sábado, 11 de junho de 2011

Recém-solteiro? Saiba como reaprender a paquerar

Recém-solteiro? Saiba como reaprender a paquerar

Depois da separação, chega a hora de procurar um novo parceiro. Veja as dicas de especialistas para reaprender a conquistar

Verônica Mambrini, iG São Paulo | 11/06/2011 07:14
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Foto: Getty Images Ampliar
Voltar a paquerar depois de um longo tempo comprometido assusta muita gente

Pode ser um namoro longo. Às vezes, até um casamento. O fato é que, depois de se dedicar a construir uma relação com a mesma pessoa durante muito tempo, voltar a conhecer – e conquistar - novas pessoas pode parecer assustador. Não é incomum que as pessoas se sintam “enferrujadas”, ou achem que perderam o jeito.


“O primeiro passo é aprender a sair sozinho, conviver consigo mesmo e não depender do outro para se sentir bem. A pessoa precisa conseguir ir ao cinema sem ter companhia”, diz Janaína Persch, escritora e professora de cursos sensuais. “As mulheres que fazem o curso me perguntam ‘mas por que eu vou me perfumar para dormir?’ Porque vais dormir contigo mesma!”, diz a professora.

Autoestima faz toda a diferença para quem quer atrair olhares. “Não tem mais espaço para o patinho feito. É preciso ter uma atitude uma erótica, apaixonada”, diz Janaína. O problema é maior para os tímidos, mas, mesmo assim, ela acredita que é uma dificuldade que vale a pena contornar. “O tímido não pode ficar no mundinho dele. Precisa dar um sorriso, um olhar para ajudar o outro a se aproximar.”

Primeiros encontros
Vencida a barreira inicial, o recém-solteiro vai ter outro dilema para resolver: onde e com quem sair. “Com o rompimento, a pessoa percebe que está desatualizada. Tudo é complicado, principalmente para pessoas mais velhas, ou quando os amigos estão casados ou namorando”, diz Daniel Madeira, autor do site Personal Paquera, em que dá dicas e cursos para quem quer melhorar suas “técnicas”. Depois da separação, a pessoa não sabe mais quais são as baladas, barzinhos e pontos de encontro em que vai encontrar pessoas com afinidade, como ir vestida. É preciso se arriscar no desconhecido.

De acordo com Daniel, a maior dificuldade dos homens que fazem seus cursos de paquera é manter a conversa com uma garota e despertar o interesse dela. “É difícil criar uma conexão inicial. A maioria dos homens é bem travada. A conversa parece uma entrevista de emprego. Se a mulher pergunta “você gosta de lasanha?”, ele responde ‘sim’, e acaba. É um piloto automático que precisa aprender a quebrar. Ensinamos a dar ganchos na pergunta”, diz Daniel.
Outra técnica é adestrar o olhar: identificar pessoas interessantes, fazer contato e abordá-las. “A paquera é onipresente. Pode rolar numa fila de supermercado ou num avião. Os sinais verbais e não-verbais da paquera podem render três respostas: positiva, em que a pessoa aceita; negativa, rechaçando o sinal de investimento amoroso, ou de forma ambígua, quando ela não entende o sinal enviado”, diz Thiago de Almeida, psicólogo especializado em relações amorosas. “Para saber se ela está pendendo para o positivo ou negativo, a gente emite mais um sinal parecido e vê a reação”, afirma. Thiago acaba de lançar o livro “A Arte da paquera” (editora Letras do Brasil), em que se aliou a Daniel Madeira para fazer um livro esmiuçando os meandros da sedução.
Para fazer sucesso, Thiago também levanta fatores como a proporção de homens e mulheres, por exemplo. “É claro que, dependendo do local, os investimentos surtem maior efeito”, afirma. Outra dica é viajar. “Para quem terminou um relacionamento de médio e longo prazo, o melhor remédio é viajar, ficar duas ou três semanas em um lugar novo. A pessoa volta com assunto para conversas, ocupa a mente, está mais calma”, garante Daniel.

Para a fila não andar 
E se o interesse já parece ser recíproco, mas mesmo assim você está? “O segredo é, logo que conhecer alguém ou começar a sair com a pessoa, trabalhar a ansiedade”, diz Janaína. “As pessoas têm medo de se decepcionar. De o outro não telefonar no dia seguinte, de não corresponder às expectativas. A gente tem que ser seletivo, mas ninguém tem bola de cristal. É preciso dar oportunidades”, diz a professora. Em outras palavras, não vale a pena se martirizar pensando nisso, ainda mais logo depois de sair de um relacionamento. Que seja infinito enquanto dure.

“O caminho é não inventar muita artimanha e tomar a iniciativa sem ser agressivo”, diz. A única ressalva: “No inicio, um cuidado é evitar falar de relacionamentos passados.”
Janaína acredita em encontros mais clássicos: marcar um café, um jantar ou um cinema, por exemplo. “Mas se a pessoa está interessada na outra, ela pode reunir um grupo maior. No meio de um grupo de amigos, é mais fácil se aproximar.” Isso ajuda muito a ganhar a confiança da pessoa. “Como a gente nos primeiros contatos não tem muita referência, e sabe que o outro está vendendo o peixe dele, uma pessoa neutra verifica a credibilidade desse parceiro social”, diz Thiago de Almeida.
Daniel reforça a importância de causar uma boa impressão. “Às vezes, no segundo encontro, a mulher cai fora. Como evitar esse remorso? É legal ele marcar a garota, carimbar emocionalmente”, recomenda. Para isso, as dicas são escolher com cuidado o lugar em que vão se encontrar, de preferência um local em que possam se sentar próximos. “Ele tem que reconquistar a menina, passar confiança e segurança, para ela se sentir confortável.”

E, se não der certo, tudo bem. “Não pode levar rejeição como algo pessoal, nem começar a achar que é cheio de defeitos. Nada de criar desculpas para justificar.” 

Por outro lado, a cada encontro que dá certo, a chance de haver um próximo aumenta, por uma razão simples: o ser humano tende a não gostar de mudanças. “Quanto mais tempo a pessoa se vincula, mais se fortalecem os laços. O ser humano detesta conflitos. Muitas vezes, vai ficando mais difícil de dizer um não”, diz Thiago. Em outras palavras, aumenta a probabilidade de ficarem juntos, ainda que não haja nenhuma garantia. Para não sofrer de ansiedade com isso, o psicólogo pega emprestado o mote dos poetas arcadistas, o “carpe diem”, que recomenda que se aproveite o dia. Ao ditado, Thiago acrescenta: e também a noite.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Por que traímos?

Por que traímos?

Por Duda Schwab - Equipe BBel

Mulher na cama e homem dormindo
Shutterstock
Você encontra um bilhete de motel no bolso da calça do seu namorado. Era o que você precisava para confirmar a traição. A primeira pergunta que você quer fazer é: por que ele me traiu? Antes de tentar entender o porquê da traição, devemos diferenciar o sexo do amor e descobrir se mulheres e homens traem pela mesma razão.
O médico psiquiatra e psicoterapeuta Flávio Gikovati, em palestra feita na Casa do Saber, em São Paulo, afirmou que sexo e amor não são fenômenos únicos e iguais, e que é um erro confundir os dois sentimentos. Para o psicoterapeuta, o amor é algo interpessoal, ou seja, precisa de duas ou mais pessoas para existir, precisa da troca. Já o sexo é algo pessoal. "Tanto é pessoal que quando sentimos prazer na hora do sexo, fechamos os olhos" explica.
Para o psicólogo especialista em relacionamentos amorosos Thiago de Almeida, homens e mulheres traem por razões distintas. "Temos diferenças biológicas, o homem possui 30% mais o hormônio testosterona do que a mulher, o que faz com que eles tenham mais libido, mais desejos sexuais. Enquanto as mulheres possuem 10% a mais de ocitocina no organismo, que, entre outras funções, é responsável pelo sentimento de apego e de veiculação afetiva", afirma.
Por isso, homens traem mais por razões sexuais e mulheres por razões emocionais. "Ternura e tesão são coisas diferentes, a fidelidade sexual é diferente da fidelidade emocional", lembra Gikovati.
Outro ponto que favorece os homens na traição exclusivamente sexual é o fato de eles possuírem desejo visual, e a mulher não. "Mulher se excita ao perceber que é desejada, por isso elas se embelezam mais, tudo para serem notadas. Enquanto os homens gostam de olhar o seu objeto de desejo e se excitam visualmente", comenta Flávio Gikovati.

Casal tomando vinho
Shutterstock
Uma pesquisa realizada pelo psicólogo Thiago de Almeida com 900 pessoas, dentre elas 356 homens e 544 mulheres de várias faixas etárias, classes sociais e orientações sexuais, mostra que 90% das mulheres se dizem fiéis aos seus companheiros. Entre os homens, esse percentual cai para 60%.
O "efeito novidade", ou o que os cientistas chamam de "efeito Coolidge", que é uma referência ao ex-presidente norte-americano Calvin Coolidge, diz respeito ao ato de procurar novos parceiros para diferenciar a vida sexual.
A lenda diz que a ex-primeira-dama passeava pela fazenda quando foi informada de que um boi copulava 17 vezes ao dia. Ironicamente pediu que os assessores contassem o fato para Coolidge. Quando foi informado, Coolidge descobriu também que o boi copulava sempre com vacas diferentes: "Contem para minha esposa", teria dito ele.
O "efeito novidade" apareceu em primeiro lugar nas razões de infidelidade dos homens, com 35,6%. Para elas, ter um parceiro novo é a segunda razão para ser infiel, com 19,7%, perdendo apenas para a vingança de ser traída, que aparece na pesquisa com 33,8%.
Outra razão citada pelos entrevistados é o prazer e o efeito lúdico da conquista, que foi citada por 19,6% dos homens e 11,3% das mulheres. A carência física também foi apontada como razão da "pulada de cerca" de 7,7% dos homens e 15,5% das mulheres.
casal andando de bicicleta
Shutterstock
Flávio Gikovati acredita que existam dois grupos distintos de traidores: os egoístas e os generosos. Os traidores egoístas são as pessoas que toleram mal as frustações, e não possuem maturidade emocional. Traem sem preocupação com o outro, não sentem culpa ou remorso e normalmente o fazem sem pensar muito. "Se quiser fazer algo, o egoísta faz. São os famosos cafajestes", diz Gikovati. Segundo o médico, os traidores egoístas são pessoas não confiáveis. "Eles não amam ninguém a não ser a eles mesmos", enfatiza.
O segundo grupo, dos traidores generosos, são compostos por pessoas com freio moral maior. Pensam muito nos outros e normalmente sentem muita culpa, às vezes só de pensar em trair já apresentam arrependimento. Os generosos normalmente só se envolvem quando a questão sentimental também está em jogo. "São pessoas que refletem muito antes de consumar a traição", afirma Gikovati.
Depois de descoberta a traição, vem o dilema: perdoar ou não? Para Flávio Gikovati, é preciso um trabalho com terapeutas e um esforço muito grande entre o casal. "Recuperar a confiança é muito complicado e depende de uma autocrítica também de quem foi traído, é preciso que o traído assuma sua parcela de responsabilidade", lembra. Isso acontece também em virtude de equívocos da parte daquele que foi abandonado. Segundo o especialista, se a pessoa traída é mulher, ela deve analisar se exagerou demais na parte da maternidade e deixou de lado o papel de esposa. Ou seja, é preciso reavaliar sua postura dentro do relacionamento.
Para Thiago de Almeida, a culpa da infidelidade está exclusivamente em quem trai, e não em quem é traído. Almeida acredita que a reconciliação do casal depende das escolhas e atitudes de cada um. "Reavivar o relacionamento depois de uma infidelidade pode ser difícil, mas o êxito nesse processo pode tornar a relação ainda melhor", diz o psicólogo.

Homens chegam aos 40 sem querer casar

Homens chegam aos 40 sem querer casar
www.sxc.hu/Divulgação
“Os homens estão priorizando mais o bem-estar de si mesmos e só casam se desejarem, não por obrigações sociais”, diz psicóloga
Chegar aos 40 anos sem casar tem se tornado comum para os homens bem-sucedidos. A vida de solteiro para eles é cômoda, não precisam dar satisfação do que fazem, para onde vão ou com o que estão gastando seu dinheiro.

O matrimônio deixou de ser prioridade na vida das pessoas, principalmente se elas têm estabilidade financeira e emocional. O casamento, para esses homens, pode significar uma invasão no seu “território”, uma mudança na sua rotina diária, nos seus hábitos e costumes.

Segundo Claudia Longhi, psicóloga e psicodramatista de Rio Preto, houve uma mudança de paradigmas e valores nos últimos anos. Ela explica que casar significa ter uma relação estável, de lealdade e fidelidade e, hoje, os casais vivenciam em namoros intimidades e cumplicidades semelhantes a de um casamento, sem ter o peso da rotina.

“Historicamente, as mulheres sempre escolheram se casar, diferentemente dos homens. Existe um outro dado: as pessoas, no geral, homens e mulheres, estão tendo dificuldades em dar o tempo necessário para construir um vínculo ou se conhecer. E você só irá querer se casar com alguém que você goste, conheça, escolha para estar junto.”

Alexandre Bez, de São Paulo, especialista em relacionamentos pela Universidade de Miami e ansiedade e síndrome do pânico pela Universidade da Califórnia, diz que em primeiro lugar é preciso levar em conta o fator cultural, pois o homem cresceu de forma diferente da mulher. O homem não carrega o peso de ficar para “titio”, mas a mulher sim. A mulher já nasce conveniada ao casamento.

O homem não tem essa necessidade, a não ser que ele seja instável emocionalmente e precise de alguém para completá-lo. “Quando o homem é estabelecido emocionalmente, ele não precisa de ninguém para se estabelecer e vai curtir essa vida de solteiro”, explica. Alexandre também diz que existem os imaturos. Esse tipo de homem, segundo ele, não tem estabilidade emocional para casar. E tem também os homens desprovidos de caráter, que não se adequam ao modelo do casamento.

Para Thiago de Almeida, psicólogo especialista em relacionamentos amorosos e autor do livro “A arte da paquera - Inspirações à realização afetiva” (editora Letras do Brasil), de São Paulo, atualmente os homens e as pessoas procuram investir mais na carreira profissional para conseguir um número maior de bens e serviços a sua disposição. A partir de então, os homens vão se tornando cada vez mais seletivos para escolher suas parceiras amorosas.

Isso indica não só uma mudança no padrão tradicional de família, mas sinaliza também essa mudança no paradigma econômico. O especialista também explica que o homem, quando se torna mais seletivo, só vai investir em uma mulher que represente realmente o que ele deseja. “O homem hoje não precisa se casar para ter a mulher que deseja. Eles só irão se casar se o desejarem, e não por obrigatoriedades sociais.

A cobrança da própria namorada, dos pais não faz sentido para eles. Estão priorizando o bem-estar de si mesmos”, explica a psicóloga Claudia. Envelhecer sozinho, não! Eles querem viver a vida ao máximo, não pensam em casar até determinada idade, mas chegar à velhice sozinho também não é uma opção. Alexandre explica que o envelhecimento afasta os homens da vida de “solteirões” e eles não querem abandonar essa situação porque é cômoda.

Já o psicólogo Thiago de Almeida diz que há um conflito em relação a essa questão, porque há essa vontade de continuar solteiro, mas também existe a dúvida - por exemplo, quando voltam para casa, podem se questionar com quem dividir os bens adquiridos. É preciso também ter cuidado em esperar o momento em que vai surgir a mulher ideal. Segundo Claudia Longhi, essa é uma crença que acompanha homens e mulheres.

A especialista diz que o correto é pensar em alguém que seja agradável, que goste e queira ficar junto. “Se esse homem for maduro e se autoconhecer o suficiente, irá ficar com essa mulher, porque a escolheu. Agora, se for para não envelhecer sozinho, reflita se o melhor caminho é se casar. Ninguém é responsável pelo nosso bem-estar, a não ser nós mesmo”, explica.

Há pessoas que nasceram para o casamento e há aqueles que não têm “vocação” para esse passo tão alto e que requer muita responsabilidade. O fato é que, casando ou não, o importante é sempre buscar felicidade.

No amor, arriscar é preciso


No amor, arriscar é preciso

Não, ainda não inventaram o seguro contra perdas e danos do amor. Nem por isso você vai deixar o coração guardadinho no local mais escondido do peito, certo? Arriscar é preciso – e o prêmio compensa
Melissa Diniz
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Trata-se de um paradoxo feminino do nosso tempo: ser feliz no amor é um dos maiores desejos das mulheres e também uma das últimas prioridades. Na frente dele costumam vir carreira, dinheiro, estudos... Por que será que a gente não se apaixona de vez pela ideia de jogar todas as fichas, mesmo sob o risco de perdê-las? É que, às vezes, nossas atitudes camuflam incertezas e medos – mas dá para se livrar de cada um deles.
E se ele não for o homem certo?
Para o psicólogo Thiago de Almeida, terapeuta de casais e autor de A Arte da Paquera: Inspirações à Realização Afetiva (Letras do Brasil), a alta seletividade é uma característica tipicamente feminina. “É próprio da mulher projetar em todo parceiro o futuro pai de seus filhos, ainda que esteja em um relacionamento casual. Por isso, sempre vai escolher muito.” Esse comportamento, que chega a ser instintivo, é ótimo para ajudar nas escolhas, mas pode fazer com que nunca ache um pretendente bom o bastante. Em vez de considerar se ele é ideal, vale mais se perguntar com quais características você pode conviver e com quais não pode. Não adianta pensar que quando casar sara, porque ninguém muda ninguém. “Há características que vêm com o tempo, como maturidade, estabilidade financeira e sucesso. Outras são extremamente pessoais e intransferíveis, como caráter e vontade de crescer. Isso não se conquista”, afirma a psicóloga e escritora Olga Tessari, autora de Dirija a sua Vida sem Medo (Letras Jurídicas).
E se eu me machucar?
O movimento natural para quem já sofreu demais por amor ou acolheu amigos desesperados de dor é recolher-se e concentrar-se na carreira. Assim a cabeça fica ocupada – mas a vontade de ser feliz no amor continuará lá, esperando um momento de fraqueza para pedir atenção. Há o risco também de acabar acreditando que não tem sorte nesse jogo e, por isso, nem vale a pena arriscar. Não é porque você sofreu com um que vai ser infeliz com todos. É preciso entender de onde vem tanto pessimismo – pode ser sinal de autoestima debilitada – e agir para neutralizar o inimigo interno. “Talvez você tenha se anulado nos relacionamentos anteriores para agradar ao outro e comece a perder a confiança em si mesma. Ou talvez acredite que ninguém poderá amar você do jeitinho que é”, diz Olga.
E se eu perder minha independência?
Para a psicoterapeuta Lidia Aratangy, autora de O Anel Que Tu Me Deste: o Casamento no Divã (Primavera Editorial), adiar o amor não é ruim, apenas comprova a evolução do papel feminino na sociedade. “As estatísticas apontam que as mulheres estão estudando mais e têm empregos melhores. Antes, casavam-se muito cedo e, quando não conseguiam, eram tachadas de solteironas. Hoje, a autonomia financeira e emocional é uma regra – ninguém quer viver à custa do marido. Por isso, é natural que a busca pelo sucesso profissional seja prioridade. O casamento pode esperar ou, aliás, nunca acontecer”, diz. A preocupação com a perda da independência é legítima também quando se vem de família controladora – o pai não queria que a filha trabalhasse, a mãe regulava demais os horários. Então, se você experimenta o gostinho de poder se bancar, teme voltar ao controle máximo. Há um período intermediário em que gostoso mesmo é cuidar de si mesma. O que não vale é deixar que esse pequeno prazer impeça você de compartilhar a vida com alguém. E se ele não quiser nada comigo? Houve um tempo em que era de bom-tom aguardar o pretendente feito uma princesa encastelada. Hoje, na conquista, temos direitos e deveres iguais. Quem quer um amor corre atrás. Se não acontecer, pense como uma profissional em busca de um excelente emprego: não é você que precisa se modificar para tentar se adequar; a empresa Homem S.A. é que deve servir aos seus interesses. “O segredo é procurar uma boa matéria-prima para que, com a convivência, um se amolde ao outro sem se fundirem”, diz Lidia.

Se o 'amor' acabar saiba o que fazer...


Amor

19.05.2011 - O amor acabou
Tempo e ações positivas ajudam a superar o fim

Mariana Teodoro
Vazio, tristeza e desgosto são sentimentos triviais quando um relacionamento chega ao fim. E para quem leva o fora, a dor ainda é maior. Embora pareça que o mundo tenha desabado sobre a cabeça, é possível dar a volta por cima da situação sem carregar marcas. Para isso, basta colocar em prática duas recomendações: ter paciência para deixar o tempo apagar as mágoas e investir em atitudes positivas. 
Para o psicólogo e pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) Thiago de Almeida, especialista em dificuldades do relacionamento amoroso, viver o período de luto após o término da relação é importante para a cicatrização das feridas. Segundo o especialista, grande parte das pessoas que termina o namoro ou o casamento sobrevive ao turbilhão de emoções depois de passar por um ciclo de cinco fases.
A primeira etapa é caracterizada pela negação. “No começo, é difícil aceitar o fim”, diz. Depois, vem a raiva. “Geralmente, quem foi deixado ou traído passa a sentir ódio do outro”. Em pouco tempo, o coração pode ficar confuso e, por desespero, recorre-se à barganha. “A pessoa pede a Deus e ao universo que o(a) ex volte”. Mas quando cai a ficha de que não há milagre, bate a depressão. Essa fase de dor profunda precede a última etapa do ciclo, a aceitação. “Finalmente, a pessoa compreende o que aconteceu e se sente recuperada para seguir adiante”, afirma Almeida.
Outro especialista no assunto, o psicólogo Ailton Amélio ressalta que preencher o vazio do término com um novo relacionamento nem sempre é a melhor saída. “É preciso cautela porque, geralmente, a pessoa está em um momento de desequilíbrio emocional. E, sem discernimento, acaba escolhendo parceiros errados para se relacionar novamente”. O psicólogo acrescenta que é mais saudável chegar a um patamar de estabilidade para, então, começar outra relação séria.
A dificuldade em recuperar as boas emoções nesse tempo de espera pode ser atenuada com iniciativas positivas. Segundo Almeida, manter distância do(a) ex é uma forma de se afastar do sofrimento. “Não é recomendável ficar em contato com o(a) ex no intuito de achar que aquilo vai render uma futura volta. O melhor é deixar que as coisas se ajeitem naturalmente.”
Já Amélio afirma que nesse período o mais importante é preocupar-se com a auto-estima. “Quando alguém é rejeitado, a autoconfiança vai pra baixo. É importante voltar-se para si.” Cuidar da aparência, sair com os amigos, fazer atividade física e ler bons livros são práticas que podem ajudar. Por outro lado, diz o especialista, deve-se evitar a idealização do antigo relacionamento. “Se terminou, é porque não tinha mais jeito.”
Quanto aos casais que moravam juntos, a maior dificuldade é preencher o buraco deixado na rotina. “Os projetos são desestruturados. A pessoa não sabe mais para onde vai porque os programas eram feitos com o parceiro(a). Nesses casos a ajuda de um psicólogo é fundamental.”

"Efeito Dia dos Namorados" afeta cabeleireiros e até psicólogos

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Data mexe com a autoestima de quem está solteiro, provocando reflexão e busca por serviços que promovem bem-estar

É só o tempo esquentar um pouco, anunciando o verão, que começa a corrida de quem quer um milagre instantâneo: tratamentos de estética, matrícula na academia e, até mesmo, considerar bisturi. Mas não é só nesta época do ano que o comportamento imediatista aparece.
O “efeito Dia dos Namorados” atinge em cheio quem está só – homens e mulheres, independentemente da idade. É que, nos dias que antecedem e sucedem a data, parece imperar a lei de que ficar só ou mal-acompanhado não é uma alternativa possível.

O psicólogo Thiago de Almeida, especialista em relacionamentos amorosos e autor do livro “A arte da paquera: inspirações à realização afetiva” (Editora Letras do Brasil), diz que até ele é afetado pela data. “Meu consultório fica cheio, porque as pessoas chegam até mim procurando resolver suas vidas em relação ao namoro e até casamento”, diz. O momento, como o Natal, é usado por muitos como um balanço para avaliar certos aspectos da vida. “As pessoas sentem que algo não está de acordo com o que elas esperavam”. Resultado? A busca imediata por soluções que indiquem o caminho rumo à cara-metade.

Mas o comportamentos imediatista geralmente não produz efeitos positivos. “Se você fica mais preocupado em ter uma pessoa ao lado do que fazer uma triagem, podemos dizer que terá nas mãos uma bomba-relógio”, ressalta Almeida. De acordo com ele, muitos casais são formados na véspera do Dia dos Namorados, mas poucos dão certo em longo prazo. “Sentimentos e comportamentos que estavam tão vívidos nesta fase podem não estar mais no dia-a-dia, porque o relacionamento amoroso é algo que se constrói, se desenvolve no cotidiano”.

Na contramão, Sheila Chamecki Rigler, diretora da agência de relacionamentos Par Ideal, afirma que a ansiedade para comemorar o Dia dos Namorados existe mesmo (mulheres cadastradas tendem a telefonar mais para questionar se já existe algum pretendente interessado nessa época), mas acredita que as pessoas não deixam suas exigências e preferências de lado apenas para não ficarem sozinhas na data. “Todas querem encontrar seu par rapidamente. Mas preferem esperar e encontrar alguém que atenda suas expectativas”.

Em compensação, aponta que o período que sucede a data é conhecidamente mais convidativo para a procura do serviço. “As pessoas decidem que, no próximo Dia dos Namorados, não querem mais estar sozinhas”, comenta.

Salões e academias
O Dia dos Namorados no Brasil é um período especial para salões de beleza. A rede Jacques Janine, por exemplo, tem um aumento de cerca de 20% nos serviços de estética na semana que antecede a data. Mas o perfil dos clientes é definido majoritariamente por casais e mulheres jovens – que já ingressaram em um relacionamento e querem só dar uma caprichada para agradar os parceiros na noite especial. Solteiros parecem reconhecer que a estética melhorada não fará com que o mar se torne melhor para peixe do dia para a noite.

Academias, por sua vez, podem ser afetadas negativamente pelos dias frios (motivo de preguiça para muita gente). “A frequência de pessoas na academia diminui bastante no inverno”, diz Fernanda Toledo, professora de academia e personal trainer. “Acho que, na verdade, a mulherada que está solteira fica em casa deprimida comendo muito, isso sim!”, brinca ela. Para driblar o problema, uma solução é motivar casais com programações e pacotes especiais. Mas a rede Runner já observou que muitos namorados aproveitam a data para dar de presente um plano da academia, passando a oferecer um plano chamado “Amor sob medida: na compra de um plano para uma pessoa, o cônjuge ganha 50% de desconto”.

Repensando os contatos imediatos
Pode ser que uma caprichada no visual seja um estímulo aos olhos do outro. Mas a recomendação do psicólogo Almeida é de que esta busca não seja o reflexo de uma carência doentia, de uma personalidade esvaziada ou depressiva. “Na verdade, ninguém está interessado em uma metade da laranja, mas na laranja inteira”, explica. “Não dá para ser uma pessoa antes e depois não ser“. Para tanto, é necessário que se tenha em mente que soluções imediatas e superficiais podem não corresponder ao desejo do outro o ano todo, e que uma atitude impensada muitas vezes também implica no desejo de que o outro chegue para resolver todos os seus problemas – o que está longe de ser verdade.

“Antigamente, as pessoas viviam procurando no outro a imagem de beijar o sapo para transformá-lo em príncipe. Hoje sabemos que podemos encontrar o amor onde ele realmente está: na fila da padaria, da videolocadora, talvez no trabalho – e muito mais perto do que se imagina”, diz Almeida. Enquanto o encontro não acontece, vale a dica de Fernanda: “troque presentes com os amigos gays e solteiros também, só para não passar batido”. E, claro, não custa nada dar uma arrumadinha no cabelo, fazer uma caminhada e estar aberto a novas possibilidades com um sorriso no rosto. Afinal, é a própria autoestima que está em jogo quando se fala em uma vida feliz e completa.