou e ele não atendeu. A luz amarela está acesa. Thiago Almeida alerta que, muitas vezes, são as meninas que fantasiam ou idealizam os sinais do garoto quando, na verdade, ele não está demonstrando tanto interesse assim. Nesse caso, cautela.

5. Sai do meu cercadinho
De acordo com Thiago de Almeida um risco que se corre ao ligar é o garoto achar que você está invadindo o espaço dele. “Esse espaço de interação é regulado de acordo com a intimidade. Não é só físico, é psicológico. Você se sente invadido”, diz ao responder o porquê de, às vezes, os caras se afastarem um pouco. Então fica a dica. Se você ligou, mandou mensagem no celular e até agora nada, alerta vermelho total. A chance de você tomar um fora é grande.


Cartola – Agência de Conteúdo
Especial para o Terra

domingo, 12 de fevereiro de 2012

"Eu sou viciado em sexo" - Reportagem da revista época no qual eu participei como colaborador

"Eu sou viciado em sexo"

O drama de quem perdeu a família, o emprego e até a saúde para atender a um desejo insaciável e doentio. Como identificar e tratar esse distúrbio do prazer

LETÍCIA SORG
Ricardo, engenheiro carioca de 41 anos, passou grande parte de seus anos de faculdade na noite. Saía desde terça-feira e se achava um garanhão: fazia sucesso com as amigas dos amigos. Quando não havia mais a quem ser apresentado, Ricardo passou a dedicar cada vez mais tempo a encontrar novas parceiras. Os amigos, as conversas e mesmo os estudos foram ficando para trás. A qualquer lugar que ia, sua preocupação era encontrar mulheres. A urgência era tão grande que um dia foi pego por um policial fazendo sexo com uma mulher dentro do carro, na Lagoa Rodrigo de Freitas. Por pouco não foi parar na delegacia. Desconfiou que tinha um problema quando a fixação no sexo o levou a trancar a faculdade.  
beijo (Foto: Shutterstock)
• Mário, um profissional de saúde paranaense de 40 anos, tinha um bom relacionamento com a mulher, mas sempre se sentiu atraído por homens. Nunca transformara o desejo em prática, até que, num bate-papo on-line, marcou encontro com um desconhecido. Depois do primeiro, seguiram-se vários nos dois anos seguintes. Em uma semana, foram oito. Mário nem sabia seus nomes. Envergonhava-se daquele comportamento e o escondia. Um dia, descuidou-se. Deixou o programa de chat aberto no computador. A mulher descobriu e, arrasada, pediu a separação. Depois do divórcio, Mário entrou em depressão, começou a beber e, com medo de se tornar dependente de álcool, decidiu buscar ajuda. Descobriu no Alcoólicos Anônimos que seu problema não era a bebida, mas o sexo.
• Hugo, um corretor de seguros de 40 anos, de Fortaleza, tentou três vezes seduzir a própria sogra. Colocou a culpa na bebida, mas era só a fantasia crescendo. Quando ia para a praia, tinha de se masturbar no mar e, mesmo casado, tinha relações com várias mulheres, prostitutas entre elas. Chegou a pagar passagem de avião e hospedagem para uma delas visitá-lo. Um dia, voltando de uma festa em que não tinha ficado com ninguém, decidiu passar pela Avenida Beira-Mar, ponto de programas. Com o cartão de crédito estourado e sem dinheiro no banco, foi parar na casa de uma prostituta na favela e pagou com um tíquete-refeição. Nesse momento, percebeu que sua relação com o sexo não era como a de seus amigos. 
• Caio, um produtor musical de 48 anos, de São Paulo, viu sua vida sexual com a mulher murchar depois do nascimento da primeira filha. Na mesma época, suas viagens a trabalho se intensificaram. Longe de casa, num ambiente de festas, drogas e sexo, começou a ter aventuras. Durante a semana, voltava para a família e se acalmava. Mas a ansiedade por novos encontros aumentou, e Caio chegou a se hospedar sozinho num hotel em São Paulo em busca de mulheres. Numa das viagens de trabalho, numa festa, bebeu um pouco a mais e acabou ficando com um homem, mesmo sem nunca ter tido experiências homossexuais. Sua mulher desconfiou quando descobriu uma doença venérea.

• Cátia, uma economista de 54 anos que mora no Rio de Janeiro, não teve muitos parceiros. Mas sua vida era tragada pelo sexo dentro dos relacionamentos. Passou uma semana trancada no quarto, deixando para trás o trabalho num órgão público e o cuidado com as duas filhas. A necessidade de sexo se sobrepunha até às orientações médicas de parar de transar durante tratamentos ginecológicos. Depois de várias relações intensas e destrutivas, Cátia perdeu o controle sobre o próprio desejo. Com o fim do último relacionamento, passou a se masturbar dirigindo e também no ambiente de trabalho.

Dependência de sexo, comportamento sexual compulsivo e transtorno hipersexual. Há dúvidas sobre como classificar o distúrbio de Ricardo, Mário, Hugo, Caio e Cátia (os nomes são falsos), que acabaram buscando ajuda médica ou psicológica. O debate sobre o que os aflige acontece há mais de um século. A primeira referência vem do psiquiatra alemão Richard von Krafft-Ebing, em seu livroPsicopatias sexuais, de 1886. Na obra, ele tenta categorizar o que chama de “desvios sexuais”. Discute a homossexualidade, o sadismo, o fetichismo e o que antigamente se chamava de ninfomania, o excesso feminino de sexo. Muitos dos comportamentos que Krafft-Ebing descreveu deixaram de ser considerados patológicos ao longo dos anos, das mudanças sociais e do avanço das pesquisas. O caso mais notório é a homossexualidade.

A mensagem

Para você
O desejo sexual, quando atrapalha outras áreas da vida, pode não ser saudável

Para a sociedade
É difícil estabelecer um padrão de normalidade para o sexo sem moralismos. Os limites são individuais 
Mas o “desejo sexual excessivo” entrou para o rol do Código Internacional de Doenças, publicado pela Organização Mundial da Saúde. A quarta edição do Manual estatístico de doenças mentais (DSM, na sigla em inglês), a referência dos diagnósticos psiquiátricos, não tem uma categoria própria para o problema. Cita o comportamento sexual excessivo entre os “transtornos sexuais não especificados”. A próxima edição do DSM, prevista para 2013, deverá incluir uma menção a “transtorno hipersexual”.

É pouco provável, porém, que a nova classificação encerre o debate. Por dois motivos. Primeiro, porque sempre foi e será difícil estabelecer os parâmetros de normalidade do comportamento sexual humano. Não existe um limite ideal para o número de orgasmos ou para o tempo gasto com fantasias ou relações sexuais. Segundo, porque a quantidade de sexo, como sugere o termo “hipersexualidade”, não é o fator decisivo para o diagnóstico. “A dependência sexual não tem a ver com a intensidade da atividade sexual. Nem com sua frequência”, disse a ÉPOCA o psicólogo americano Patrick Carnes, fundador do International Institute for Trauma and Addiction Professionals e um dos pioneiros do estudo da dependência sexual. “A principal marca do vício são as consequências que alguém sofre por causa de sua atividade sexual.” Se a pessoa perde o emprego, para de estudar ou se afasta da família por causa do sexo, é sinal de que há algo errado. “Quando alguém passa todo o tempo pensando em sexo, planejando, fazendo e se arrependendo, em vez de trabalhar, curtir a família, os amigos e outras atividades prazerosas, é um problema”, afirma Carnes.


Sexo, crack e cocaína 
Ricardo, Mário, Hugo, Caio e Cátia consideram-se dependentes de sexo. Em muitos momentos, referem-se ao sexo como os dependentes químicos falam do álcool ou da cocaína, sempre exigindo doses mais altas em intervalos cada vez menores. “Foi como injetar droga na veia”, diz Ricardo. “Cada um acha o barato que encaixa melhor.” Ou Mário: “Prometia que não faria mais, mas não conseguia. Era infinitamente mais forte que eu”. Hugo diz que, na recuperação, teve síndrome de abstinência, com insônia. “Eu me sentia refém. Era uma vontade interminável que não se satisfazia”, diz Cátia.

hugo (Foto: Shutterstock)
É possível depender de sexo como de cocaína ou crack? Para alguns cientistas, apenas o vício gerado por substâncias externas pode ser chamado de dependência. Outros afirmam que as pessoas podem viciar-se em sexo e outros comportamentos. As alterações químicas do cérebro durante o ato sexual justificam essa interpretação mais ampla da dependência. O orgasmo ativa, no cérebro, o mesmo circuito do prazer que as drogas e, como elas, libera a mesma substância neurotransmissora, a dopamina. O uso repetido de drogas pode modificar a estrutura e a função desse circuito cerebral, gerando as características da dependência: aumento de tolerância à substância, crise de abstinência, compulsão e recaída.
as celebridades e o sexo (Foto: Getty Images )
Ainda não há estudos que mostrem que o sexo seja capaz de promover esse tipo de alteração neurológica. Mas há motivos para acreditar que fatores biológicos tenham participação no excesso de sexo. Alguns tipos de demência podem causar um aumento do desejo sexual. Certos remédios usados no tratamento de mal de Parkinson também podem elevar a libido. Eles alteram o efeito da dopamina, o mesmo neurotransmissor do prazer sexual. “Isso reforça a ideia de que existe algo diferente no funcionamento do cérebro de quem é compulsivo por sexo”, diz o psiquiatra Marco de Tubino Scanavino, responsável pelo Ambulatório de Impulso Sexual Excessivo do Hospital das Clínicas (HC), em São Paulo.
A química do cérebro é, porém, apenas parte da explicação para o problema de Ricardo, Mário, Hugo, Caio e Cátia. Assim como nem todas as pessoas que experimentam drogas ficam dependentes, apenas uma pequena parcela da população sexualmente ativa desenvolve uma compulsão por sexo. O psicólogo Patrick Carnes estima que 3% a 6% das pessoas se enquadrem nessa categoria. Isso significaria, no Brasil, mais de 9 milhões de pessoas. A grande maioria homens – o sexo masculino representa entre 80% e 90% dos dependentes, segundo estudos.

Gostar de fazer sexo – e fazer com muita frequência – não significa uma relação de dependência com esse tipo de prazer. Celebridades que já se declararam “viciadas em sexo”, como o rapper Kanye West, o ator Michael Douglas, o golfista Tiger Woods e a apresentadora Adriane Galisteu (leia o quadro ao lado), dificilmente se encaixam nesse perfil. “Essas celebridades que se dizem viciadas em sexo estão banalizando o conceito”, afirma o psicólogo Thiago de Almeida, especialista em questões de relacionamento. Em geral, os famosos têm muito mais oportunidades que alguém comum de fazer sexo porque são mais admirados e assediados. E podem, se quiserem, aproveitar-se disso, relacionando-se com vários parceiros. Eles podem até se apropriar do diagnóstico para justificar escapadas conjugais e tentar reverter uma crise de imagem. Foi o que fez o parlamentar americano Anthony Wiener, que procurou tratamento depois que suas fotos e mensagens de conteúdo sexual para usuárias do Twitter foram descobertas. Esse comportamento não torna essas pessoas dependentes, no sentido clínico.
  
Como identificar a dependência? 
“Ter uma expressão maior da sexualidade, em si, não é um problema”, diz o psicólogo Oswaldo Rodrigues Junior, diretor da Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana. “O problema fica flagrante quando essa sexualidade não está funcionando a favor da pessoa e prejudica outras áreas da vida.” Ricardo patinou no início da carreira – justamente no período em que deveria ter mais gás para trabalhar – porque estava totalmente fixado em sexo. Para manter a busca por parceiros, Mário terceirizou o gerenciamento de sua clínica, foi passado para trás e perdeu pacientes. Por causa do vício, Hugo foi preterido em diversas oportunidades de promoção e acabou demitido da empresa multinacional em que trabalhava. Caio não teve problemas no trabalho, mas suas mentiras e traições por pouco não arruinaram seu convívio com a família. Cátia foi ao fundo do poço emocional com o fim do último namoro, há sete anos, e não se envolveu mais com ninguém.

Cátia (Foto: Shutterstock)
Nem sempre quem sofre de dependência sexual consegue identificá-la com facilidade. “Em geral, o comportamento compulsivo começa no final da adolescência, início da vida adulta, e vai se agravando ao longo dos anos. Por isso, é difícil reconhecê-lo logo de cara”, diz o psiquiatra Marco Scanavino. O filme Shame (Vergonha), que estreará no Brasil em 2 de março, mostra esse processo de degradação relacionado à dependência sexual. No início da trama, Brandon Sullivan (interpretado por Michael Fassbender) é um jovem nova-iorquino de 30 e poucos anos, bem-sucedido, boa-pinta, que paquera as moças no metrô e conquista as gatinhas da balada. À medida que o enredo avança, Sullivan revela-se incapaz de criar relações com outras pessoas e de conter seus impulsos sexuais. Esse descontrole, como anuncia o tom sombrio do filme, leva-o a consequências trágicas. O diretor Steve McQueen foge dos julgamentos morais simplificados. O ponto principal do filme não é o comportamento sexual de Sullivan, que recorre à prostituição, à pornografia on-line, à masturbação e às relações casuais. Mas sim a insatisfação que permanece mesmo depois de tanto sexo. É comum alguém com compulsão sexual sentir um vazio, mal-estar ou desânimo assim que o orgasmo termina.
Esses sentimentos negativos após o ato refletem, em geral, duas situações problemáticas, segundo os psiquiatras. A primeira é o uso inadequado do sexo. As relações sexuais são um meio de reprodução, uma fonte de prazer e uma forma de estreitar a relação com o parceiro. E não uma forma de buscar aprovação do parceiro, diminuir a ansiedade antes de uma prova ou descarregar depois de uma bronca do chefe. Eventualmente, o sexo pode até cumprir essas funções. Mas não pode ser a única estratégia do indivíduo para lidar com essas questões corriqueiras. “O sexo, em si, não é bom ou ruim”, afirma o psiquiatra Aderbal Vieira Junior, coordenador do Ambulatório de Tratamento do Sexo Patológico da Universidade Federal de São Paulo. “O que faz diferença é o sentido que atribuímos a ele. E é esse sentido que os pacientes precisam resgatar.”

O produtor Caio descobriu, em sessões de terapia, os motivos por trás de suas escapadas. “Tinha a ver com uma busca por aprovação e sucesso”, diz. “Precisava seduzir as meninas para me sentir vitorioso.” A economista Cátia concluiu, em sessões do grupo Dependentes de Amor e Sexo Anônimos (Dasa), que trocava sexo por afeto com seus parceiros, em relações destrutivas. “Usava o sexo para me automedicar”, afirma Hugo. Ele se refere às alterações químicas provocadas pelo sexo em seu cérebro. Num processo semelhante ao que ocorre com os dependentes químicos, Hugo precisava da “droga” não para ficar bem, mas para se sentir apenas normal.

O sexo entrou cedo na vida de Hugo. Cedo demais. Quando tinha 5 anos, a filha de um casal amigo de seus pais, então com 17, 18 anos, abusou dele. Embora não seja regra, o abuso sexual na infância e na adolescência pode aumentar a predisposição à compulsão sexual na vida adulta. Outro fator de risco, segundo estudos, é ter um histórico de dependência próprio ou na família. Esse foi o caso de Ricardo, cujo pai era alcoólatra, e de Cátia, que tem três irmãos dependentes químicos. Ser compulsivo em outros comportamentos – como compras ou comida – também aumenta as chances, assim como ter outras condições psiquiátricas, como transtorno de ansiedade ou de deficit de atenção.
Além do uso inadequado do sexo, a segunda causa para sentimentos negativos após o ato sexual é o descasamento entre o comportamento da pessoa e seus próprios valores. “Tinha uma atitude que não queria ter, mas não conseguia conter, e me sentia mal depois”, diz Hugo sobre as traições. Essa falha em atender às expectativas internas é uma fonte de estresse e mal-estar. Arrependimento, culpa e vergonha são palavras comuns entre os compulsivos para descrever o que sentem depois de fantasiar, se masturbar ou trair. Mesmo olhar pornografia ou se excitar no banheiro despertam essa reação negativa. Apesar de menos danosos para os relacionamentos do que uma traição, esses comportamentos são problemáticos para quem tem dependência, porque mantêm o padrão compulsivo.

Ter sentimentos ruins relacionados ao sexo é um importante critério para o diagnóstico da dependência sexual. “É preciso cuidado para não emprestar o discurso médico ao discurso moral”, diz o psiquiatra Aderbal Junior. “O padrão aparentemente disfuncional em relação ao sexo pode não ser dependência, mas escolha.” Para ele, o trabalho do profissional de saúde é ajudar as pessoas a adequar seus comportamentos a seus projetos de vida – não às regras morais da sociedade. Segundo esse raciocínio, só é dependente sexual quem se reconhece como tal – e procura ajuda.

Para quem está em dúvida, os médicos brasileiros adaptaram um teste elaborado pelo psicólogo americano Patrick Carnes nos anos 1980 (faça o teste abaixo). A escala é usada pelos profissionais de saúde para levantar indícios do problema.

Pornografia On-Line 
Em grande parte das vezes, não é o próprio dependente quem procura socorro. Segundo um estudo do psiquiatra americano Stephen Levine que será publicado neste mês na revista Neuropsychiatry, os homens – a maioria entre os compulsivos sexuais – acabam indo buscar ajuda intimados pelas parceiras. Foi o caso de Caio, que chegou ao psiquiatra por indicação do ginecologista que atendeu sua mulher. Ela tinha ido fazer o tratamento para a doença venérea que o marido lhe transmitira.

mario (Foto: Shutterstock)

Um dos sinais que merecem atenção é o uso de pornografia, especialmente on-line. Alguns especialistas chegaram a dizer que o mundo digital é o “crack da compulsão sexual”. Mas a internet, sozinha, não é capaz de causar uma dependência de sexo. “A pornografia na internet e a masturbação, por si sós, não são um problema”, diz Carnes. A facilidade de acesso a conteúdo adulto pode, é claro, ser tentadora para quem já tem dificuldade de controlar seus impulsos. Hugo começou a frequentar com sua mulher um grupo de reflexão de casais na igreja. Várias vezes chegava atrasado porque não conseguia sair de casa a tempo. Ficava navegando por páginas pornográficas. Desde que entrou para o Dasa, decidiu usar o computador apenas quando tem alguém por perto. No grupo anônimo, os integrantes são incentivados a analisar o próprio comportamento e a estabelecer estratégias para lidar com a compulsão num programa de 12 passos, nos moldes do criado pelos Alcoólicos Anônimos na década de 1930, nos Estados Unidos.

Também em recuperação no Dasa, o paranaense Mário deixou de usar identidades falsas na rede. Era com uma conta secreta que ele marcava seus encontros com outros homens. No início, Mário até tentou falar sobre seu desejo por homens com a mulher, mas ela não quis ouvir. “Temos um ditado na irmandade: o tamanho de sua compulsão é o tamanho de seu segredo”, afirma Mário. “Como não podia falar, como tinha de ficar em sigilo, aquilo era uma fonte de sofrimento, vergonha e ansiedade.”

Uma das principais dificuldades para o tratamento adequado do vício em sexo é a falta de um interlocutor para falar do problema. Há poucos centros de atendimento especializado, como o Ambulatório de Impulso Sexual Excessivo do Hospital das Clínicas e o Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes da Unifesp, ambos em São Paulo, e poucos profissionais de saúde que saibam lidar com o tema. “Por isso, muitas vezes grupos como o Dasa acabam sendo a única alternativa”, afirma o psicólogo Oswaldo Rodrigues Junior.
Com mais informações disponíveis a respeito da dependência sexual, é provável que pessoas como Ricardo, Mário, Hugo, Caio e Cátia busquem tratamento mais cedo. E possam falar mais abertamente de seu problema. “Quando se fala em compulsão sexual, as pessoas levam para a brincadeira ou para o lado moral”, diz Hugo. “Muitos ainda dizem que não existe, mas só quem viveu sabe como é ruim.”
  
Você é dependente de sexo? 
A versão brasileira da escala criada pelo especialista americano Patrick Carnes, em 1989, ajuda as pessoas a ter uma ideia de quanto seu próprio comportamento sexual é ou não saudável 
SimNão
1
Você sofreu abuso sexual quando 
criança ou na adolescência?
2
Você tem visto regularmente material 
pornográfico (revistas, vídeos, fotos etc.)?
3
Seus pais tiveram 
problemas de ordem sexual?
4
Você frequentemente se percebe
preocupado com questões sexuais?
5
Você acha que seu comportamento
sexual não é normal?
6
Sua (seu) mulher (marido) ou companheira(o) se preocupa
ou até mesmo reclama de seu comportamento sexual?
7
Para você é difícil interromper seu comportamento
sexual mesmo sabendo que é inadequado?
8
Você chega a se sentir mal por 
causa de sua conduta sexual?
9
Sua conduta sexual já causou
problemas a você ou a sua família?
10
Você alguma vez buscou ajuda para lidar com 
comportamentos sexuais de que não gostava?
11
Você já chegou a se preocupar com o fato de as pessoas descobrirem a respeito de suas atividades sexuais?
12
Alguém já se feriu emocionalmente 
devido a sua conduta sexual?
13
Alguma de suas atividades 
sexuais é ilegal?
14
Você já se prometeu deixar de fazer alguma coisa 
relacionada a seu comportamento sexual?
15
Você já fez alguma tentativa de interromper algum 
aspecto de sua conduta sexual e acabou não conseguindo?
16
Você tem de esconder dos outros 
algum aspecto de seu comportamento sexual?
17
Você já tentou parar de fazer alguma coisa 
relacionada a sua atividade sexual?
18
Você já achou que seu comportamento 
sexual era degradante?
19
Sexo é para você uma forma 
de escapar de seus problemas?
20
Você se sente deprimido 
depois de fazer sexo?
21
Você já sentiu necessidade de deixar de praticar 
alguma forma de comportamento sexual?
22
Sua atividade sexual interfere 
em sua vida familiar?
23
Você já manteve práticas 
sexuais com menores de idade?
24
Você sente que é controlado 
por seu desejo sexual?
25
Você sente que seu desejo 
sexual é mais forte que você?
Fonte: Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes da Universidade Federal de São Paulo