Blog do Psicólogo Thiago de Almeida
Este blog foi feito especialmente para você que tem dificuldades em seus relacionamentos amorosos e quer melhorar, ou até mesmo está em uma crise conjugal e não sabe o que fazer...
quinta-feira, 28 de outubro de 2021
sábado, 26 de setembro de 2020
É amor? Confira sinais que podem indicar se a relação é baseada apenas em carência
O amor é o sentimento que deveria estar presente em todos os relacionamentos amorosos, mas nem sempre ele é a razão que une duas pessoas. Em alguns casos, a carência acaba se camuflando de amor para esconder uma necessidade afetiva inconsciente.
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Segundo a psicóloga Katia Vega Kestenberg, uma pessoa carente sente dificuldade em se sentir preenchido por si só, causando uma dependência do outro para se sentir amado. “O outro me complementa, mas não me completa. Ele pode agregar na minha vida e não ser o ar que eu respiro”, destaca Katia. Reflexo das relações nutridas na infância, especialmente com os pais ou cuidadores, a carência revela uma falta de amadurecimento na vida adulta.
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O professor e psicólogo Thiago de Almeida, mestre e doutor em psicologia, explica que o indivíduo carente passa por um processo de deslocamento do cenário original – a falta de tempo, atenção ou amor dos pais – para o contexto atual e cobra, de maneira inconsciente, atitudes e comportamentos do seu parceiro para suprir estas falhas afetivas.
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Os dois especialistas pontuam quais sinais indicam que uma pessoa pode estar em um relacionamento por carência e não por amor:
- Abrir mão de coisas importantes para você para atender o que o outro exige. O desejo do parceiro é sempre o mais importante.
- Não expor sua opinião com medo de desagradar o outro.
- Ciúme excessivo, cerceando a individualidade do parceiro.
- Rotina em função das necessidades do outro;
- Acreditar que sem a presença do parceiro é impossível ser feliz.
- Não ter plano nem perspectivas próprias.
- Falta de confiança no parceiro ou em si mesmo.
- O relacionamento é construído em uma linha tênue entre o desespero e o comodismo.
- Aceitar viver qualquer relacionamento para preencher o “vazio” da carência afetiva.
- Medo de ficar sozinho sempre, preferindo, inclusive, uma má companhia do que a solidão.
- O sentimento maior dentro da relação é de falta, necessidade de ter em troca aquilo que é dado.
- Ansiedade excessiva.
“O amor não exige resposta e nem é medido pelo que se dá e o que se recebe, não é contabilidade. Se você se identificou ou desconfia que pode estar dando mais vazão a sua carência afetiva do que a seu amor verdadeiro, busque ajuda para se autoconhecer e equilibrar suas relações”, aconselha Katia.
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MAIORES DESEJOS PARA UM CASAMENTO MAIS FELIZ
Pesquisa aponta que casais desejam mais tempo sozinhos, romantismo, além de fidelidade, parceria e muita compreensão
O ditado popular diz que quem casa quer casa. Porém, o que as pessoas mais querem dentro de uma relação a dois para ter uma união feliz?
A Empresa Júnior da UVV (EJUVV), em parceria com A Tribuna, perguntou para casais no Estado em uma pesquisa e descobriu que a maioria deseja mais tempo sozinhos (32,61%) e mais romantismo (21,74%).
“Acredito que por causa da correria do dia a dia e das várias tarefas que homens e mulheres têm de desenvolver, muitas vezes o momento a dois acaba sendo prejudicado. Acho também que o isolamento provocado pela pandemia contribuiu para afetar esses desejos mostrados na pesquisa. Com o isolamento junto à família, a intimidade do casal pode ter ficado comprometida”, disse o professor e coordenador da pesquisa, Fabrício Nunes Azevedo.
Quando perguntados sobre quais as características compõem um casamento ideal, os entrevistados responderam que é importante que a relação tenha fidelidade (41,30%), parceria (32,61% ) e compreensão (19,57%).
“Penso que para ter um casamento feliz é preciso, acima de tudo, lealdade. E isso significa cumprir o que for acordado entre ambos. Cada casal tem a sua forma de viver e os meios próprios de buscar a felicidade”, destacou a psicóloga Rubia Passamai Navarro.
Ela explica que o segredo é conversar abertamente e estabelecer os limites do relacionamento.
Para a psicóloga Lana Francischetto, para manter um bom casamento são necessárias afetividade e admiração. “Essa última é considerada uma das chaves para uma relação saudável e feliz. De forma prática, fomentar o diálogo, respeitar o espaço do seu cônjuge, incentivar gestos de carinho e gentileza, tirar um tempo exclusivo para os dois e encorajar um ao outro, permanecendo em unidade. Essas são práticas que somam na vida do casal”, disse.
Professor, doutor e autor de livros sobre relacionamentos, Thiago de Almeida destaca que respeito, companheirismo e amor são fundamentais para uma boa convivência entre o casal.
“O diálogo deveria fazer parte de todo relacionamento e é um dos segredos do sucesso no casamento”.
Vemos que, para os casais, a base de um casamento feliz está em três pilares: parceria, fidelidade e compreensão"
Fabrício Nunes. coord. da pesquisa
BRUNO ROAS
Paciência e perseverança
O casal Daniel Kenji Funabashi, 31 anos, e Ana Luiza Schmidt de Rezende, 31, se conheceram pela rede social, graças a um amigo cupido. Em julho deste ano, eles completaram um ano de casados e garantem que não são perfeitos, mas são muito felizes.
“Acredito que o essencial na relação é saber o que é mais importante! Estamos em constante mudança. Ainda longe do ideal, mas buscamos reconhecer nossas limitações e progredir, evoluir dia após dia. É necessário ter paciência e perseverança”, salientou Kenji.
BETO MORAIS /AT
Amor mesmo distante
Thiago Esposti, 42, e Giovanna Esposti, 37, são casados há quase sete anos. Mas, desse tempo, só moraram juntos cerca de um ano, no início do casamento, em 2015. Giovanna teve de se mudar para fazer residência médica e depois especialização. Mas morar longe não mudou o amor dos dois.
“Acredito que o amor nasce com respeito, admiração e não pode faltar cumplicidade. Estamos muito felizes com nosso casamento, estamos acostumados com a distância, apesar de querer estar mais perto. Mas em um casamento as decisões têm de ser tomadas em conjunto e estamos felizes assim!”, disse Thiago.
AUTOMEDICAÇÃO PIORA OS CASOS
A dificuldade para dormir tem levado muitas pessoas a se automedicarem, comportamento que pode piorar a doença e ainda causar outras, como afirmam os médicos.
A pesquisa “O sono dos brasileiros”, feita pela biofarmacêutica Takeda em parceria com o Ibope, revelou que 65% dos brasileiros têm baixa qualidade de sono. Desses, 34% têm insônia, mas só 21% possuem diagnóstico médico.
“A pesquisa mostrou um cenário preocupante. Porém, isso não significa que 65% das pessoas têm insônia. Pode haver outros distúrbios de sono”, explicou o vice-presidente da Associação Brasileira de Medicina do Sono, Luciano Drager.
Ele, que também é professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, disse que a dificuldade de dormir acende um alerta para a automedicação. “Inclusive de medicamentos que não têm comprovação científica para serem usados contra a insônia, ou ainda usando remédios que têm efeitos colaterais e podem causar outros problemas”
Médica e doutora em Medicina do Sono, Debora Petrungaro Migueis alerta que a automedicação, além de piorar a insônia, pode causar dependência e abuso de substâncias. “O paciente fica sujeito aos efeitos colaterais destas medicações como sedação e comprometimento de memória.”
Ela explica que o diagnóstico da insônia deve ser feito de forma adequada por um médico capacitado para tratar distúrbios do sono. “A insônia pode ser confundida com distúrbio de ritmo circadiano, e ainda com a má percepção do sono, na qual o paciente se queixa de insônia, mas consegue dormir”.
De acordo com a psicóloga Nataly Martinelli, o diário do sono, onde o paciente relata tudo que acontece, ajuda a identificar a tratar a insônia.
A pneumologista e especialista em Medicina do Sono Simone Prezotti ressalta que a suplementação de melatonina, tão famosa utilizada, não trata insônia. “A melatonina não é um sedativo, é uma substância que o nosso corpo produz. Há algumas situações que são indicadas, tem de ter uma avaliação do médico”.
Ela alerta também para o risco dos benzodiazepínicos, como o Diazepam, que também são usados, mas não são indicados para insônia.
LANNE VAREJAO FOTOGRAFIA
“Sempre com respeito e amor”
Adriani Capeleti, 43, e Mary Capeleti, 41, são casados há 21 anos e dizem que as dificuldades no relacionamento aparecem, mas que nunca pensaram em se separar.
“Nós prometemos, um para o outro, fazer dar certo, Viemos de pais separados e não queremos isso para nós. Lutamos todos os dias pela nossa união e em Deus estamos conseguindo!”, contou Mary.
Eles acreditam que o casal tem que investir no relacionamento e, às vezes, isso significa abrir mão de coisas.
“Acreditamos que o casal tem de buscar Deus para fazer parte dessa união. É como uma plantinha, se não cuidar, ela morre. Assim é o casamento, se não cuidar, ele acaba. Por isso a necessidade da conquista diária, sempre com respeito e amor”.
Juntos há 55 anos
Francisco de Assis Ghidetti, 85 anos, e Glecy Freire Ghidetti, 81, vão comemorar, na próxima sexta-feira, 55 anos de casamento. Eles contaram que, para a relação durar, é preciso ter companheirismo e paciência.
“Nos conhecemos por causa de amigos em comum. Começamos a namorar em março e nos casamos no dia 25 de setembro de 1965”, lembrou Glecy.
“Para um bom casamento é necessário que haja compreensão, cumplicidade, amor e, principalmente, muita paciência. Sempre um cedendo para o outro, sempre aquela troca. São 55 anos bem vividos, cheios de amor”, disse.
ACERVO PESSOAL
“Prioridade um do outro”
Renata Doro, 36, e Ari Moreira, 49, se conheceram há 12 anos. Mas a oportunidade de ficarem juntos só surgiu em 2018, depois de conversas pela internet e de um encontro em Petrópolis, no Rio de Janeiro.
“Desde o início, nos propomos a ser prioridade um do outro, a conversar quando algo não estiver bom. Desejamos um relacionamento de paz, sem ciúmes, sem joguinhos, sem drama, dar um beijo de bom dia sorridente, tomar um vinho à noite, dançar pela sala”, salientou Renata, que garante que conversas leves para alinhar o relacionamento têm dado certo para eles.
CELULAR VIROU PRINCIPAL MOTIVO DE DISCUSSÃO
Durante o isolamento social, o celular se tornou o principal motivo de brigas entre os casais.
Segundo um levantamento feito pelo Instituto do Casal (IC), organização que se dedica a estudos e educação em relacionamentos e sexualidade humana, uso excessivo do celular (33%), divisão das tarefas domésticas (32%) e excesso de críticas (31%) são as principais causas para desavenças durante a pandemia. Em 2018, o celular aparecia em terceira opção na pesquisa.
“No atual contexto, é provável que os casais tenham flexibilizado os valores quanto ao uso do celular, pois é por meio dele que estão se conectando com trabalho, amigos e família. Essa flexibilização, sem limites, tornou-se um conflito e precisa ser administrado”, analisa Marina Simas, cofundadora do Instituto e especialista em Terapia de Casal e Família.
A pesquisa da Empresa Júnior da UVV (EJUVV), em parceria com o jornal A Tribuna, mostrou que os entrevistados querem que seus cônjuges sejam mais colaborativos com a casa e na criação dos filhos (28,26%), mais carinhosos (23,91%) e mais ouvintes (23,91%).
“Seria ótimo se existisse uma receita mágica para resolver os problemas, mas uma relação saudável e satisfatória depende da compreensão de cada um e da realidade em que vivem. É preciso ter diálogo de forma assertiva, criar um tempo de qualidade para namorar, escutar mais e julgar menos”, ressalta a Sirleide Stinguel, que é sexóloga e terapeuta de casais.
Para o professor e autor de livros sobre relacionamentos, Thiago de Almeida, ciúme, traição e falta de confiança são os principais motivos de conflitos.
“Muitas vezes as redes sociais têm parcela de culpa. Muitos querem mais confiança e companheirismo do parceiro. O ciúme ainda é uma das principais causas de reclamação e brigas entre os casais”.
DIVULGAÇÃO
Marina Simas afirma que os relacionamentos devem ser bem cuidados
“NÃO EXISTE CASAMENTO FELIZ O TEMPO TODO”
A afirmação é da especialista Marina Simas. Ela diz ainda que relacionamento é uma construção conjunta diária
O “E viveram felizes para sempre” não explica que a felicidade na relação a dois não acontece 24 horas por dia. De acordo com especialistas em relacionamento, ao contrário da ficção, na realidade não existe casamento feliz sempre.
“Existem relacionamentos que têm momentos felizes, mas também há estágios difíceis. Nunca é uma coisa única. Não existe casamento feliz o tempo todo”, ressalta Marina Simas, cofundadora do Instituto e especialista em Terapia de Casal e Família.
Para ela, hoje há muita idealização do que é o amor e o casamento. “Existe o casamento feliz, mas relacionamento é uma construção conjunta diária, sempre vai ter que melhorar. Para isso, é preciso muito investimento, mesmo quando o relacionamento estiver bom. Para manter feliz é preciso manter o investimento”, explicou.
Para a psicóloga Lana Francischetto, não existe uma receita de felicidade. “Mas, sem dúvida, existem pontos importantes para que o relacionamento funcione. Cada casal precisa se descobrir e trabalhar esses fatores. O que não pode faltar é a empatia, o diálogo e a afetividade”.
EQUILÍBRIO
O psicólogo Marcos Raul de Oliveira completa dizendo que cada casal é único, mas para o sucesso na relação é preciso ter equilíbrio.
“O equilíbrio não precisa ser no meio, mas ele precisa ser balanceado. Comprar a ideia geral, mítica, romantizada ou cinematográfica de um casamento pode ser perigoso. O que vende é um sonho, mas a construção e as dificuldades fazem parte dessa relação e precisam ser equilibradas, conversadas”, afirmou.
Ele ressalta ainda que a frustração faz parte do casamento também. “Assim como os dias felizes e 'os momentos mágicos’. Se só um dos lados é feliz e se sente bem, tem um ponto de alerta da falta de equilíbrio”.
A expectativa de um casamento de romance também pode minar o relacionamento, segundo o psicólogo Thiago de Almeida.
“Muitas pessoas romantizam demais um casamento, acreditam que tudo será como sonharam, infelizmente a rotina de um casal nem sempre é assim. O cotidiano nem sempre é tão alegre e feliz como pensam, os problemas fazem parte da vida de qualquer casal”.
Publicado em 20 de setembro de 2020
Reportagem: Lorrany Martins