terça-feira, 2 de outubro de 2012

Homem mais novo

por Fernanda Camargo | 01/10/2012

Assim como em Avenida Brasil, há quem prefira os jovens

Se relacionar com homens mais novos é algo que se tornou comum na atualidade. Mulheres, famosas, muitas já investiram nos “menininhos” para terem como seus parceiros. Alguns desses namoros dão certo e se tornam algo mais sério, outros não passam de alguns meses.

O psicólogo e especialista no tratamento das dificuldades dos relacionamentos amorosos, Thiago de Almeida, comenta sobre os relacionamentos funcionarem independentemente da idade. Ele diz que pesquisas mostram uma premissa básica: “quanto mais o casal for parecido em suas preferências, maior é a satisfação no relacionamento. Isso favorece para que seja mais duradouro e satisfatório, independentemente da idade”.

“Como atualmente o homem e a mulher têm condições sociais igualitárias, sendo a mulher com maior acesso ao mercado do que antes, independência dos valores familiares, não há mais aquele grande problema em ela não ter marido, fora casos a parte”, comenta Thiago. Ele diz que elas conseguiram o poder de controlar o destino de sua vida, já que são independentes familiar, financeira e socialmente. Agora as mulheres procuram alguém com características boas para ela de acordo com as suas novas vontades.

De acordo com Thiago, muitos homens preferem ter um relacionamento com mulheres mais maduras. Ele acredita isso ser, além do amor e outros fatores, por conta da estabilidade. “O que acontece é que, muitas vezes, eles não precisam dividir os recursos como faria como uma pessoa mais jovem. A mulher mais velha também é mais amadurecida pela própria idade e por experiências que encantam muito fácil os homens, principalmente por sua independência”, diz. Porém ele conta que alguns estudos apontam que a tendência é os homens procurarem por mulheres mais novas. “Eles têm o ‘software instalado’ de autopreservação, que busca, na hora da relação, mesmo que inconsciente, características férteis em uma mulher, como ancas largas, seios fartos, propriedades de apropriação”, explica.

Há mulheres que optam por ter um relacionamento com homens mais novos para aumentar a própria autoestima, se sentirem mais confiantes, que ainda têm o poder da conquista. O psicólogo explica que “a autoestima é a média da percepção que temos sobre nós mesmos em relação a diversos papéis sociais. Às vezes a pessoa se dá bem no trabalho, mas vida social ou familiar não é a mesma coisa. A média disso dá uma nota que estimula o seu amor próprio, composta da seguinte forma: autoestima = autoimagem (como me vejo – físico) e autoconceito (o que penso de mim - personalidade)”. Ele afirma que se ambas estiverem prejudicadas, a pessoa pode ter problemas de autoestima, que pode estar em depreciação.

Por se relacionarem com homens mais novos que, muitas vezes, são alvos de paquera de outras mulheres, até mesmo das mais novas, a mulher mais madura acaba sentindo um ciúme um pouco mais forte do que o normal. “Uma pessoa mais jovem provavelmente está inserida em um grupo social que tem mais pluralidade do que as pessoas mais velhas, que acabam, muitas vezes, tendo abandonado o seu grupo social”. Por isso a pessoa mais velha passa a se sentir insegura e ameaçada pelos demais.

Na novela Avenida Brasil, da Rede Globo, a Muricy (Eliane Giardini) está em um relacionamento com Adauto (Juliano Cazarré), um homem mais novo que ela e mesmo assim acabava saindo com Leleco (Marcos Caruso), seu ex-marido. Thiago comenta essa situação. “O tempo que permaneceu com o ex-marido, de forma ou outra, teve contribuições positivas para a vida e para o que ela é hoje. Se temos uma maçã estragada não vamos jogar ela fora inteira. Tiramos o pedaço que não gostamos e aproveitamos o resto. Muitas vezes casamentos precisam de uma maior ventilação de possibilidades. Por isso vão e voltam, casam com outras pessoas e voltam a namorar depois de separado”, diz. Thiago comenta que talvez olhando o outro à distância, o antigo casal recupere o investimento inicial, se apaixonando novamente pelas características que no início os fizeram aderir à relação. “Acredito que o amor não tem idade. Talvez tenha prazo de validade”, diz Thiago.

domingo, 30 de setembro de 2012

Porque Ele (a) não ligou?

Para que a relação não acabe no primeiro encontro, aja com cautela
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Para você, o encontro foi incrível e você não vê a hora de marcar o segundo. Apesar de toda a sua ansiedade e expectativa, o seu telefone não toca --e você já conferiu se ele está ligado, com a bateria carregada, com bom sinal. Para a terapeuta de casais Claudya Toledo, não há mistério: a ligação no dia seguinte vai depender da maneira como você se comportou no primeiro encontro. "Se a pessoa mantém atitudes para que o outro se interesse em marcar o segundo encontro, vai rolar. Mas se inicia este primeiro contato no clima ‘mais ou menos’ para ver no que vai dar, é muito provável que o telefone não toque", diz.

Para o psiquiatra Luiz Cuschnir, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, independentemente do gênero, pessoas que têm traumas emocionais de outras relações costumam se posicionar com descrença de que outra poderia completá-la. "Como defesa, se envolvem em seus afazeres de tal forma que não criam condições para ligarem no dia seguinte", afirma.

No entanto, atitudes femininas e masculinas podem ser desanimadoras no primeiro encontro, impossibilitando o próximo. "É comum as mulheres ficarem mais artificiais e os homens tentarem mostrar uma articulação extra para seduzir a parceira", exemplifica o psicólogo Thiago de Almeida, especialista em relacionamentos. E prevendo a chance de ser analisada, a pessoa se comporta de maneira desconfortável para aquela situação. "Neste tipo de encontro, frequentemente a pessoa tenta direcionar a conversa para o que lhe interessa, esquecendo-se de ouvir o outro", afirma Almeida. O psicólogo diz que é importante saber o que quer, mas também dar tempo para o outro expor suas ideias.

Não existe regra quando o assunto é relacionamento. Porém, vale prestar atenção em algumas atitudes que podem afugentar uma paquera. Afinal, homens e mulheres observam com olhares diferentes e um deslize pode fazer o outro desistir antes mesmo de o conhecer melhor. Confira o que faz com que homens e mulheres não liguem no dia seguinte.


Demonstrar grosseria no primeiro encontro diminui muito as chances de que haja um segundo


QUANDO ELAS COSTUMAM NÃO  LIGAR:
Ele não é cavalheiro
Para a mulher, o pretendente tem de ser gentil e educado. "Se ele demonstra ser um cara grosseiro, que fala palavrão e trata mal as pessoas, já era", afirma psicóloga clínica Miriam Barros. Para a psicóloga, o homem pode ser lindo, mas se não for cavalheiro, dificilmente esse relacionamento irá a diante.

Ele é muito pegajoso
As mulheres gostam de atenção, carinho e gentileza. Mas na medida certa. "O homem grudento, que elogia demais, pergunta demais e fica o tempo todo pegando aqui e ali não passa no teste", diz Miriam Barros. Segundo ela, o grude é interpretado como imaturidade, além de ser irritante.

Ele bebe demais
Cada vez mais, o álcool é sinônimo de problemas. "O homem que bebe demais no primeiro encontro ou comenta que na noite passada tomou um porre, provavelmente, não terá uma nova chance", diz Claudya Toledo. A terapeuta afirma que as mulheres estão muito exigentes neste assunto, afinal, conviver com bebedeiras não é o desejo de ninguém.

Ele não se encontrou profissionalmente
"Quando ela avalia que o homem é muito dependente, inseguro e fracassado, principalmente do ponto de vista profissional ou econômico, a reprovação é certa”, afirma Cuschnir. Para Claudya, as mulheres buscam estabilidade. Se o homem não tem emprego fixo ou ainda está em dúvida sobre qual carreira seguir, dependendo da faixa etária, não vai despertar interesse.

Ele é muito apressado
Forçar a barra para transar no primeiro encontro pega mal. "Se a conversa gira em torno de beleza física e sexo, é provável que a relação não vingue. Como ele demonstra que não quer nada sério, cabe à mulher decidir se vale apenas uma noite", diz Claudya. Além disso, quem está na balada querendo conquistar qualquer uma, geralmente, atira para todos os lados. E se está paquerando todo mundo, não vale para um segundo encontro. Segundo Cuschnir, a desconfiança em relação à fidelidade é outra questão que faz a mulher desistir do pretendente.


Homens se intimidam com mulheres que fazem muitas perguntas, portanto, maneire na curiosidade


QUANDO ELES COSTUMAM NÃO LIGAR:
Ela se derreteu demais
Mesmo que a mulher tenha se encantado por um homem, é melhor se conter. "Se ela fica muito disponível, a chance de o homem não ligar é enorme", diz a psicóloga clínica Miriam Barros. Segundo ela, eles são mais lentos, exploram a situação e analisam o comportamento aos poucos. "Se a mulher demonstra que ficou muito entusiasmada, é provável que ele entenda isso como ‘ela quer compromisso sério’, e os homens fogem disso nos primeiros encontros", afirma a especialista.

Ela fez muitas perguntas
Os homens ficam constrangidos com interrogatórios. De acordo com Miriam Barros, o primeiro encontro deve ser leve e divertido. Por isso, a mulher não deve fazer questionamentos sobre o que ele faz, onde trabalha, se mora com os pais, há quanto tempo terminou o último relacionamento e quanto tempo o último relacionamento durou. "Para a mulher, é normal falar sobre estes assuntos, mas os homens se sentem acuados", diz a psicóloga.

Ela fala muito sobre trabalho
No primeiro encontro, o ideal é falar sobre amenidades: viagens, passeios, gostos musicais. "Homem gosta de emoção e, no primeiro encontro, vai adorar saber que a pretendente tem vontade de saltar de paraquedas ou fazer uma viagem de navio, por exemplo. Mas ele vai detestar falar de trabalho, que, para ele, significa competitividade e prazos", afirma Claudya Toledo.

Ela não para de falar do "ex"
Se ele perguntou sobre o passado, seja sucinta. Contar em detalhes sobre o seu relacionamento anterior não vai agradar o pretendente. Aliás, o melhor é evitar falar de relações problemáticas. "O homem avalia como ela se relaciona com a família, seus vínculos e estrutura familiar que pode incomodá-lo em um relacionamento futuro", diz Cuschnir. Portanto, é melhor falar apenas o necessário.

Ela demonstra muita independência 
Os homens gostam de mulheres com personalidade, mas isso não significa que ele queira que você não dependa de ninguém, nunca, para nada. "As mulheres acham que demonstrar poder profissional e financeiro atrai o sexo oposto, mas atrapalha”, diz Claudya. Alguns homens se sentem dispensáveis e prefere se afastar. Outros, aceitam. "Mas não reclame que seu companheiro é um banana. Se desde o primeiro encontro você quis direcionar tudo, com certeza, ele vai se acomodar”, afirma a terapeuta.

Dificuldade de enfrentar problemas impede que eles sejam resolvidos; mude isso



De acordo com o psicólogo Thiago de Almeida, nos comportamos de modo a sofrer o mínimo possível

Por Isabela Barros
Do UOL, em São Paulo
31/07/2012 12



Foram quatro anos de relacionamento e um de terapia até que a publicitária Carla (que prefere não revelar o sobrenome) conseguisse aceitar que aquele amor não iria adiante. Apaixonada, ela era incapaz de ver que o colega de trabalho comprometido continuava a tocar a vida e fazer planos de casamento com outra --enquanto mantinha as falsas expectativas de Carla. "Estava tão envolvida que achava que ele era o homem da minha vida. Qualquer sinal, por menor que fosse, fazia com que eu renovasse as esperanças", diz ela. "Demorei para entender e aceitar que ele não me amava." 
Assim como Carla, muitas pessoas têm dificuldade de encarar um problema. Preferem desviar a atenção a aceitar que ele existe e precisa de solução. De acordo com o psicólogo especialista em relacionamentos Thiago de Almeida, confrontar a realidade nem sempre é simples. Isso porque, mesmo sem perceber, nos comportamos de modo a sofrer o mínimo possível, ainda que isso signifique adiar o problema e não enxergar as coisas como elas realmente são. "O enfrentamento da realidade é difícil. Por isso é tão comum que pacientes abandonem a terapia quando o psicólogo se aprofunda na discussão dos problemas", diz ele.
"Algumas pessoas crescem habituadas a ter alguém que assuma seus problemas. É como aquele pai ou mãe que sempre vai à escola para resolver a briga do filho com os colegas e nunca deixa a criança fazer nada sozinha. Chegará o dia em que essa criança não terá quem interceda. Quando adulta, esse tipo de pessoa tem atitudes infantilizadas, pois vive se colocando no papel do 'filhinho que precisa ser cuidado'
Angélica Amigo, psicóloga

A dificuldade de encarar algumas situações vem do medo, da insegurança e da autodepreciação, segundo Hélio Deliberador, professor do Departamento de Psicologia Social da PUC- SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo). "Sofremos para admitir os problemas e relutamos em pedir ajuda", afirma. "Esquecemos que a vida é um desafio permanente e que sempre há obstáculos a enfrentar. É importante entender que a nossa capacidade de resolver os problemas é ilimitada", diz.

Para o psicólogo Armando Ribeiro das Neves Neto, do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, a forma como somos capazes de lidar com problemas está relacionada com a história de vida e a educação de cada um de nós. "Somos muito influenciados por modelos. Pais passivos podem contribuir para a formação de filhos com maior dificuldade de reagir diante das dificuldades", afirma.
A psicóloga Angélica Amigo afirma que as pessoas têm muita dificuldade de encarar os problemas do dia a dia porque não conseguem lidar com frustrações. "O ser humano não quer perder nunca" diz. "Quando se depara com um problema, tende a negá-lo inicialmente, como uma maneira de resistir à realidade e se proteger do sofrimento ou, algumas vezes, pode até 'hiperdimensionar' o problema, se colocando no lugar de vítima do mundo e, assim, conseguindo a atenção de todos."
Angélica explica que todos nós sofremos "pequenos lutos" no nosso dia a dia, além dos que se referem à morte de alguém querido. Segundo ela, é importante reconhecer o que foi perdido e se apropriar daquilo que se está sentindo. "Algumas pessoas acham que resolvem o problema fugindo dele. Recusam-se a falar sobre o fim do relacionamento, a perda do emprego, a morte de alguém. Ficam se enganando, imaginando que, se não pensarem no problema, ele irá se resolver, mas não vai".

Saiba identificar quando sua relação está por um fio

Não importa se o casal está junto há 5, 10, 20 anos ou até mais. O fato é que a qualquer tempo o fim de uma relação é sempre uma experiência dolorosa. Por isso, às vezes nos fazemos de cegos, fingindo que o amor é o mesmo, que ainda há vontade de ficar próximo, de saber como foi o dia... Os sinais de que o relacionamento acabou estão presentes no dia a dia, mas não é fácil identificá-los, pois brigas e as crises nem sempre são sinais do fim. Cabe a nós mesmos saber como identificá-los. 

Pessoas maduras têm, naturalmente, independentemente do tempo de relacionamento, maior dificuldade de por fim a um relacionamento. O instrutor e membro da Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística (SBPNL) Alexandre Bortoletto diz que existe um desgaste natural do tempo e dos interesses em grandes relacionamentos. O que mantém o casal não é o tempo, mas a cumplicidade e os objetivos de estarem juntos. "O oposto do amor não é o ódio, mas o desinteresse. Se não há mais interesse de alguma das partes de estar perto e com o parceiro, esse é um sinal de que amor está se esfarelando. Culpa, dogmas religiosos ('não pode divorciar', conceitos que vêm dos pais), o medo de ficar sozinho, de achar que perde mais do que ganha e o medo da solidão são os fatores mais comuns que impedem pessoas de por um ponto final na relação. Apenas o interesse, a preocupação, o ‘fazer algum sentido’ são as chaves que seguram qualquer relacionamento", enfatiza Bortoletto. 

É importante, portanto, saber diferenciar o fim iminente de uma simples crise passageira. "Na Neurolinguística, acreditamos que uma crise é um ótimo momento pra mudar alguma coisa. Veladamente, assumimos um contrato quando casamos. Além do de papel, há o contrato moral, emocional. Este, no entanto, muda toda vez que aparecem as crises. Todo revés e toda crise são oportunidades de rever o contrato. Alguma coisa na relação não está fazendo bem para ambas as partes. Quando o problema é resolvido, o casal volta melhor até do que estava antes. As crises são importantes, pois forçam a mudar o que está estabilizado para melhor. O indicador do fim não é a briga, mas a falta de interesse, de desejos em todos os níveis", avalia Alexandre. 

Reprodução

É importante saber diferenciar o fim iminente de uma simples crise passageira


Tempo não significa fracasso 

Para os especialistas em relacionamento humano, não é exatamente o tempo que azeda a relação de gente tão apaixonada. Por isso, não tenha medo dos aniversários de casamento: dois, cinco ou sete anos são apenas números cabalísticos. ‘‘Não existe uma data marcada para um relacionamento começar a desmoronar’’, sentencia o psicólogo Thiago de Almeida, especialista em dificuldades amorosas. ‘‘Em geral, existe alguma novidade que causa estranhamento entre os parceiros, mas há recursos para enfrentar isso’’, orienta. 

O planejamento dos filhos, segundo Almeida, é um dos motivos que podem levar à desunião. ‘‘Não é que um filho separe ou junte o casal, mas muda a rotina dele. E o problema é que algumas mulheres estão mais preparadas para ser mães; outras, para ser companheiras’’, analisa. 

Fases 

Doutor em psicologia pela USP e autor de três livros sobre conflitos amorosos, Ailton Amélio da Silva diz que a relação tem fases previsíveis, daí o mito das datas perigosas. ‘‘O que as pessoas chamam de crise dos sete anos, por exemplo, pode ser só um momento que coincide com a vinda dos filhos. A culpa não é da passagem dos anos, é dos acontecimentos’’, diz. Para outros, em dois anos, quando vence a validade da paixão, ainda não há maturidade para viver o amor, que seria um estágio mais calmo da relação, segundo Silva. ‘‘Aí o sexo enfraquece, vem a traição, um outro motivo de crise’’. 

Na avaliação da advogada Renata Guimarães, do ramo do direito de família, as traições não são mais as principais responsáveis pelos conflitos conjugais. ‘‘Com o tempo, o casal muda profissionalmente e os filhos crescem. E aí os parceiros se distanciam, optam pela separação. Nos últimos anos, em vez de armar um ‘‘barraco’’ por causa de uma traição, como era nos anos 90, eles passaram a fazer acordos mais amigáveis para expressar esse distanciamento’’, revela. 

Rotina como aliada 

A psicóloga Lidia Aratangy, terapeuta de casais há mais de 30 anos e autora de três livros sobre o tema, sai em defesa da rotina - apontada por muitos casais como pivô das separações. ‘‘Rotina existe para facilitar a nossa vida, não é negativa. Além disso, todo mundo é diferente a cada semana. O problema é que ninguém se conhece o suficiente para ser transparente com o outro’’, analisa. Segundo Lidia, o que faz com que uma crise leve ao fim do relacionamento é a própria fantasia da perfeição. ‘‘Não é só um casal conhecido que passa por esse estigma da perfeição, por esse mito de existir a metade perfeita da laranja. No fundo, é difícil um casal descobrir que é igual aos outros.’’ 

Para alguns casais, conflitos conjugais representam sinais de que não há mais motivos para insistir na união. E assim foi na vida da ex-modelo Luiza Brunet, que se divorciou do marido, Armando Fernandez, após 18 anos de casamento. ‘‘A longa convivência faz com que o casal perca o interesse social e sexual. Tudo enjoa’’, diz ela. ‘‘A mulher se lembra de datas importantes, o marido não. Ela quer dar atenção à casa e aos filhos, e ele se esquece disso’’, completa. 

Sim, é possível perdoar!


traição
Confiança é como um cristal. Mas, será que depois de quebrado esse cristal não pode mesmo ser reconstruído? Segundo dados do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), 70% dos casais conseguem juntar os cacos e seguem juntos após uma traição.
“Com o tempo descobri que trair não é sinônimo de falta de amor. Desrespeito sim e, é claro, que trair é uma forma de desrespeito. Mas, tudo vai de como aconteceu, circunstância, local, momento. Muitas variáveis. Mas em quase todas elas acho que o perdão é cabível, desde que haja arrependimento e principalmente amor”, afirma a enfermeira Renata Luisa.
Para a psicóloga Sylvia Sabbato, no entanto, a reconstrução da confiança é um processo que exige dedicação e empenho de ambas as partes. “Querer perdoar é o primeiro passo para o perdão”, diz. “Não existem casos sem perdão, porque o sentimento não tem limite. É bonito quando acontece, pois os dois crescem e se tornam mais cúmplices em um relacionamento fortalecido”, completa.
O psicólogo e pesquisador da Universidade de São Paulo, Thiago de Almeida, também acredita que o relacionamento pode até se tornar melhor após a traição. ”Após a traição, a mulher passa a enxergar o parceiro tal como ele é e não mais como um depositário de suas expectativas. Além disso, o casal pode ficar mais íntimo com a redefinição da honestidade”, explica o especialista.
“Cada caso é um caso. Em um caso, poderia perdoar, em outro, não. Se eu amasse de verdade e ele realmente se arrependesse, deixaria o orgulho de lado e perdoaria. O importante é ser feliz! “, defende a publicitária Alessandra Rangel.
Mas, antes de perdoar e seguir em frente é preciso avaliar se a relação traz benefícios suficientes para suplantar a dor. Se sim, encare a traição como um obstáculo a ser enfrentado, estabeleça suas condições, siga em frente e seja feliz!

A obesidade interfere no relacionamento amoroso?


Os problemas enfrentados por quem sofre com os quilos a mais vão além dos riscos relacionados à saúde. Um estudo realizado pelo Hospital do Coração de São Paulo concluiu que a obesidade interfere no relacionamentoa obesidade interfere no relacionamento amorosoamoroso, e, consequentemente, na vida sexual.
O estudo foi realizado com base na aplicação de algumas perguntas feitas à população como: Você se casaria com um obeso? Você acha que o excesso de peso interfere no sucesso profissional ou no casamento? Obesidade é uma doença?
Foram entrevistadas cerca de 600 pessoas, onde 50% delas afirmaram que o relacionamento amoroso com alguém acima do peso está fora de cogitação. No que diz respeito às classes sociais, 66% dos entrevistados que pertencem à classe A não assumiriam a união, contra 44% da classe B e 51% da classe C.
Também foi analisada a opinião de homens e mulheres separadamente. Onde, 54% dos homens disseram não ter interesse em construir uma relação com quem está acima do peso. Já para o sexo feminino, a conclusão é um pouco menor, em torno de 46%.
Segundo dados do IBGE49% da população brasileira está acima do peso, o que torna a situação ainda mais preocupante, pois o estudo mostra que muitos obesos ainda sofrem preconceito nos relacionamentos amorosos. Com isso, resulta-se que uma grande quantidade de pessoas acima do peso tenham dificuldade de se relacionar amorosamente, contribuindo consideravelmente para o aumento do número de obesos que recorrem à cirurgia deredução de estômago para perda de peso.
A pesquisa de certa forma é bem aleatória, pois se 50% dos entrevistados afirmaram que não se casariam com pessoas gordinhas, o que quer dizer que outros 50% talvez se casassem. Segundo o psicólogo e especialista em tratamento das dificuldades dos relacionamentos amorosos, Thiago de Almeida, essa divisão pode se basear no fato de que “um relacionamento amoroso de sucesso tem mais a ver com as atitudes do que estar ou não acima do peso”.
No caso das pessoas que ganham peso após estarem se relacionando, o que é muito comum devido a adquirirem um modo de vida “menos agitado”,  Thiago de Almeida dá a dica: “Acho interessante a gente nunca perder o amor próprio, a autoestima, porque o relacionamento amoroso tem que ser tão excitante como as pessoas gostariam que fosse, do começo ao fim”.