Importância da autoestima
A
atenção dispensada a este tema não é recente. Desde a Grécia antiga, filósofos
como Aristóteles já tentavam decifrar o enigma da existência feliz. Considerada
como um importante aspecto na vida, a autoestima constitui um sentimento de
juízo, de apreciação, valorização, bem-estar e satisfação que o sujeito tem de
si mesmo e expressa pelas atitudes que toma em relação a si mesmo. Para muitos autores, a expressão autoestima, além de trazer implícito
o sentido de sucesso e de ser capaz, também está intimamente relacionada à
visão de uma pessoa que se ajusta às constantes mudanças da realidade. Dessa
forma, a autoestima corresponde ao somatório de valorações que o indivíduo
atribui ao que sente e pensa, avaliando seu comportamento como positivo ou
negativo, a partir desse quadro de valores. E por que falarmos de autoestima é tão importante? A autoestima
é considerada um importante indicador da saúde mental por interferir nas
condições afetivas, sociais e psicológicas dos indivíduos. Interfere, portanto, na saúde, no bem-estar e na qualidade de
vida da população em geral.
Enquanto
filósofos ainda debatem a essência do estado de felicidade de tal forma que esses pensadores consideraram a
felicidade como o bem maior e a principal motivação para a ação humana. Mais
recentemente, psicólogos e demais pesquisadores
empenharam-se, nas últimas três décadas, para construir conhecimento e trazer
evidências científicas sobre o conceito de bem-estar. Os primeiros estudos sobre autoestima foram
realizados por William James, psicólogo de pensamento funcionalista, que
estudava o quanto o organismo se utilizava das funções da mente para se adaptar
ao meio ambiente. No início dos estudos da Psicologia acerca dos diversos
fenômenos humanos, nos psicólogos demos pouca
atenção para o estudo do bem-estar subjetivo, preferindo investigar a
infelicidade e o sofrimento humano.
O termo "felicidade" passou a ser indexado no Psychological
Abstracts em 1973 e o periódico Social Indicators Research,
fundado em 1974, começou a publicar um grande número de artigos sobre bem-estar
subjetivo (Diener, 1984). Definir bem-estar é difícil, uma vez que pode ser
influenciado por variáveis tais como idade, gênero, nível socioeconômico e
cultura. Muito amplamente, aponta-se que uma pessoa com elevado sentimento de
bem-estar apresenta satisfação com a vida, a presença frequente de afeto
positivo, e a relativa ausência de afeto negativo.
A identificação que o
indivíduo estabelece com o mundo exterior interfere na formação de sua
autoestima. Os relacionamentos familiares exercem papel fundamental na visão
e/ou aceitação que o indivíduo tem de si e dos sentimentos auto nutridos. Uma
criança cuja mãe é super protetora, que não lhe permite sair, brincar com
amigos, vivenciar costumes diferentes, adquirir outros referenciais de
relacionamento e, ainda, recebe críticas por tudo que realiza, é bem provável
que não acreditará em seu potencial, não se sentirá segura para executar
quaisquer atividades e certamente apresentará baixa autoestima. Ao contrário, a
criança, cujo comportamento é reforçado pela família, provavelmente se sentirá
segura e confiante para realizar o que lhe for solicitado. Em ambos os casos, a
autoestima decorre do quanto o indivíduo se sente em relação a si próprio:
autoconfiante e competente ou fracassado e incompetente. Anteriormente,
Rosenberg (1985) e Coopersmith (2007), autores clássicos da autoestima, já
reforçavam o fator da valoração, considerando que indivíduo conduz sua vida no
sentido de projetar em seus ideais o poder maior ou menor que atribui ao
“outro” sobre si.
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