terça-feira, 27 de setembro de 2016

Sexo à primeira vista - Sim ou não?



Sexo à primeira vista
A ideia de fazer sexo logo no primeiro encontro divide opiniões entre os maduros
Por Ilana Ramos
07/11/2011  



Depois de conversar muito pela internet, vocês marcam o primeiro encontro, com direito a jantar e tudo. Na porta de casa um beijo, e aí? Alguns acham que transar no primeiro encontro está fora de cogitação, que acaba com a magia do encontro. Já outros, acham normal e apostam que pode até virar algo a mais, se houver sintonia entre o casal. O assunto é polêmico e as opiniões divergem muito. O sexo à primeira vista pode acontecer com qualquer casal que saia uma única vez e sinta a "química" para fazê-lo. Mas, e depois?

O sexo no primeiro encontro ainda é um assunto que precisa ser mais e melhor trabalhado na cabeça das pessoas que estão na faixa dos 50 anos. De acordo com o psicólogo especializado na área do tratamento das dificuldades do relacionamento amoroso e autor do livro "A arte da paquera: inspirações à realização afetiva", Thiago de Almeida, "o sexo no primeiro encontro não é tão comum na Geração X, pois muitos valores dela ainda são influenciados pelas gerações anteriores".

Embora muitos ainda relacionem o sexo no primeiro encontro à promiscuidade, especialmente feminina, quebrar o preconceito é a primeira barreira a ser vencida. E há quem diga isso por experiência própria, como é o caso de R.P.V., de 65 anos. "Mulher que transa no primeiro encontro, desde que esteja sóbria, é uma mulher que sabe satisfazer seus desejos, conscientemente. Ela sabe que está correndo o risco de não ser mais procurada mas quem não corre riscos permanecerá na marginalidade. Já transei no primeiro encontro mais de uma vez. Nunca me decepcionei. Essa transa pode virar um relacionamento sério, sim, mas isto não é regra geral. Se ambos se encontram em estado ímpar, a sintonia aconteceu, o coração balançou e ambos se entregaram de corpo e alma um ao outro, o resto é só alegria", garante ela.

Muita coisa mudou desde a época de nossos pais e encarar o sexo casual com naturalidade hoje é mais fácil do que antes, mesmo que ainda restem algumas sequelas do patriarcalismo de antigamente. "Durante seis mil anos, os homens dominaram a sociedade com seus valores. Foi apenas na década de 1970 que houve a grande revolução sexual feminina e os valores foram relativizados. Mas o homem ainda usa o sexo como afirmação e conquista, e a mulher com mais de 50 ainda encara o sexo de maneira quase lúdica embora tenha menos perspectivas de estabelecer um relacionamento", diz Thiago.

O sexo no primeiro encontro, para muitos casais, ainda pode funcionar quase como um rito de passagem na hora de definir se o encontro foi de fato bom ou não, mas nem todos são adeptos dessa prática. Para a aposentada de 60 anos, que prefere se identificar pelo seu apelido na Rede Maisde50, Amor Antigo, "o sexo no primeiro encontro detona tudo que poderia ser agradável e esperançoso nesta relação. Um 'Q' de mistério e dificuldade caem bem em qualquer situação. Sabe a história do proibido que é desejado? É por aí".

Edison Sutter, produtor rural, de 65 anos, diz que "a transa no primeiro encontro vai depender de como a gente se sinta com o nosso parceiro. Não preciso provar a minha masculinidade para ninguém, nem para mim mesmo. Se a gente se sentir confortável e confiante, tudo bem, se não, quem sabe no próximo? Se ela quer transar no primeiro encontro eu acho que consegui passar para ela confiança. Pensar mal de uma mulher que transa no primeiro encontro é algo ultrapassado para mim".

Sim, pode ser possível que o sexo à primeira vista venha a se tornar um relacionamento amoroso, mas o especialista em relacionamentos garante que não é comum. Para ele, "se perdêssemos mais tempo selecionando com quem nos relacionamos, a manutenção da conquista seria mais fácil. Muitos não observam esse aspecto e isso faz com que se separem por não saberem quem é a pessoa nem em que lugar irão alocá-la em suas vida. Esperando, o relacionamento ganha profundidade e familiaridade. Num primeiro encontro temos primeiras impressões e podem ser falsas. Mas é tudo questão de probabilidade. Pode ser que o relacionamento dê certo se esperarmos, mas pode ser que esperar só o afunde. Nunca teremos 100% de certeza, precisamos trabalhar com as probabilidades".

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