sábado, 4 de setembro de 2010

Vítima de agressão por 13 anos denuncia marido e apanha

02/09/2010 - 00h00 (Do site - A Gazeta- online)



Glacieri Carraretto

Da Redação Multimídia



O casamento de 13 anos escondia um cotidiano de ameaças e agressões vividas por uma atendente de consultório dentário, em Campo Grande, Cariacica. Na manhã de terça-feira, mais uma vez com hematomas espalhados pelo corpo, a mulher procurou a polícia e denunciou o marido.
Um dia após prestar queixa contra o companheiro, a atendente X., 33 anos, voltou à Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) do município. Desta vez, com pontos cirúrgicos na parte interna da boca e nos lábios, ela denunciou os horrores da noite de terça-feira – uma entre as tantas sofridas durante 13 anos de união.
O marido reclamou que a esposa havia procurado a polícia, a agrediu com um soco no rosto e ameaçou matá-la. Com medo X. fugiu, correndo, pelas ruas, mas foi alcançada pelo companheiro, que, segundo a polícia, derrubou a mulher, deu chutes e pontapés e até pisou na cabeça da vítima.
Vizinhos e pedestres socorreram a atendente odontológica. A Polícia Militar foi acionada mas não conseguiu localizar o agressor. “Ela foi socorrida para o hospital, por volta de meia-noite, e precisou levar pontos na região da boca e ficou bastante ferida. Nem mesmo comer direito ela conseguia”, contou uma colega da vítima.



Denúncia

A atendente de consultório X. precisou da ajuda de amigas e familiares para tomar coragem e representar contra o marido na polícia. “X. nunca se abriu com a gente. Somente depois de o marido fazer ameaças e escândalos no trabalho dela é que soubemos o que ela sofria”, disse uma amiga.
A atendente já havia registrado outros dois boletins de ocorrência, acusando o companheiro de ameçá-la, em julho e agosto deste ano. A vítima contou que, há cerca de um ano, descobriu que o marido é usuário de drogas.
“Abrimos inquérito e pedimos a medida protetiva a favor da vítima. Se a Justiça decretar, o agressor fica proibido de se aproximar da mulher. O acusado será indiciado por tentativa de homicídio e ameaça”, afirmou a delegada Tânia Maria Zanolli.
A mulher foi encaminhada para uma abrigo de Cariacica – preparada para receber mulheres vítimas de violência doméstica e seus filhos.



Mulher é agredida por receber pastores

Uma outra mulher foi vítima de agressão dentro de casa, na noite de terça-feira, na Grande Vitória. Após pedir que dois pastores fosse a sua casa para orar por ela, que estava doente, uma doméstica de 43 anos foi agredida e ameaçada de morte pelo marido, no bairro Bonfim, na Capital.
Em depoimento prestado à polícia, a vítima contou que não estava bem de saúde, por isso, teria pedido aos pastores que fossem até a residência, orar por ela, na última segunda-feira. Tomado pelo ciúme, o marido não gostou do fato. Ele alegou que a mulher estava “levando homens para dentro de casa”.
Na terça-feira, por volta das 15h, L. chegou embriagado. Descontrolado, ele deu um tapa no rosto da doméstica e a ofendeu com xingamentos. Durante a confusão, a vítima ainda foi ameaçada de morte: “Vou comprar um revólver hoje, voltar e matar todo mundo”, teria dito o agressor. Um boletim de ocorrência foi registrado no Departamento de Polícia Judiciária (DPJ) de Vitória, e o caso será apurado pela Delegacia da Mulher da Capital. (Ana Paula Mill)



Vítima se acostuma com a violência

Análise

Thiago de Almeida, Psicólogo

“As vítimas de violência doméstica, muitas vezes, não são mais donas de si, o que faz as agressões continuarem e se estenderem por um longo período. Os agressores tomam conta da vida do outro e acabam por preencher esse espaço com a violência. As mulheres que são vítimas desse tipo de crime buscam justificativas para a situação que ocorre dentro de casa. Elas se incomodam com os conflitos no lar, mas se “acostumam” com as consequências, pois, em sua maioria, são pessoas que cresceram em um âmbito familiar semelhante ao que vivem. As vítimas sabem que precisa de ajuda, mas sentem falta da companhia do marido. Tanto que muitas vezes, a esposa acaba retirando a queixa contra o companheiro e continua se submetendo às agressões”.

2 comentários:

  1. Prezado Thiago. Gostei do texto. Infelizmente é o que vem acontecendo. Fiquei sabendo de uma medica inglesa, que seu noivo, morador de Campinas, a agrediu, e ela estando grávida. felizmente ela fez Um Bo na delegacia da mulher de Campinas/ Bo 2877/2010.
    E ainda por cima ele fugiu.

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  2. muito interssante a materia mas,acho muito pouca a pena que dão para esses agressores que foi que disse que cesta basica muda personalidade ou carater ou comportamento de alguém? por acho que eles deveriam ir direto para cadeia e nada de ter segunda chance e la dentro ter um acopanhamento psiquiatrico psicologico para quando voltar para o convivio social não voltar a agredi-las quem sabe assim funcionasse,por as mulheres por eles agrdidos talvez não tenha chance de voltar delgacia por ter sido novamente agredida,mas sim pro cimiterio como aconterce muitas vezes. é isso Dr Thiago, sabe quem é esse anonimo? logo,logo saberas ficou curioso né.

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