sexta-feira, 18 de março de 2011

Boletim da Paquera IV: Você quer ganhar o jogo da paquera? Aprenda a chutar... (colaboração de Ana Carolina Ribeiro)

É grande o número de pessoas reclamam de seus namorados-maridos por causa daquela peladinha de domingo. Apenas para citar uma de suas muitas queixas. O discurso mais conhecido é aquele: “ele não liga pra mim, prefere ficar correndo atrás de uma bola, do que ficar comigo!”. O que a maioria das mulheres não compreende é que muitas vezes, a bola não está no pé dele somente aos domingos, mas sim, durante todo o jogo.
Explicaremos melhor o que queremos dizer com: “estar com a bola durante o jogo”. Um relacionamento amoroso entre duas pessoas, no final das contas não passa de um jogo, onde cada um é o jogador é capaz de decidir qual será a sua estratégia de ataque e defesa e até mesmo decidir quem é que ficará com a bola no pé.
Quando estamos assistindo uma partida de futebol e queremos ver o nosso time ganhar, o que esperamos que ele faça? Esperamos que esteja chutando a bola em direção ao gol e que depois de correr todo esse campo, marque um lindo gol, seja ele de placa ou de trivela. Em resumo, Só ganha o jogo quem marca o gol, do contrário seu time leva o gol e perde o jogo.
Em um namoro também é assim, você, o(a) jogador(a), se quiser marcar um gol e ganhar esse jogo, deve estar sempre buscando chutar essa bola. A bola tem que estar no seu pé e não no do(a) adversário(a). A bola aqui é uma metáfora para o controle que se busca ter em um relacionamento. Sabemos que, não raramente, um parceiro gosta mais do que o outro. Assim, cria-se uma assimetria e quem gosta menos, frequentemente cria insegurança e deixa cada vez mais quem gosta mais, querendo mais tua presença e deixa este cativo em sua teia de fascínio. Que fique claro, que nesse jogo a outra pessoa nunca será um adversário, mas deve sim, ser outro jogador do mesmo time que busca a mesma vitória que você.
Retomando o exemplo inicial trazido à baila, a partir do momento em que as pessoas desperdiçam seu precioso tempo ao fazer críticas, sobre como o namorado gasta o seu tempo de lazer, com futebol, shopings e afins, a pessoa que está a reclamar esquece o seu próprio lazer e ainda demonstra que não tem nada de mais interessante para fazer do que fiscalizar o(a) seu(sua) parceiro(a). A partir disso, o resultado que temos é: o(a) parceiro(a) cada vez mais confiante, mais seguro(a) e até mais cansado(a) da marcação cerrada que se faz sobre ele(a), enquanto quem está a reclamar, cada vez mais torna-se uma pessoa amedrontada, insegura e dependente das ações do(a) namorado(a). E agora? Quem será que está com o bola no pé prontinha pra chutar?
É bom lembrar que uma pitadinha de insegurança às vezes é necessária. Uma pessoa extremamente confiante pode perder seu interesse afetivossexual, pois principalmente o homem é movido pelo desafio da conquista e o que está sempre disponível nem sempre é o mais desejado.
Voltando ao nosso futebol, não fique dependendo do jogo que o(a) parceiro(a) está jogando, antes mesmo que ele lance a bola, você já deve estar no ataque e preparado(a) para dominar as estratégias de jogo. No dia em que ele(a) for jogar futebol, passar a tarde com os(as) amigos(as), não se descabele, vá fazer o que te dá prazer, seja sair com as(os) amigas(os), ir ao cinema ou mesmo caminhar sozinho(a) em um parque. Uma mulher(ou homem) que sabe jogar esse jogo sem se mostrar um(a) zagueiro(a) desesperado(a), que sabe dar valor a pessoa que está ao lado, mas ao mesmo tempo não deixa a bola cair do pé, vale por dois(duas)!

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domingo, 13 de março de 2011

Boletim da paquera III: O tempo que dedicamos aos nossos paqueras


             As pessoas testam-se umas as outras o tempo todo mesmo que de forma inconsciente e numa dessas uma parceria em potencial é reprovada no teste. Quando as pessoas investem o tempo delas em nossas pessoas e naquilo que nos é importante é nesse momento que os sentimentos dela por nós vai de fato crescer. Antoine de Saint Exupéry entendeu bem isso quando colocou na fala da raposa que dialogou com o Pequeno Príncipe: “Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante”. Em um relacionamento seja de amor ou amizade, tempo é fundamental! Tempo para ouvir, tempo para falar, tempo para partilhar alegrias, apoiar nos momentos difíceis, se fazer presente na vida do outro.
            Realmente é o tempo que aparentemente “perdemos” com as coisas que as tornam tão importantes para a gente. Quando você, por exemplo, descorresponde a uma expectativa ao sair do MSN mais cedo, ou desligar um telefonema antes do esperado você aparenta ser um verdadeiro prêmio a ser perseguido, você demonstra ser uma pessoa de valor e garanto que numa próxima oportunidade a pessoa certamente vai querer otimizar o tempo em que vocês estão juntos. Nunca aparente estar disponível para o outro, ainda que esteja realmente. Minta se for preciso. E nem pensar em falar com um parceiro em potencial por mais do que 10 minutos, indicando que você não tenha mais nada para fazer. Torne suas conversas o mais objetivas possíveis. Não é necessário ostentar que você está tão ocupado(a) e que tem coisas mais importantes na sua vida além dela. Isso deve soar natural. Mas, de uma forma sutil, faça a pessoa perceber que ela precisa competir pelo seu precioso tempo. Schopenhauer diz que a vida oscila como um pêndulo, do sofrimento para o tédio: sofrimento por desejar algo e tédio ao conseguir. Todas essas "estratégias" e esse jogo que se inventa, não são mais do que uma tentativa, na maior parte das vezes frustrada, de manter o pêndulo da vida do outro no sofrimento, e mesmo em longo prazo, mesmo em casamentos, por exemplo, esse pêndulo, por vezes, oscile mais para o lado do tédio. Assim é preciso que ele volte rápido para o sofrimento, nesse caso, talvez não o sofrimento pela conquista, mas pela reconciliação ou pela afirmação das opiniões do outro.            O paquera ideal no mundo contemporâneo é raro, pois seus preceitos exigem um contínuo esforço. A pessoa, objeto de sua conquista, deverá ser seu projeto pessoal no qual você deverá concentrar toda a sua atenção. A questão então é: quanto de seu tempo de dedicação vale para investir em teus alvos?
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