domingo, 19 de setembro de 2010

Para você que sofre de ejaculação precoce - Saiba como tratá-la

Ejaculação precoce: A ejaculação precoce ou também conhecida como ejaculação rápida é a mais comum disfunção sexual masculina, independente da idade. Embora a Ejaculação rápida é considerada uma das queixas mais comuns, não há ainda uma definição universalmente aceita para a mesma. Considera-se que um homem sofra dessa dificuldade quando:
(1)A ejaculação ocorre com um estímulo muito pequeno;
(2)A ejaculação ocorre antes, durante ou quase que imediatamente depois da
penetração;
(3)homem alcança o orgasmo e ejacula muito depressa e sem controle voluntário
do que está acontecendo e antes de desejá-lo;
(4)Em relatos de ausência do orgasmo pela parceira frequentes.
(5)Em um tempo mínimo estipulado entre a introdução peniana e a ejaculação;
(6)Em um número mínimo de movimentos coitais antes da ejaculação.
(7)Ocorra em mais da metade dos encontros sexuais;
Atualmente, com os objetivos de diagnóstico e tratamento a investigação clínica completa deve conter dados sobre: fatores como idade, a história clínica do paciente, sua função ejaculatória (tempo de latência, controle), sua atividade sexual (experiência, frequência, avaliação detalhada de sua parceira, interação sexual, etc.), perfil psicológico (contexto sócio-cultural, histórico da disfunção, relação com situações específicas, etc.). A fim de tratamento o conceito mais aceito para a ejaculação rápida é ausência de controle voluntário sobre o processo ejaculatório de maneira que o homem não consegue adiar o
mesmo.
Muitos homens negam esta dificuldade porque desde sua juventude carregam este tempo ejaculatório. É fato que, a ejaculação rápida é comum na juventude, no encontro com novos parceiros ou até após algum tempo de abstinência sexual. Contudo, quando se estende pela maturidade e se torna presente em mais da metade dos encontros sexuais, torna-se aí sim um problema crônico, e pode ser caracterizado como um transtorno sexual. É fato que esta dificuldade pode gerar severos problemas de autoestima para a pessoa que é afetada diretamente para ele, além de repercutir para o casal, ou mesmo, para parcerias que a pessoa afetada pela dificuldade se engajar na forma de insatisfações diversas.
Para a maioria dos casos o tratamento mais eficaz é associação da psicoterapia e da farmacoterapia, ou seja, de remédios específicos para o caso.
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Reperspectivar a sexualidade masculina anteriormente centrada no pênis ao redimensioná-la para um foco mais abrangente além da genitalidade;
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Resgatar o vínculo conjugal e fortalecê-lo que poderá estar prejudicado pelo tempo em que o casal, não só o homem, está padecendo com esta dificuldade;
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Diminuir a sua ansiedade em relação a ser rápido no coito através de técnicas terapêuticas.
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Promover a autoestima masculina ao ajudá-lo a desenvolver todo o seu potencial erótico, ao invés de um prazer que dura pouco tempo;
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Eliminar as inseguranças sexuais por meio da aquisição de conhecimentos específicos sobre o corpo humano (seu e da parceira), seu funcionamento e a interação entre eles sem preconceitos ou estereotipias.
A psicoterapia vai atuar em relação a esta dificuldade de forma a:

Violência em relacionamentos amorosos, não seja mais uma vítima - SAIBA MAIS

Segundo estimativas no mundo toda a violência está entre as principais causas de morte do mundo todo. No entanto, embora os números sejam preocupantes, há uma quantidade de pesquisa incipiente no tocante a violência que é um fenômeno progressivo e que muitas vezes se manifesta no começo do namoro entre os jovens casais que se escolhem para seguir um caminho juntos e desenvolverem um relacionamento afetivo-sexual.
A escolha do parceiro, para um relacionamento afetivo-sexual como o namoro, é uma das mais importantes decisões que faremos ao longo da vida. Ainda que observemos a grande fragilidade da permanência e da satisfação em nos relacionamentos amorosos contemporâneos, pode-se constatar que cada pessoa passará pelo processo de escolha de parceiros somente umas poucas vezes na vida. Esta escolha pode ser francamente destrutiva ou altamente terapêutica, no sentido de poder impulsionar mudanças em direção à saúde, ou de estimular um funcionamento psicológico mais adequado. Daí decorre que uma das escolhas mais inadequadas que podemos fazer em se tratando de relacionamentos amorosos é estabelecermos um relacionamento com uma pessoa que é ou se mostrará violenta ao longo do curso do namoro. Day et al. (2003) nos colocam que há que se buscar, cada vez mais, desenvolver trabalhos e programas com abrangência mais ampla, para abarcar a vítima, o abusador e o restante do grupo familiar, em face das múltiplas facetas abarcadas pela violência.
Engane-se quem acredita que a violência nas relações íntimas é um fenômeno que está circunscrito ao casamento, com o homem a subjugar a mulher, embora estatisticamente a violência contra a mulher seja muito maior do que a contra o homem. Em todaspartes do mundo, etnias, grupos religiosos, idades, classes sociais e gerações o fenômeno da violência está presente, embora não se possa negar quemulheres sejammais atingidas pelas suas manifestações. Em outras palavras não é um fenômeno manifesto somente entre adultos, ou ainda, para determinadas etnias, classes sócio-econômicas mais ou menos abastadas e nem desaparece com a mudança de geração. As novas gerações provam o contrário e começam a se agredir mutuamente já na adolescência em seus primeiros relacionamentos afetivo-sexuais estabelecidos. Denomina-se violência conjugal a violência entre marido e mulher, namorados ou ex-parceiros.
Chegam ao ponto de insultar, ameaçar e até apelar para a violência física, o que constitui um alerta de risco para a violência marital. Muito longe da violência conjugal ser um fenômeno também descrito apenas ao âmbito clínico, ela está nitidamente presente no cotidiano de muitas pessoas. Não raramente, no namoro,agressões são mútuas e a vítima interpreta esses atos erroneamente como manifestações normais do descontrole emocional produzido pelo ciúme, e assim, minimizam o episódio. Praticamente todasescolas da psicologia evidenciam a família como o palco do desenvolvimento dos futuros problemas e neuroses da pessoa, seguindo uma orientação psíquica e biológica, baseadas na fragilidade e dependência do ser humano. O que se é desconsiderado é que antes de uma díade se encaminhar para um relacionamento estável para consolidarem uma família, por exemplo, é que escolhas amorosas precisam ser feitas. E o ideal que essas escolhas pudessem não trazer problemas que lesem a integridade física ou psicológica de cada um de seus componentes.
O comportamento agressivo e a violência em relacionamentos íntimos
O comportamento agressivo manifesta-se logo na primeira infância. Geralmente o padrão é os meninos copiam o comportamento dos pais. Logo, não é uma coincidência que uma grande parte das mulheres de homens violentos tenham sido vítimas de violência na infância. As meninas, por exemplo, que foram surradas ou violentadas por pai, avô ou tio se não receberem orientação adequada, podem crescer com a idéia de que violência é uma conseqüência natural e inevitável do relacionamento amoroso. Dessa forma, uma das possibilidades é que essas meninas acabem, mesmo que inconscientemente, escolhendo parceiros violentos. Para quebrar esse círculo vicioso, só existe uma saída: tratamento psicológico das vítimas para que superem seus traumas.
Poder-se-ia pensar que devido à imaturidade e a falta de experiência, em consonância com os esforços de querer se integrar ao mundo adulto mais precocemente para dominar e controlar pudesse contribuir para a manifestação de comportamentos violentos para com os outros e, dessa forma, o adolescente recorre aos mecanismos de vitimação de suas parcerias constituídas. Mas e quando o agressor é uma pessoa adulta que está namorando? Observa-se que o agressor com estas características recorre às mesmas estratégias de vitimação, ou seja, à violência psicológica e às tentativas de controle social da vida do(a) namorado(a).
A violência no namoro, e especialmente pararelações juvenis foi está sendo progressivamente considerada um problema social relevante e merecedor de atenção em si mesmo (CALLAHAN TOLMAN SAUNDERS, 2003). Muitas vezes escamoteada, especialmente em casos de violência psicológica contra o(a) parceiro(a), e quando os agressores não são declaradamente violentos e o quadro não parece se enquadrar em uma situação de violência, algumas agressões físicas ou psicológicas a um dos parceiros pode passar desapercebida. Mas, não nos enganemos, sob uma perspectiva linear, a violência implica no caráter lesivo ou destrutivo com um objetivo perfeitamente assinalado (BARBERÁ, 2004).
E a violência se estabelece e se atualiza a cada dia nos relacionamentos amorosos, às vezes sem que se perceba com clareza os inúmeros prejuízos que pode acarretar para a relação se não houver uma intervenção adequada. Zillman (1994) aponta que a violência pode ser impulsionada pelo mecanismo de frustração de expectativas e por necessidades que por algum motivo não foram contempladas, contudo o principal objetivo é maltratar para infringir sofrimento. De acordo com Barberá (2004, p. 215) “trata-se de uma vinculação marcada por um jogo relacional que obedece a uma necessidade de poder e competência”. Nesse sentido, fundamentados em qualquer um dos pólos do eixo domínio-submissão, desenvolvem-se atitudes características que cerceiam, oprimem e estimulam o estabelecimento de uma culpa corrosiva naqueles que são vitimizados pelos diversos comportamentos violentos.
Faces da violência no namoro
O abuso pelo parceiro violento pode tomar várias formas, inclusive agressões físicas tais como golpes, tapas, chutes e surras, abuso psicológico por menosprezo, intimidação e humilhação constantes, coerção sexual, dentre inúmeras outras possibilidades. A violência é um fenômeno multidimensional e que apresenta várias conseqüências tanto para os algozes que a perpetram bem como parapessoas que são prejudicadas por ela. Barberá (2004) sugere algumas categorias para entendermos melhor de que forma a violência pode se manifestar, que no seu exercício podem aparecer sozinhas ou ainda simultaneamente:
  • Exercício da violência cotidiana por meio dos mecanismos de controle e autoritarismo.
De acordo com a autora situações de controle emergem sempre que não se satisfaz de que o fraco mantenha uma relação de estreita dependência com o poderoso, que o consegue, conseqüentemente, um status de superioridade que o reafirma. Quando os agressores exercem o controle ativo, o comportamento mais freqüentemente observado em suas vítimas é a passividade e o conformismo com a própria situação vigente.
A violência também pode se manifestar em um relacionamento por meio da imposição de mecanismos autoritários, isto é, quando um dos parceiros tenta impor sua autoridade para o outro. A partir de então, a relação se converte num campo de batalha declarado ou encoberto, no qual o(a) parceiro(a) que sai do roteiro previamente estabelecido para ele(a) pode ser severamente retaliado(a). O estabelecimento desta forma da violência geralmente é sutil e a primeira via que ela toma é o de controle ao parceiro, com ares de preocupação com o relacionamento e com o bem estar do próprio parceiro. Tão sutil que pode ser imperceptível para quem nunca sofreu a violência conjugal. Dessa forma, por meio de mecanismos de controle à liberdade da parceria constituída como, por exemplo, manifestar o ciúme como uma sinonímia do amor que sente, ou ainda, de sua preocupação com o parceiro ou com a relação, o comportamento violento do agressor se esconde por detrás da máscara da simpatia. Dessa forma, como ilustrações do comportamento de controle no que diz respeito ao ciúme é o isolamento forçado da mulher em relação à sua família e amigos, a vigilância constante de suas ações e a restrição de seu acesso a recursos variados. Os motivos da violência doméstica não são necessariamente magoar o parceiro, mas sim em manter o poder e controle sobre a vitima. Em geral, a simpatia é normalmente o único lado do agressor que o resto das pessoas conhecem. Esse quadro só muda quando o agressor perde o controle sobre o outro e permite que outras pessoas testemunhem suas agressões.
Seja como for, a agressão mínima, imperceptível a princípio, tende sempre a aumentar e se estender a inúmeras áreas do namoro. O comportamento agressivo é progressivo: pode começar com a tentativa "socialmente aceita" de estabelecer controle e poder sobre o outro, e aos poucos vai crescendo e se tornando mais destrutivo. Um exemplo disso é quando o namorado impõe para a parceira com que roupa devem andar juntos. Daí, para se ter controle em outras áreas da vida da parceira é uma questão de tempo, se ela se submeter a esses testes a sua capacidade de auto-afirmação, apenas evidenciando a assimetria que existe entre vítimas do controle e de seus vitimadores.
  • Exercício da violência cotidiana por meio da chantagem afetiva.
Segundo Madanes (1993, apud Barberá, 2004) em nome do amor são construídas verdadeiras situações de tortura emocional, que, entretanto são negadas em razão do próprio amor. Nem por isso elas infringem menos sofrimento aos parceiros para a qual a chantagem afetiva é articulada para se conseguir algo. Pessoas de quaisquer idade e sexo, em todos os tipos de relacionamentos, podem sucumbir a este tipo de estratégia psicopatológica perpetrada conscientemente ou inconscientemente pelo seu perpetrador.
Exemplos de chantagens são os mais diversificados possíveis: pressão do chantagista, geralmente cercada de ameaças como, por exemplo, suicidar-se em oposição à resistência da vítima em atendê-lo por sentir ir contra seus princípios ou vontade. Quando o homem, por exemplo, exerce uma chantagem afetiva culpabilizando sua parceira, pode ocorrer desta assumir a culpa por não ter se comportado de acordo com o que acha que deveria fazer, ou mesmo, de acordo com aquilo que acredita ser capaz de realizar. Esta estratégia pode gerar muitos danos para a auto-estima dos parceiros para a qual a chantagem é dirigida. Uma ilustração mais proeminente acerca da chantagem é a manipulação das relações sexuais, sobretudo, quando o parceiro quer influenciar a pessoa com quem está namorando a aderir a esta prática bem antes do que naturalmente consentiria. Notadamente a chantagem emocional com vistas a se obter cópula e/ou favores sexuais está presente em outros relacionamentos e se torna uma ferramenta na qual parceiros podem violentar suas parcerias amorosas.
A pessoa chantageada, não raramente, assume o mal-estar do provedor para si mesma, sentindo-se responsável por ter “aparentemente” infringido algum sofrimento ao provedor da chantagem, quando na verdade, esta situação foi instalada na cabeça dessa vítima pelo seu vitimador. O denominador comum para os inúmeros casos de chantagem são os sentimentos compartilhados de desaprovação e de recriminação do vitimador em relação à vítima e esta passa a experenciar a vivência do fracasso que lhe foi imposta sem compreender ao certo que se trata de uma injustiça emocional a ela atribuída. Uma vez que a vítima ceda à chantagem, há uma alta probabilidade de repetição da situação, o que pode chegar a se tornar um ciclo vicioso.
  • Exercício da violência cotidiana por meio da coação
Comete um erro quem imagina que o fenômeno da violência está representado significativamente pelo uso agressivo da força de determinada pessoa ou grupo contra uma outra pessoa ou grupo. O conceito de violência também além da força física usada indevidamente, à possibilidade ou ameaça de utilizá-la contra uma outra pessoa. Isso implica no conceito de coação. A coação ocorre quando o agressor utiliza de quaisquer procedimentos para obrigar e procurar forçar a outra pessoa a realizar determinada situação contra a vontade desta pessoa.
O isolamento, por exemplo, imposto pelo parceiro agressor durante o namoro é também um importante fator de risco para a violência, embora muitas vezes não seja reconhecido como tal pelos jovens. O empenho no isolamento da vítima e até mesmo alguns comportamentos de stalking (e.g., impedir contactos sociais com os pares) que configuram alguns dos sinais de risco que podem identificar a violência. No entanto, estes podem ser confundidos com manifestações de amor ao parceiro (LEVY apud CALLAHAN TOLMAN SAUNDERS, 2003). Também a falta de experiência relacional, associada à necessidade de emancipação e de independência dos jovens nesta fase (e.g., condições que conduzem à procura de um tempo superior de relacionamento a sós e à tomada de decisões de forma autônoma), nem sempre facilitam o reconhecimento de uma condição de vitimação, tampouco a identificação de eventuais recursos para a gerir (e.g., contacto com outros adultos ou pares) (MATOS et al., 2006).
O estudo da violência nos casais
A partir da década de 1990 começaram a surgir na literaturaprimeiras referências a programas de prevenção contra a violência nas relações amorosas em casais juvenis. A maioria buscou, fundamentalmente, mostrar aos jovens a gravidade da violência e educá-los acerca de comportamentos não-violentos na intimidade. Por meio de ações diversas, procuraram, essencialmente, diminuir a probabilidade de os participantes se tornarem, no futuro, potenciais ofensores ou vítimas (JAFFE et al., 1992).
Os casais que vivenciam a violência em seus relacionamentos afetivo-sexuais constituem uma amostra representativa da capacidade do ser humano ao se adentrar nos labirintos da destruição, do sofrimento e do indefensável (BARBERÁ, 2004). Embora alguma controvérsia permaneça relativamente à sua real prevalência e distribuição em termos de gênero esta não é uma problemática rara nesse contexto dos relacionamentos amorosos. E assim, como na violência marital, a violência no namoro pode traduzir-se num impacto significativo para a vítima, resultando em danos diversos (GLASS et al., 2003), a curto e a longo prazo (e.g., disfunções do comportamento alimentar, estresse pós-traumático, perturbações emocionais, comportamentos sexuais de risco).
A violência no namoro, bem como o processo de vitimação na família de origem pode ser melhor compreendida à luz da perspectiva da transmissão intergeracional da violência. Este tipo de explicação, que tem subjacente a noção de aprendizagem social, postula que o comportamento de cada indivíduo é determinado pelo ambiente em que este se insere, especialmente pelos membros da sua família, por meio de mecanismos de observação, reforço, modelagem ou coação (GELLES, 1997).
Prevenção da violência
Alguns estudos referentes à violência conjugal têm sido direcionados para a sua compreensão. Paralelamente a essa tendência, procurou-se enfatizar o aumento da conscientização do público acerca da violência entre parceiros porém, muito ainda tem de ser feito, pesquisado e esclarecido, quando se fala em prevenção. Assim comodiversas manifestações da violência, os esforços preventivos ao nível da violência no namoro também podem assumir diferentes dimensões. Matos et al. (2006) citam alguns:
a) prevenção primária: trabalhar compessoas que não tiveram contato com realidades violentas ou experiências de vitimação, procurando ajudá-los a manter essa condição
b) prevenção secundária: trabalhar especificamente com pessoas paraquais existe o risco de se tornarem vítimas ou agressores na intimidade (e.g., adolescentes vítimas de violência parental, ou ainda, casos de adolescentes expostos à violência interparental)
c) prevenção terciária: trabalhar com indivíduos que já foram alvo de violência no namoro e que procuram ajuda para essa condição, de forma a reduzir esse impacto e a evitar uma nova vitimação e/ou trabalhar com indivíduos que perpetraram violência e que procuram, voluntária ou coercitivamente, interromper esse tipo de comportamentos. Deve-se ensinar, sobretudomulheres, a evitarem e a se defenderem de homens violentos. Mulheres com boa auto-estima saberão se posicionar adequadamente a homens que apresentem comportamento violento, por menor que seja.
Dessa forma, idéias errôneas como apalpões, toques contra a vontade da vítima e a pressão para ter relações sexuais, dentre todaspossíveis violências multiformes, freqüentemente não são considerados uma violação aos parceiros, porque consideram seu direito explorar o corpo do(a) namorado(a). Outra crença errônea que vitimiza muitas parcerias constituídas é que o ciúme é tido como prova de amor e, portanto, algumas retaliações são bem-vindas para a harmonia do relacionamento.
Caso ocorram reincidências por parte do parceiro pelos comportamentos violentos, o melhor a se fazer é renunciar a relação para assegurar a própria saúde física e psicológica. Contudo, abandonar um relacionamento abusivo é um processo que, freqüentemente, inclui períodos de negação, culpa e submissão antes que a vítima finalmente compreenda que o abuso continuará a se repetir e passe a se identificar com outras mulheres na mesma situação. Este é o início do processo de ruptura e recuperação.
Os estudos que abordam o núcleo familiar e a sua relação com a violência têm demonstrado como os vínculos iniciais estão correlacionados com os comportamentos na vida adulta ante os amigos, pais, parceiros, comunidade, no envolvimento comregras e normas culturais, e tanto na capacidade de amar quanto na de desenvolver atos de crueldade contrapessoas mais próximas (WIDOW, 1996). Outro aspecto a ser evidenciado da prevenção da violência de gênero, de caráter mais amplo, passa pelo desenvolvimento de políticas governamentais, comunitárias e institucionais que estimulem relações de gênero paritárias, que estimulem a cooperação entre homens e mulheres, que promovam a autonomia e a resiliência das mulheres, bem como a resolução não violenta e eficaz dos conflitos entre parceiros (HAGE, 2000).
A violência no namoro é um importante preditor da violência conjugal (HAMBY, 1998), até mesmo porque partilha alguns dos fatores de risco associados à violência marital (KAURA ALLEN, 2004) reforçam a importância da prevenção em fases relacionais precoces.
Considerações finais
Um dos mais graves problemas que atingem a humanidade é a questão da violência, por meio do uso intencional da força física ou do abuso de poder exercido contrasuas vítimas. Sobretudo, o abuso das condutas violentas no contexto das suas relações íntima é uma problemática que está chamando cada vez mais a atenção da sociedade devido ao número crescente deste fenômeno.
Observa-se que a violência física, em relacionamentos íntimos, quase sempre é acompanhada de abuso psicológico. A maioria das vítimas, especialmente mulheres que sofrem alguma agressão física sofrem, geralmente, vários atos de agressão ao longo do tempo. Será a noção de “justa causa” que legitimará a violência para os agressores e que aparece com freqüência nas pesquisas sobre violência realizadas em muitos países?
Em geral, vítimas e agressores não percebem que a violência não é aceitável, contudo, essa percepção não isola nem erradica o problema. Freqüentemente parceiros vitimizados pelo agressor suportam altos limiares de violências impostos por seus parceiros e atingem o ponto de ignorar a violência sofrida, sobretudo, quando ela aparenta ser menor ou mesmo motivada pelo descontrole em algumas pessoas provocado por fatores como o ciúme. Logo, ao se pensar no tema violência conjugal, e ainda dentro de um grupo significativo de nossa população, os jovens namorados, exige-se pensar em prevenção.
A experiência do abuso da violência do parceiro pode comprometer consideravelmente a auto-estima da pessoa vitimizada, e a expõe a um risco mais elevado de padecer de problemas mentais, como depressão, fobia, estresse pós-traumático, tendência ao suicídio e consumo abusivo de álcool e drogas.
Especialmentemulheres sãomaiores vítimas do abuso da violência masculina. E há que se evidenciar que o medo da mulher é um aliado poderoso para o agressor. Exemplificando-se, o receio de perseguições e retaliações por parte do parceiro acaba por levá-las a se renderem ao domínio do namorado agressor, o que, não raro, impedem-nas de reagirem mais cedo. Então, como a violência vem geralmente acompanhada do segredo e da negação, favorece com que muitos casos sequer cheguem ao sistema de Justiça ou mesmo ao sistema de Saúde.
Segundo Greenspun (2002) ciclos de abuso no casal como agressão, perdão, reconciliação que se alternam demonstram que os laços amorosos podem prevalecer sobre a violência. No entanto, é importante salientar também que uma seleção de parceiro bem feita é tão importante quanto o próprio relacionamento, já que isto, a priori, economizaria o tempo e os investimentos de ambos os componentes numa relação insatisfatória, especialmente, para um de seus componentes (ALMEIDA, 2003). Deveríamos ter em mente que o amor, romance, namoro ou qualquer nome que utilizarmos para nos remeter a relacionamento afetivo-sexual, não pode ser encarado como uma recreação ou passatempo dos finais de semana, sendo tratado como uma extensão de nossas atividades profissionais.
Torna-se necessário, assim, que novas pesquisas sejam realizadas, face aos inúmeros aspectos envolvidos neste tema, garantindo assim, uma melhor observação do fenômeno da violência. Ainda assim, acredita-se útil e oportuna a divulgação deste trabalho na medida em que poderá contribuir para a realização de outros estudos que visem aumentar e/ou verificar a generalidade dos resultados. Aproveitadas tais contribuições, novos estudos serão mais que bem-vindos.
Referências
  • ALMEIDA, T. O perfil da escolha de objeto amoroso para o adolescente: possíveis razões. 2003. (Trabalho de Conclusão de Curso). Departamento de Psicologia: UFScar, São Carlos, SP, 2003.
  • BARBERÁ, E. L. Violência e poder na vida cotidiana do casal. In: VITALE, M. A. F. (Org). Laços amorosos. São Paulo: Agora, 2004.
  • CALLAHAN, M. R. TOLMAN, R. M. SAUNDERS, D. G. Adolescent dating violence victimization and psychological well-being. Journal of Adolescent Research, v. 18, p. 664-681, 2003.
  • DAY, V. P. et al. Violência doméstica e suas diferentes manifestações. Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, v. 25, n.1, p. 9-21, 2003.
  • GLASS, N. et al. Adolescent dating violence: Prevalence, risk factors, health outcomes and implications for clinical practice. Jognn Clinical Issues, v. 32, p. 227-238, 2003.
  • GELLES, R. J. Intimate violence in families. Thousand Oaks: Sage Publications, 1997.
  • GREENSPUN, W. Abraçando a controvérsia: uma abordagem metassistêmica aotratamentodaviolênciadoméstica.In:PEGGY, P.Casaisemperigo:novasdiretrizesparaterapeutas. PortoAlegre:ArtmedEditora, 2002. p. 167-192.
  • HAGE, S. M. The role of counselling psychology in preventing male violence against female intimates. The Counselling Psychologist, v. 6, p. 797-828, 2000.
  • HAMBY, S. Partner violence. Preventive and intervention. In: JASINSKI, J. WILLIAMS, L. (Eds.). Partner violence - A comprehensive review of 20 years research. Thousand Oaks: Sage, 1998. p. 211-260
  • JAFFE, P. G. et al. An evaluation of a secondary school primary prevention program on violence in intimate relationships. Violence and Victims, v. 7, n.2, p. 129-146, 1992.
  • KAURA, S. A. ALLEN, C. M. Dissatisfaction with relationships power and dating violence perpetration by men and women. Journal of Interpersonal Violence, v. 19, n. 5, p. 576-588, 2004.
  • MATOS, M. et al. Prevenção da violência nas relações de namoro: intervenção com jovens em contexto escolar. Psicologia teoria e prática, v. 8, n.1, p.55-75, 2006.
  • WIDOW, C. S. SHEPARD, R. L. Accuracy of adult recollections of childhood victimization: Part 1. Childhood physical abuse. Psychological Assessment, v. 8, p. 412-421, 1996.
  • ZILLMANN, D. Cognition-excitation interdependencies in the escalation of anger and angry aggression. In: POTEGAL, M. KNUTSON, J. F. (Eds.), The dynamics of aggression: Biological and social processes in dyads and groups. Hillsdale, NJ: Lawrence Erlbaum Associates, Inc., 1994. p. 45-71.

Homens e mulheres: entendam o que vem a ser VAGINISMO

Vaginismo é uma contração involuntária dos músculos perineais (região onde estão situados os órgãos genitais e o ânus) e da parede vaginal durante o ato sexual. Aliado a isso, a mulher pode contrair os músculos das pernas, impedindo a realização da prática sexual, até a colocação de absorvente interno ou mesmo inspeções relacionadas a exames ginecológicos. A questão é tão séria que mesmo uma tentativa ou imaginária de penetração vaginal pode acionar o problema em muitas pessoas que enfrentam esta situação.
O vaginismo se transforma em um transtorno para a mulher na medida em que a tensão muscular local impossibilita a penetração e, nos casos em que assim mesmo ocorre a penetração, ela é muito dolorosa.
Como a contração incontrolada do vaginismo está quase sempre associada a algum problema emocional, quase sempre inconsciente, na maioria dos casos, a mulher nem mesmo desconfia da existência desse problema psicológico. O tratamento do vaginismo é via de regra feito por meio do tratamento psicoterapêutico, pois não se trata de uma infecção ou de uma doença que possa ser medicada. Cerca de 5% das mulheres têm algum grau de vaginismo. Não existe uma causa geral, mas normalmente há um
fundo emocional importante. As causas do vaginismo são variadas e incluem:
1)barreiras religiosas para o sexo;
2)experiências traumáticas na infância (não necessariamente de natureza sexual);
3)comportamento sedutor ou controlador por parte dos pais;
4)inibição sexual já quando adulta;
5)Situações traumáticas de violência sexual;
6)dores ocorridas em relações sexuais anteriores, mesmo se a mulher apresenta
desejo sexual no presente;
7)histórico de exames pélvicos dolorosos
8)dificuldades de comunicação e de integração entre o casal;
9)conflitos entre a sexualidade e à identidade feminina;
10) conflitos emocionais diversos (três exemplos: luto do parceiro mal elaborado,
divórcio mal elaborado, medos associados, como andar de avião, dentre outros).
O tratamento envolve aconselhamento psicológico relacionado à causa do vaginismo. Com o objetivo da eficiência do processo recomenda-se a participação do parceiro nas sessões e nas atividades encaminhadas entre os atendimentos psicoterápicos. Entenda-se que, mulheres sem parceiro sexual podem fazer a terapia
sexual sozinhas. As taxas de sucesso são altas. Dentro de 10 a 15 sessões, cerca de 90% das mulheres com vaginismo respondem à terapia.